Walking For Silence - Insurre...

By TwenTrevor

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Sinopse "A Grande República já fora uma forte nação, considerada a última esperança de uma sociedade decadent... More

Concurso
Elenco
Capítulo Um: Juramento, Marcas na Memória
Capítulo Dois: Tiro, Um Último Adeus
Capítulo Três: Afeto, Prova de Amizade
Capitulo Quatro: Funeral, Amores Tomados
Capítulo Cinco: Revelações, Deixo de Ser Um Cão do Exército
Capítulo Seis: Vingança, Uma Promessa é Cumprida
Capítulo Sete: Fuga, Execução Adiada
Capítulo Oito: Salvadora, Vida à Mercê do Mundo
Capítulo Nove: Preso, A Garota Que Surge das Sombras
Capitulo Dez: Retorno, Projeto Reativado
Capítulo Onze: Esther, A Estrela da Esperança
Capítulo Doze: Sequestro, Esther Volta à Ativa
Capitulo Treze: Travessia, Salto Para Uma Nova Vida
Capitulo Quatorze: Queda, Anjo da Guarda
Capítulo Quinze: Sentimentos, Caçada Iminente
Capítulo Dezesseis: Socorro, De Volta ao Lar
Capítulo Dezessete: Despedida, Sentimentos Ocultos Revelados
Capítulo Dezoito: Perseguição, Alvo Localizado
Capítulo Dezenove: Reencontro, Confronto Decisivo
Capitulo Vinte: Beijo, Sentimentos Conflitantes
Capítulo Vinte e Um: Esconderijo, Refúgio dos Desesperados
Capítulo Vinte e Dois: Traição, O Amor Grita Mais Alto
Capítulo Vinte e Três: Fuga, De Frente para o Nêmesis
Capitulo Vinte e Quatro: Foragidos, Beijo de Dor
Capítulo Vinte e Cinco: Resgate, Prisão de Amor
Capítulo Vinte e Seis: União, Dupla Perfeita
Capitulo Vinte e Sete: Abnegação, Promessa Rompida
Capítulo Vinte e Nove: Medo, Traição de Um Líder
Capítulo Trinta: Carinho, Reencontrando Amores
Capítulo Trinta e Um: Adeus, Os Opostos se Encontram
Capítulo Trinta e dois: Ceifeira, Guerra Civil
Capítulo Trinta e Três: Sofrimento, A Sexta Tempestade Siruss
Capítulo Trinta e Quatro: Hall dos Líderes, Altair Perde um Pilar
Capítulo Trinta e Cinco: Inimaginável, Uma Nova Vida
Mensagem

Capítulo Vinte e Oito: Execução, Morre um Herói

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By TwenTrevor


Marshall


Desperto do pesadelo com a execução do meu pai debatendo-me com a tormenta de minhas memórias, as correntes novamente presas a meus pulsos estalando metalicamente com meus movimentos frenéticos e súbitos, sonhei novamente com aquele dia, mas dessa vez é por o dia da minha própria execução está se aproximando.

Desde que a Marryweather foi levada para longe de mim não paro de me preocupar com ela, de sentir constantemente sua falta, sinto uma necessidade incontrolável e crescente de saber o que aconteceu com ela e com a Whithelly, de saber como estão lidando o problema da Whithelly estar com o Lide preso ao pulso, de modo geral não consigo parar de me preocupar se estão bem e seguras.

Dessa vez estou vestido com um típico uniforme presidiário de ΩMEGA, vestido para minha execução, obviamente não me matariam fardado. A porta de correr se abre e dessa vez não é um anjo que veio me salvar, mas sim um executor frio que veio me matar. O Capitão Austin me encara odiosamente feliz.

O choro em minhas lembranças da Trice preenche o silêncio e a solidão entre as batidas ritmadas de meu coração acelerado, o som de centenas de vozes se destaca audíveis até mesmo daqui, não sei, mas toda a campanha que minha mãe criou com minha morte parece ter feito muitos desejarem assistir minha execução.

Pelo menos estarei livre de minhas memórias, lembranças mais opressivas e dolorosas do que as paredes de qualquer cela, do que qualquer coisa que me aguarde. Apenas lamento não poder cumprir minhas promessas para com a Trice, a Marryweather e principalmente a Mellanie que agora está morta. Eu acabei desenvolvendo o habito de prometer coisas impossíveis.

– Chegou à hora. – diz Austin limpando a garganta enquanto lê minha ficha, seu timbre pomposo é cheio de satisfação.

– Antes, me diga uma coisa, a Marryweather está viva? – Sei que é quase impossível dele me responder e mais difícil ainda ser a verdade, mas não consigo me conter, se fosse o Clark sei que mesmo por mera consideração a nossa antiga amizade, ele me diria.

– A Nacionalista que tentou te resgatar? – seus olhos brilham de satisfação e entusiasmo pela minha morte.

– Ela mesma.

– Ela deve estar feliz... Morreu como todo Nacionalista, lutando por ilusões idiotas.

