Strung out, a Little bit Hazy (part II)

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"Espero que seja."

"Você não acha que está saindo demais? Ontem mesmo ela disse que estava pensando em ligar pra irmã... Você devia estar aqui pra ver isso."

"Eu passei os últimos dois dias observando vocês duas aqui dentro. Em nenhum momento vocês precisaram da minha ajuda."

"Lauren—"

"Me esquece, Taylor", grunhi irritada.

Peguei as chaves da mesa e rumei em direção à porta.

"São três da tarde", ela diz. "Que horas você volta?"

Ri mentalmente antes de girar a maçaneta.

"Eu não sei."

[..]

Por se tratar de um sábado castigado pelo frio severo de dezembro, eu não esperava que meu pai fosse realmente aparecer no lugar onde havíamos combinado. Ao entrar no estabelecimento familiar, corri em direção ao balcão para fazer meu pedido. A esse ponto eu não sentia absolutamente nada e meu rosto estava praticamente congelado.

Ao seguir em direção às mesas já com meu café em mãos, percebi um par de olhos me encarando de uma das mesas no canto.

"Pai?" Franzi o cenho ao reconhecer a figura.

Ele levantou da cadeira e abriu os braços me acolhendo em um embraço caloroso e paterno.

"Hija... Eu senti sua falta."

Me vi sorrindo diante das palavras.

"Eu achei que você não vinha", falei quando nos separamos.

Ele voltou a sentar na cadeira e eu copiei seus movimentos sentando do lado oposto da mesa.

"Já faz tempo, não?"

"É..." Averti meus olhos. "É, faz tempo sim."

"Sua mãe está preocupada com você. Desde que Taylor saiu da clínica você deixou de telefonar... Parece que se esqueceu de nós."

Forcei um sorriso e larguei o copo térmico sobre o tampo metálico.

"Pai... Se você soubesse as coisas que aconteceram no último mês..."

"Eu ainda acho que você deveria ter ligado. E eu entendo o quão braba sua irmã ainda está pela internação, mas você sabe... Ela precisava."

"O fato de Taylor ainda não falar com vocês por causa disso, não significa que ela não saiba que aquilo foi pro bem dela", falei. "Ela sabe."

Ele me observa tentando disfarçar um sorriso bobo.

"O quê?" Indaguei.

"Você está diferente."

Uni as sobrancelhas. "Diferente?"

"É... Está mais... Madura... Da última vez que eu te vi, você tinha uma carinha de menina."

Crispei os lábios soltando uma risada fraca. Engoli seco ao sentir a mão dele sobre a minha na mesa.

"O que está acontecendo?"

"Nada", falei. "São só... Coisas."

"Lauren, eu sou seu pai. Você sabe que pode me contar tudo."

"Eu sei disso, é que..."

"Você está aflita", ele diz apontando o indicador para o meu rosto. "Seus olhos não me enganam."

Baixei a cabeça evitando olhá-lo.

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