EU VIM DA RUA - MC Kevin (Kev...

Galing kay lasp_rj

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PRIMEIRA EDIÇÃO +18 (conteúdo de sexo, drogas e palavrões) NÃO AO PLÁGIO "Na favela você tem duas opções, ou... Higit pa

ABERTURA
2 - Claro que Ela quer um Cara Certo
3 - Isso Que é Foda
4 - Mataram um Amigo Meu
5 - Eu tô te Vendo
6 - O Certo Sempre Prevalecerá
7 - Quem era o Robin Hood da Quebrada?
8 - De Volta ao Zero
9 - Sensações
10 - Ela Sim é Chave de Cadeia
11 - A Novidade é Outra
12 - Só Nós
13 - Tiro no Escuro
14 - Imune?
15 - De Perto Parece Errado
16 - Saudade Não é Solidão
17 - Ano Novo, Vida Nova
18 - Xeque Mate
19 - Sensato é o Papa
20 - Sorria, Você Oficialmente é Trouxa
21 - Eu ganhei
22 - Voltei Pra Ficar
23 - A Consequência
24 - Jurado
25 - O Caminho
26 - Estica Que Arrebenta
27 - O Vírus
28 - Encarnado
29 - A Merda
30 - Todo Castigo Pra Corno...
31 - Rei
32 - Já Sofri, Hoje Não
33 - O Inferno Tem Cor
34 - A Carta Surpresa
35 - Decidir Custa Caro
36 - Era 8 ou 80
37 - Solidão
38 - Tenho Medo da Vida, Não da Morte
39 - A Dor é Sentida (EDITADA)
40 - Revelação
41 - MALUCA
42 - Inferno
43 - Do Seu Lado
44 - 01 Não É 02
45 - Fogo na Lenha
46 - De Volta Pro Futuro
47 - Renascimento (OU MORTE)
48 - Ambição
49 - Solitude
50 - Preços e Valores
51 - De Volta pro Futuro
52 - Sem Direção
53 - Novidade na Área
54 - Lado Avesso
55 - Ensaiando
56 - Ressurgimento
57 - Desabafo
58 - Aos seus pés (?)
59 - A Vida Como Ela É
60 - Retrocesso
61 - Proposta
62 - Início
63 - Soltando o Verbo
64 - Esquecendo
65 - Lua de Mel
66 - Mandona
67 - Reencontro
68 - Fantasmas
69 - Resolvendo Problemas
70 - Passado e Memórias
71 - Coração Abalado
72 - Do Zero
73 - Luz

1 - Perdoa Mãe

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Faltavam poucos dias para as férias, e finalmente meu aniversário.
Era dezembro e eu me encontrava exatamente aos pés do morro, tentando atravessar aquela rua, que parecia enorme diante do meu tamanho.
Sempre foi assim, meu pai me deixava aqui na escola e voltava pra casa na função de ajudar a coroa com os afazeres, depois eu voltava sozinho. Só que naquele dia alguma porra tava errada e a partir daquela data, o número doze passou a ser o meu azar.
Era meio dia do dia doze, exatamente no mês doze de dois mil e doze.
Viu, mano? Percebe o quanto é confuso e intenso? Então, virou meu eterno karma essa porra e eu me deixei afundar de boa!

O morro tava lotado de gente, parecia feira de domingo, só que com mais seguranças do que vendedores. Ou seja, muito mais polícia e viatura do que o normal!
Assim que cheguei do outro lado da rua, fui alvo da vista grossa dos policiais e um deles, portanto um fuzil, chegou bem perto.

- Cadê sua mãe, moleque? - os coturnos lhe faziam parecer mais alto do que o normal.

- Ela tá no trabalho, tio. - e imediatamente apontei para o ponto de ônibus, que era a referência de onde ela sai todos os dias pra faxinar em condomínios de madame.

Não podia sair correndo, aliás aquele sonho de pivete de ser polícia militar em favela me parecia boa ideia, na época. Então, fiquei admirado!
Depois de algumas conversas entre eles, consentiram em me levar até em casa, de viatura.
Desde então, houve pouca conversa no banco da frente. O rádio entrava em alerta, algumas mensagens eram trocadas mas era impossível decifrar, só se prestasse muita atenção! O que me faltava aos dez anos de idade, por isso, curti o banco de couro e apreciei a viagem na primeira viatura da minha vida. Sem ao menos saber que a partir dali entraria em muitas.

