Você é perfeita.
Eu te amo.
É incrível como as coisas nunca saem como o planejado.
~~
Depois de tomar meu café em tempo record, e praticamente queimar ainda mais a minha garganta dolorida, eu decidi vestir algo apropriado para o clima gélido e mandei uma mensagem de texto para Dinah.
Estou saindo de casa para pegar meu carro. Preciso falar com você. -L
Quando avistei meu táxi encostando em frente ao meu prédio, pela janela do meu quarto, eu não avisei que sairia de casa. E ao aparecer no corredor completamente vestida e com minha bolsa pendurada sobre o ombro, Taylor já havia entendido que eu pretendia passar o dia fora.
Ela definitivamente já deve ter sacado o clima pesado entre Camila e eu, e sem dúvidas não seria maluca em fazer perguntas adicionais às extremamente necessárias. Quando eu girei a chave na maçaneta e olhei para trás, Camila me encarava do sofá com uma expressão confusa no rosto. Que merda você está fazendo agora, eu lia.
A verdade era que, nem eu sabia.
[..]
Ir até Briarcliff sentada no banco de trás de um carro completamente desconhecido era uma das sensações mais estranhas que eu já havia sentido na vida. O caminho, minhas emoções, meus pensamentos. Tudo era diferente. Sem contar o quão bizarro era o fato de eu estar indo para a clínica para resolver outras coisas, ao invés de visitar Camila. Que agora estava na minha casa, sob minha guarda e atualmente querendo o meu fígado em uma bandeja prateada.
Quando paramos em frente ao portão, entreguei o dinheiro para o motorista e pulei rapidamente para fora do carro. Gordon, que ficava encarregado de tomar conta da entrada e saída de visitantes, saiu aos pulos de dentro da casinha e arregalou os olhos ao me ver.
Observei o táxi se afastar antes de castigar meus olhos e ter de encarar a figura deprimente do outro lado do portão.
"Srta. Jauregui?" Ele pergunta se aproximando.
"E aí, Gordon", me aproximei a grade endireitando meu cabelo. Parei em frente a entrada esperando que ele abrisse passagem e franzi o cenho ao perceber que a figura permanecia estática. "Você não vai abrir o portão?"
"Eu recebi ordens pra não deixar você entrar."
Engoli seco.
"O quê?"
"Eu recebi ordens pra não permitir a sua entrada. Me desculpe."
"O monsenhor fez isso, não? Oh meu Deus..." Levei a ponta dos dedos até as têmporas, minha dor de cabeça parecia voltar três vezes pior. "Gordon, meu carro está estacionado aí há dias, e eu só preciso pegá-lo. Eu juro que não vai demorar e—"
"Ordens são ordens, Srta. Jauregui", a voz carregada de superioridade.
"Gordon, eu... Quer saber? Esquece", girei os calcanhares sobre o gramado úmido e pesquei o celular de minha bolsa.
Procurei rapidamente pelo número recente e levei o aparelho até o ouvido. Ao olhar de esguelha para o lado, rolei os olhos ao perceber que o homem ainda me cuidava. Eu não precisei nem dizer alô quando a voz familiar ecoou na linha.
"Eu já sei o que está acontecendo. Apenas jogue a chave pelo portão que eu levo o seu carro até a saída."
A ligação ficou muda em seguida.
"Você pretende ficar aí o dia todo?" Gordon indaga.
"Eu não vou causar problemas, mas também não pretendo montar um acampamento aqui na frente", inclinei a cabeça rindo.
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Get Me Out
FanfictionNos últimos dois anos tudo o que eu mais queria era não ter que ir àquele manicômio todos os meses para visitá-la. O que é irônico, porque justo no dia em que ela finalmente saiu de lá eu encontrei uma razão para voltar. #3 5H (01/02/2020)
Dazed and Kinda Lonely (part I)
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