Sei que as chances dele estar mentindo são muito altas, no entanto suas palavras realmente me afetam. Se a Marryweather não tivesse tentado me resgatar era para ela estar vivendo consideravelmente bem com a Whithelly em algum lugar temporariamente seguro e não estar presa ou até mesmo morta.

O único que me encara com pena é um homem ao seu lado, obviamente ele não é um soldado. Com a autorização do Austin ele me aplica uma injeção no pescoço, instantaneamente sinto toda minha força me deixar, abandonando meu corpo pesado como se eu estivesse extremamente desgastado fisicamente, com certeza é para me impedir de lutar.

– Guarda, solte o prisioneiro número 227.

Inquieto, Austin transfere o peso de um pé ao outro se mostrando impaciente. O guarda responsável por me soltar se mostra completamente hostil a mim.

Todos odeiam os Nacionalistas por acharem que eles lançaram as ogivas siruss e como todos, ele acha que sou o líder da ARN. Ele respira fundo, aproxima-se de mim um tanto cauteloso e tira um par de algemas do cinto de seu uniforme negro.

– Sem gracinhas. – diz ele libertando um de meus braços e já o prendendo num dos aros da algema. – Não estão muito apertadas, estão? – caçoa ele a todo o momento evitando olhar-me nos olhos, sinto vontade de lhe dar um soco.

Minha mãe com sua campanha conseguiu fazer acreditarem que sou líder da ARN e fez com que ninguém mais me trate com compaixão, apenas ódio e amargura, muitos me culpam por muito do mal que há no mundo atualmente.

Mesmo conhecendo o mundo brutal em que vivo me é verdadeiramente difícil acreditar que eu realmente serei executado por "fazer parte" de uma organização apenas idealista, pouco tempo atrás isso jamais aconteceria. De uma forma patética e mórbida eu penso que estou em minha última caminhada até o pátio de execuções de ΩMEGA onde ironicamente a minha versão Marshall soldado e submisso sonhara passar boa parte de sua vida dedicando-se a caçar pessoas como o que eu me tornei.

Austin me leva até um quarto branco imaculado que mais parece com a sala de uma clínica particular da Grande Capital, que apenas se difere das outras por estar dentro da maior base de Altair.

Um homem idoso sentado em um catre nos aguarda, como um médico ele está usando um jaleco tão branco quanto o quarto e me encara com um olhar rígido, deduzo que será o carrasco responsável por aplicar-me a injeção letal que ceifará minha vida de uma vez por todos.

Meu ceifeiro me examina muito brevemente. Não sei por que disso, do que importa minha saúde se serei executado hoje?

Minha mãe entra na sala como sempre autoritariamente, ela me encara sem dizer nada por algum tempo e quando o médico termina de me examinar diz em tom de ordem.

– Tire uma amostra de sangue dele.

– Sim, senhora.

Rapidamente ele enche uma ampola com meu sangue e a entrega.

– Não importa que fim tenha, parte de você viverá só que em outra criança. – ela guarda a ampola e sai da sala, não sei por que fez isso, que valor uma amostra de meu sangue tem para ela?

Assim que ele termina e estamos sozinhos ele pega algo em uma gaveta e me entrega, vejo que um potinho opaco e está endereçado a mim, com meu nome claramente destacando-se num rótulo simplório escrito à mão com uma caligrafia sofisticada, viro o pote entre os dedos e do outro lado escreveram apenas: – "beba".

O bebo num rápido gole quando ninguém está voltado para mim. Não hesito nenhum instante, provavelmente foram os Nacionalistas que mandaram para mim ou até mesmo a Marryweather conseguiu isso como um plano B.

"Nós apenas lhes demos a chance de escolher como queriam morrer". Lembro-me do que ela me disse mais cedo e tomo-a como para mim, obviamente estou na mesma situação do que aqueles prisioneiros. Eu prefiro morrer servindo os propósitos dos Nacionalistas que à vontade de minha mãe para com o sistema.

Logo sou levado para fora, reconheço o pátio de execução que meu pai foi morto, imagino como agiria se soubesse que meu fim seria igual ao seu. Sou preso a uma maca no centro de um pátio interno e aberto igual ao Coliseu romano, com a pequena diferença de ser menor e feito de aço e concreto, pelo menos não serei morto no Mastro, será uma morte mais rápida e menos dolorosa.

Olho ao meu redor, a segurança está realmente reforçada, Altair teme que eu tente fugir de novo. Tem poucos telespectadores vieram assistir minha execução, menos do que todo o barulho que geram sugere, percebo que a maioria dos gritos vem de fora e parecem revoltados. Vejo os treze ministros da Congregação de Altair, inclusive minha mãe, todos sentados em um semicírculo de frente para mim, em um local privilegiado numa sacada no segundo andar, a mesma que eu fiquei e fui obrigado a ver meu pai ser morto por aqueles cachorros. Fora os ministros e os meus executores, há apenas mais cinco pessoas que conheço me observando.

Como sempre e principalmente agora Walter Thistell olha para mim com superioridade, com uma expressão de vencedor exibido. Gostaria de lhe tirar esse sorriso da cara com um tiro, mas deixo para a Marryweather fazer isso, ela não deve ter morrido com o tiro que levara, ela é forte, tem mais chances de matar Thistell que eu.