Eu estava, parcialmente, atrasado pra chegar em casa, sabendo que já se passavam quinze minutos e eu chegava em casa até dez.
E isso, provavelmente, faria meu pai se torturas por algum tempo, agonizando a ideia do improvável.

A VT foi estacionada duas casas antes da minha, a minha precisão foi horrível, e eu tive que seguir o resto da calçada de pé. Ainda sorrindo, inclinei o corpo para trás até conseguir visualizar aquele carro enorme, e assim acenar rapidamente agradecendo pela carona.

- Ai, garotão! - soltou um suspiro de alívio ao me ver cruzar a sala. - Desviou o caminho de novo por causa das pipas?

A essa altura do campeonato ele já sabia que dentro da favela o clima tava tenso, tive a comprovação disso quando ele fechou as cortinas rapidamente.
Mas tudo bem, logo a mamãe chegaria e ficaríamos bem, já que só nós dois juntos sempre fomos despreparados para tudo. Tanto eu que não tomava banho sem o consentimento daquela mulhe e ele que nunca colocava a carne para descongelar até que ela cruzasse a porta da sala. Éramos incapazes de viver sem suas ordens.

Foi ficando tarde e a empolgação de não precisar fazer dever era de me encher o sorriso, era férias e meu aniversário! Não precisava mais sofrer com isso.
Os horários se tornavam cada vez mais lentos perto da chegada de Ana Maria, meu pai foi ficando inconsolado já que a favela ainda estava movimentada. Os barulhos eram altos do lado de fora mas meu pai insistia em me dizer que eram só os fogos anunciando a chegada das férias escolares. O que provavelmente não aconteceu nos anos seguintes e em mais nenhuma comemoração de férias.

Naquele dia, nenhuma carne foi retirada do congelador e meu banho foi adiado, pois simplesmente ela nunca mais chegou.
As notícias preencheram a televisão nos dias seguintes, sempre de tarde e sua foto foi colocada no jornal como vítima da criminalidade de bandidos.
Mas o épico estava por vir, bandidos que vestiam fardas e eram pagos pelo governo. Esse tipo de bandido, a mídia não condena, sequer anuncia!

E a partir dai, me culparam e eu entrei pro IBGE como apenas mais um que simplesmente entrou pra vida bandida. Como se fosse decisões fáceis, como se eu não tivesse nada pra fazer, no fundo eu só queria vingança.

Ali estava eu. Sendo amparado pela Carla, irmã do meu pai, Junior.
Após mais uma morte na família, confortei o coração em saber que não existiria mais nenhuma dor depois daquela. Era seu enterro, pai.
Após 6 anos ele teria morrido, talvez de desgosto da vida, ainda sou incapaz de reconhecer essa merda.

Haviam três estágios diante daquele funeral, o primeiro era a aceitação de sua morte. O segundo, saber que Carla estaria ali. E o terceiro, e último, não havia mais como voltar atrás do que eu já tinha me tornado.
Ódio. Esse era meu sobrenome.

Infelizmente, nós somos os caras que você chama pra matar os caras mais fortes e o Patrick, já tinha me feito um vilão com esses pensamentos.
Então, só sobrou a maldade da rua e na mesma intensidade, o conhecimento sobre ela.
Patrick, nada mais era do que o chefe do morro e eu fui batizado como irmão exatamente há dois meses.
Talvez por isso meu pai tenha morrido, de desgosto!
Não tinha mais como, fazia parte daquilo há cinco anos, procurando minha eterna vingança...
A partir das drogas, do dinheiro na minha mão e tudo sempre arregado eu queria sempre mais, e se o dólar abaixasse não me afetava. Meu dinheiro continuava em movimento e toda vez, não importassem quantas, eu conferia no bolso a foto 3x4 dos meus pais e roçava a mão no pescoço pra sentir aquele cordão de ouro, que havia sido a única lembrança razoável a se ficar da dona Ana Maria.

- Trouxe o marrom, meu rei? - disse o Patrick, rindo em tom de deboche. Andei até o mesmo mostrando a droga entre as mãos.

A boca sempre era movimentada, quando não era de nóia querendo droga, era de polícia corrupta pedindo arrego.

- Sempre. - fui rápido. Poucas palavras. Talvez minha lógica estivesse sido enterrada junto com meu pai. As vezes o coração também estava lá.

