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"Nosso amor está a sete palmos abaixo da terra, eu não posso deixar de perguntar: se o nosso túmulo fosse regado pela chuva, rosas floresceriam?"— Billie Eilish (Six Feet Under)

GIOVANNA RAMIREZ

Eu e o Victor ficamos conversando sobre uns assuntos aleatórios, ele me falou de como era a faculdade dele em São Paulo e dos amigos que ele tinha feito, mas até então não tinha me dito o verdadeiro motivo de ter me trazido até aqui.

— E porquê exatamente você me trouxe até aqui? Porque eu tenho certeza que não foi pra falar das loucuras de bêbados que vocês faziam em SP.— nós rimos.

— Não, na verdade eu te trouxe aqui porque...— ele mordeu o lábio. — Sinto sua falta.— ele diz e eu olhei para ele.

— Victor, nós já...— comecei a dizer mas ele me interrompeu.

— É sério, Giovanna, eu não paro de pensar em você e naquele beijou que rolou na cachoeira.— ele me olhou.— Eu tentei ser apenas o seu amigo, quero dizer, eu realmente tentei. Eu simplesmente não consigo me obrigar a fazer isso, você está me pedindo para colocar meus sentimentos de lado e olhar para você sem me apaixonar por ti de novo, você está me pedindo o impossível.

Eu tentei abrir a boca várias vezes para dizer qualquer coisa que fosse, mas nenhuma palavra saiu.

— Nesses anos, eu tentei me convencer de que fiz a coisa certa em te deixar ir, mas não teve um dia em que eu não me arrependi. Eu nunca deixei de amar você, Giovanna.

Eu engoli em seco, se ele ao menos soubesse o quanto ouvir essas palavras dele me torturavam por dentro.

— Se você me amava, então por que me deixou?

— Porque achei que estava fazendo o melhor para nós dois.

— O melhor, Victor? Porra, a única coisa que você fez foi me destruir.— praticamente gritei.

— E você acha que isso também não me destruiu?— ele também elevou o tom de voz, eu me levantei rapidamente e fitei o horizonte. — Eu te amo!

— Você nunca me amou.— falei ríspida e me virei para olhá-lo.—Você simplesmente amava o quanto eu amei você.

— Caralho, Giovanna. Estou tentando ser uma pessoa melhor para você. Isso é tudo que eu faço. Me fale o que mais eu posso fazer para você acreditar que eu te amo. Me fale. – gritou e eu o olhei com raiva, ele parou e olhou para o lado, seus olhos estavam meio marejados.—Você nunca vai confiar em mim.

— Confiar em você? Você acha que eu deveria que confiar em você?

— Sim.

— O que eu ganhei por confiar em você?— comecei a gritar também.

— Você nunca vai me perdoar, não é? Você vai continuar tocando nesse assunto o tempo todo.

— Porque eu não confio em você –gritei e ele me olhou com amargura. Eu funguei e enxuguei o olho antes que a lágrima escorresse.
— Foi difícil esquecer você, foi difícil te perder e foi difícil te ver de novo. E ainda é.

— Será que um dia você vai ser capaz de me perdoar? Será que um dia vou conseguir um nova chance com você?— ele chegou mais perto de mim, me olhando nos olhos.— Me diz que tem nem que seja uma pequena parte de você que ainda sente alguma coisa por mim.

Ele tocou levemente a minha bochecha, deslizando o polegar pela minha pele, seus olhos estavam focados nos meus.

— Me diz que não tá sentindo a mesma vontade louca de me beijar — diz descendo o olhar para a minha boca.

Amor Proibido IIWhere stories live. Discover now