A expressão atônita no rosto de Camila diante da pausa abrupta do monólogo ridículo que ele estava fazendo, fez valer absolutamente tudo. O baque de meu punho contra o rosto bronzeado causou um eco no corredor, e a primeira reação dele foi em cobrir a área com a mão livre.
"Nunca mais fale comigo nesse tom novamente, entendeu? Eu quero você fora desse bairro em menos de dois minutos, caso contrário eu ligo pra polícia."
Ele dá dois passos trôpegos para trás e colide as costas na porta do apartamento vizinho. Ao afastar a mão do rosto, pude ver com clareza a linha vermelha que escorria do nariz e senti meu estômago formar um nó ao perceber o sorriso psicopata que ele tinha nos lábios.
"Você vai se arrepender por isso."
"Minha mão não sentiu cócegas com isso. Quer tentar de novo?" Desafiei.
Eu podia ouvir a respiração instável de Camila.
"Você não passa de uma vagabunda à procura de aventuras. É imundo o que você está fazendo com ela."
"Austin, por favor, vai embora", Camila grunhe.
A voz suave da mulher ao meu lado o fez assentir imediatamente.
"Eu vou sim... Mas eu vou voltar. E você..." Ele diz apontando o indicador para o rosto dela. "Trate de se cuidar."
"Considere-se morto se você aparecer aqui na minha porta de novo", falei ficando entre os dois. Ao perceber o que eu estava fazendo, Camila automaticamente buscou equilíbrio segurando firmemente minha cintura.
Engoli seco ao vê-lo caminhar aos pulos em direção ao elevador. A cabine que ainda estava parada no andar não demorou muito para abrir as portas, o que fez com que ele sumisse de nosso campo visual segundos depois.
"Nós podemos entrar?" Camila pergunta em um fio de voz.
Assenti debilmente enquanto nos apoiávamos uma na outra. Ao ouvir o estalo da fechadura, senti minha visão ficar turva.
"Ele te machucou?"
"O quê?"
"Austin", respondi incisiva. "Ele tentou alguma coisa?"
"Lauren..."
Após eu fechar o espaço que havia entre nós, não demorou muito até que nossos lábios se conectassem e fizessem cada fibra do meu corpo implorar por mais. Por algum motivo, esse beijo em específico, foi diferente. A atmosfera onde estávamos havia mudado em questão de segundos e o meu subconsciente já me alertava do que estava prestes a acontecer se eu não parasse o que estávamos fazendo naquele momento.
Eu não parei.
Antes de qualquer coisa, eu a peguei no colo pelas coxas e a levei em direção ao meu quarto. O sorriso debochado e o olhar enigmático que ela possuía literalmente me fizeram tremer no segundo em que ela tirou minha jaqueta e cachecol e jogou as peças sem cerimônia alguma no piso frio.
Foi assim, peça por peça até nos encontrarmos seminuas, com a respiração ofegante e a pele exposta suplicando por mais contato sobre o colchão. Naquele exato momento, eu pude ver cada centímetro que as peças de roupa larga sempre conseguiam esconder; As cicatrizes ainda visíveis na região dos pulsos, a mancha ligeiramente esverdeada na altura da cintura causada pelo impacto do acidente, as marcas dos castigos nos braços. Existiam mil formas na qual eu poderia descrevê-la ali, mas nenhuma delas faria jus à real imagem em minha frente. Camila não cabia na palavra linda. Ela era muito mais do que isso.
Sem avisar, abocanhei um dos seios recebendo um gemido alto como resposta. Com a mão livre arranhei de leve a coxa exposta e a ouvi arfar em puro deleite no momento em que circulei o mamilo rígido com a ponta dos dedos. A pele quente e macia era a coisa mais viciante eu já havia experimentado na vida, e a cada oportunidade que tinha, eu me encontrava deixando pequenas marquinhas vermelhas na região dos seios. Me vi rindo ao sentir sua mão percorrer pelo meu cabelo e me puxar de volta para um beijo de tirar o fôlego.
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Get Me Out
FanfictionNos últimos dois anos tudo o que eu mais queria era não ter que ir àquele manicômio todos os meses para visitá-la. O que é irônico, porque justo no dia em que ela finalmente saiu de lá eu encontrei uma razão para voltar. #3 5H (01/02/2020)
Strung out, a Little bit Hazy (part II)
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