Era sexta, e que ótima forma de sextar, o dia estava triste. Talvez por sua ordem natural, vai entender essa merda...
Haviam muitos ali trabalhando sem a carteira assinada, mas o serviço era digno. Carga horária reduzida e todo mundo tendo tudo o que queria jogados aos pés. Mulheres. Bebida. Droga. E mais buceta a vontade. Era tudo infinito!
CG imediatamente já bolou seu baseado, intoxicando todos nós com sua mente estranha.

- O que me deixa perdidinho é o fato desse moleque ser virgem! - CG riu. Talvez estivesse fazendo piadinhas por causa do seu grau de onda. Realmente a maconha deixava grandes marcas naquele cuzão. Dei de ombros enquanto apontava pra mim.

- Porra, comédia! - Patrick parecia bravo, de hora pra outra. Deu um famoso pedala Robinho no CG. - Respeita a caminhada do cara.

Puxei todo o ar do mundo e ainda sim foi insuficiente pra fazer a dor passar. Nós é bandido mas não Band-aid pra cobrir feridas alheias.
As vezes o Patrick disse aquilo só por conta do dia de hoje ter sido daqueles!

- Mano, firmeza ai pra vocês, entendeu? - fui breve, deixando a voz pairando no ar e deixando um hang loose.

Digamos que, eu era um dos moleques mais novos que acabava de ser batizado pelo crime, ainda estava tirando as fraldas porém todos ali sabiam bem o que eu queria. Por esses e outros motivos de ser de menor, eu tinha que estudar, ir pra aquele caralho de escola por dois motivos. O primeiro voltava a ser a droga do conselho tutelar e eu não queria tomar bronca por pouca coisa, apesar da Carla já ter sido chamada lá inúmeras vezes. Todas elas por grandes motivos! (Por isso, o codinome era Playboy).
Assalto à mão armada, porte ilegal de armas, drogas e como usuário. A lista, talvez, fosse um pouco extensa!
Se caso fosse preso, queria ser por matar o assassino de merda que matou minha mãe. Só assim eu sossegaria naquela prisão.

- Tem bagulho na mochila, quebrada. Vai pegar alguma fita hoje? - cocei o nariz com as costas da mão, dando a entender qual produto era.

O Yan era apenas mais um nóia que vivia comprando de mim. Filho de vereador que vivia fortalecendo o crime da cidade.

- Lógico! - e sacou os cinquenta reais do bolso, sem direito a troco, mirei a entrada da escola.

Faltava algumas semanas para as férias e, de certa forma, me preocupava.
Estava enterrado na cadeira, com os tênis novíssimos da Nike, que o crime patrocinava. A mochila raramente saia das costas, por precaução e assim, me tirando do meu mundinho de pensamentos, a voz da professora velha tomou conta do recinto, anunciando uma aluna nova.

- Deem boas-vindas à Bruna! - arfei e me contorci, até finalmente me arrumar na cadeira, deixando aquela menina passar entre o caminho que eu tomava posse.

Sentou-se atrás de mim. Não passou nem quinze minutos de aula e me pediu uma borracha.

- Ta me tirando, não tá? Olha pra minha cara, caralho. Vê se eu tenho cara de quem tem borracha? - ela engoliu seco e eu revirei os olhos.

Mal havia uma caneta nas minhas coisas, aquilo ali era somente um disbaro pra lojinha do crime, que tava a milhão.
Eu era um jogador... Nada mais, nada menos do que um moleque que cresceu sendo mimado pelas vantagens de ser bandido.
E acredite, ser mimado pelo crime nunca significou pouca bosta!
Eu não tinha amigos, minha vida era mais do que previsível, tudo se resumia no Patrick, CG e o Rato.
Talvez em alguns compromissos momentâneos com certas mulheres mas nunca sério!
A única coisa que eu queria ter, além do óbvio que você já sabe, era uma vida tranquila pra Carla. Já que não consegui fazer nada pros meus pais!
A cabeça se encontrava pensando na hora de ir embora e o relógio me agoniava, doido para o intervalo.
Ouvi o celular apitar e retirei aquele da última geração do bolso.

"Sextouuuuuuu
Mandelão chama, ladrão!"

Ipagpatuloy ang Pagbabasa

Magugustuhan mo rin

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gente sou nova aqui espero que vocês gostem
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❝⋆A vida de S/n está complicada,mas ela conhece Anna Shumate e Vinnie Hacker duas pessoas que lhe vão ajudar imenso ela só pode escolher uma duas pes...