Procuro pela Trice por todo o lugar, mas não a vejo nem na sacada, nem na arquibancada que era para estar cheia de civis que apoiam Altair, provavelmente ela não veio me ver morrer. Não a culpo, pois acho que ela não conseguiria ver minha execução e principalmente já tendo assistido nosso pai sendo morto, isso já basta. Confesso que preferia morrer me perdendo em seus olhos sempre fixados em mim, pelo menos morrer olhando para quem amo, mas não queria que ela me visse nesse momento, para os poucos momentos felizes entre nós ficarem em suas memórias e não esse maldito dia em seus pesadelos.

O sabor amargo do liquido que bebi ainda se destaca em minha boca, porém demoradamente sem efeito. Agora eu apenas ouço o zumbido do sistema de ventilação muitíssimo metros acima de mim e vejo o céu azulado, mas o sol é bloqueado por uma parede às minhas costas e não me atinge, queria poder sentir seu calor em minha pele uma última vez antes de morrer.

Vejo câmeras a minha volta e uma enorme tela de um monitor no alto da principal torre da base no centro de tudo, ela reproduz tudo que se passa comigo, isso significa que toda a nação está vendo minha execução, igual ao que foi feito com o verdadeiro líder e fundador da ARN Smith Evance.

Assim que os guardas prendem um cinto em minha cintura, eles afivelam tiras da maca em meus braços e pernas, então o médico-carrasco prende vários fios em mim, ligando-me a um computador com medidores de todos os tipos, entre eles de pressão e monitoramento cardíaco.

Ele apoia rigidamente na borda da cama de metal os acessórios que usará para me executar, uma agulha, que prendera a uma fina e transparente mangueira que se conecta a um cilindro cheio de um liquido negro, ele enfia a agulha em meu braço.

Tudo que me aguarda é um líquido que paralisará meus músculos até que meu coração pare de bater. Depois disso, meu corpo sem vida provavelmente será exposto como exemplo na praça central da ΩMEGA, como aconteceu com meu pai, Altair faz isso com todos os Nacionalistas, em uma hora ou outra.

Assim como minha posição permite, apenas olho para o céu além do teto do domo principal que hoje está especialmente azulado como não via há muito tempo, desde o dia em que estava com meu pai em Dylan momentos antes do falso atentado. Assim que estou completamente preso à maca, ela começa a sem mexer e a inclinar, deixando-me em pé.

O cilindro lentamente se esvazia, vejo o liquido negro correndo pela mangueira até meu pulso e entrando por minha veia, correndo junto de meu sangue.

Uma explosão gera uma coluna de fumaça no céu ao leste, parece até que a guerra contra Arcádia chegou a capital, como nos constantes bombardeios aéreos aos distritos que ficam no front do conflito.

Penso na Trice, eu não consegui realizar minha promessa a ela de que tudo acabaria bem, não consegui cumprir minha promessa a Mellanie e a todos que sofreram de que mataria todos que criaram o Siruss, mas agora em meu último momento de vida somente a imagem da Marryweather me vem à mente, o nosso beijo que durara tão pouco, os ínfimos momentos em que estávamos serenos e conversamos tranquilamente como bons amigos, queria que tudo isso durasse muito mais do que realmente fora.

Pensar nela me faz ficar feliz, com certeza é melhor que pensar na morte tão próxima de mim, vê-la em minhas lembranças me deixa muito calmo. É um sentimento totalmente diferente do que tenho pela Mellanie, porém acho que a amo. Isso me faz pela primeira vez pensar no que Marryweather sente por mim, torço para que ela não se lembre de mais de mim, já basta deixar a Trice sofrendo por minha morte tão precoce.

Antes de meu veneno no cilindro terminar sinto uma pontada repentina no coração a pouco acelerado por causa da Marryweather e perco completamente o ar, mas não luto desesperadamente para respirar, pelo contrario me sinto tranquilo o que deve ser efeito daquela injeção que me aplicaram.

Dou uma última olhada no mundo à minha volta já sem esperanças de viver e vejo distante de mim uma garota de cabelos brancos, sendo retirada de um ônibus presidiário, ela olha para mim e eu reconheço seu rosto familiar tão sonhador.

– Mellanie! – digo num sussurro de esperança, ela some sendo conduzida por uma porta sem eu poder confirmar se é a Mell mesmo.

"– Isso é besteira, a Mellanie morreu e não voltará jamais." – pensava já ter me convencido disso há muito tempo.

E assim como em minhas mais opressivas lembranças começa a chover cinzas, parecem neve despencando do céu repentinamente escuro, coberto por uma nuvem negra e sendo arrastada pelo forte vento, espalhando-se por todo lugar. Está acontecendo novamente, mais um atentado e agora na Grande Capital, a sexta Tempestade Siruss que eu tanto tentei evitar.

Perco completamente os sentidos e sou obrigado a fechar os olhos pesados para um sono e sei que esse será diferente de todos os demais, será eterno assim como o da Mellanie.

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