Walking For Silence - Insurre...

By TwenTrevor

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Sinopse "A Grande República já fora uma forte nação, considerada a última esperança de uma sociedade decadent... More

Concurso
Elenco
Capítulo Um: Juramento, Marcas na Memória
Capítulo Dois: Tiro, Um Último Adeus
Capítulo Três: Afeto, Prova de Amizade
Capitulo Quatro: Funeral, Amores Tomados
Capítulo Cinco: Revelações, Deixo de Ser Um Cão do Exército
Capítulo Seis: Vingança, Uma Promessa é Cumprida
Capítulo Sete: Fuga, Execução Adiada
Capítulo Oito: Salvadora, Vida à Mercê do Mundo
Capítulo Nove: Preso, A Garota Que Surge das Sombras
Capitulo Dez: Retorno, Projeto Reativado
Capítulo Onze: Esther, A Estrela da Esperança
Capítulo Doze: Sequestro, Esther Volta à Ativa
Capitulo Treze: Travessia, Salto Para Uma Nova Vida
Capitulo Quatorze: Queda, Anjo da Guarda
Capítulo Quinze: Sentimentos, Caçada Iminente
Capítulo Dezesseis: Socorro, De Volta ao Lar
Capítulo Dezessete: Despedida, Sentimentos Ocultos Revelados
Capítulo Dezoito: Perseguição, Alvo Localizado
Capítulo Dezenove: Reencontro, Confronto Decisivo
Capitulo Vinte: Beijo, Sentimentos Conflitantes
Capítulo Vinte e Um: Esconderijo, Refúgio dos Desesperados
Capítulo Vinte e Dois: Traição, O Amor Grita Mais Alto
Capítulo Vinte e Três: Fuga, De Frente para o Nêmesis
Capitulo Vinte e Quatro: Foragidos, Beijo de Dor
Capítulo Vinte e Cinco: Resgate, Prisão de Amor
Capitulo Vinte e Sete: Abnegação, Promessa Rompida
Capítulo Vinte e Oito: Execução, Morre um Herói
Capítulo Vinte e Nove: Medo, Traição de Um Líder
Capítulo Trinta: Carinho, Reencontrando Amores
Capítulo Trinta e Um: Adeus, Os Opostos se Encontram
Capítulo Trinta e dois: Ceifeira, Guerra Civil
Capítulo Trinta e Três: Sofrimento, A Sexta Tempestade Siruss
Capítulo Trinta e Quatro: Hall dos Líderes, Altair Perde um Pilar
Capítulo Trinta e Cinco: Inimaginável, Uma Nova Vida
Mensagem

Capítulo Vinte e Seis: União, Dupla Perfeita

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By TwenTrevor

Marshall

Embora as horas se passem muito lentamente o que é comum quando se está preso, sinto que meus últimos dias se passam mais rápido do que deveria. As correntes dependurando-me ferem meus pulsos exaustos, que imploram por um minuto de alívio.

Depois de eu ficar inconsciente na ala hospitalar ou confinado aqui por vários dias, não sei mais se é dia ou noite e nem quanto tempo ainda tenho de vida, só sei que a cada dia que se passa a execução se aproxima, conforme o tempo passa os meus ferimentos melhoram e as dores são cada vez menores, mas isso não faz diferença já que de qualquer maneira meu inevitável fim será uma morte pública.

Assim que se abre a porta de correr, eu sei que meu tempo acabou e que chegara a hora de minha execução. Preparo-me para sentir uma descarga de medo e agonia se espalhar por meu corpo correndo em minhas veias, mas estes sentimentos não chegam até mim. Diferente do que sempre imaginei não estou em pânico ou desesperado.

Meus olhos primeiro se fixam nas botas do guarda que entra, levanto o rosto e nem posso acreditar no que vejo, parece um sonho, mas estou olhando para os olhos excitantes da Marryweather me encarando com um sorriso perigosamente atrevido.

Ela está mais bonita do que da última vez que a vi, desconsiderando o fato estranho de ela estar vestindo uma farda militar, ela parece está mais arrumada como se enquanto eu estive preso ela tivesse passado esse tempo num SPA para se cuidar.

Ela se aproxima de mim, se estica para cobrir nossa diferença de altura e imprevisivelmente me beija, retribuo desejando que esse momento nunca chegue ao fim, entretanto ele é extremamente breve, nós dois sabemos que logo aqui estará cheio de soldados.

– Vim tirar você daqui. – Diz Marryweather se afastando de mim e guardando um revólver.

– Eu estava certo, você é louca mesmo... – digo brincando, sorrindo após um bom tempo, ela é a única que consegue despertar o humor em mim. – Você me colocou aqui e agora quer me soltar?

– Por isso eu vim, mas se querer ficar aqui tudo bem.

– Já que venho até aqui, não faz mal te acompanhar.

Ela tira um molho de chaves do bolso da farda roubada e liberta meus braços que estão pesados e doloridos, quase caio devido a uma fraqueza repentina, três dias sem ser Medicado fez meus ferimentos piorarem novamente e não sei quando foi à última vez que me alimentei.

Ela me ajuda apoiando-me com seu braço bom. Assim que a vertigem passa, nós saímos da cela, vejo dois guardas inconscientes ao lado da porta e outro no fim do corredor.

A Marryweather me entrega um mapa, para ser mais exato o mapa de ΩMEGA, me pergunto como ela o conseguiu.

Corremos lado a lado, percebo que ela reduz consideravelmente a velocidade para eu poder acompanhá-la. Meu corpo quer apenas aproveitar a liberdade do momento, gravar cada segundo que posso me mover como se fosse uma recompensa por ficar tanto tempo preso.

Está tudo tão quieto e silencioso que posso ouvir a respiração ofegante de nós dois. Guiados pelo mapa conseguimos chegar à entrada da ala presidiária sem problemas, mas a frente do portão há um bloqueio de duas fileiras de soldados armados com fuzis, o Clark e seu esquadrão agem com toda a calma, ainda se posicionando em pontos estratégicos, sabem que não iremos conseguir sair daqui. A Roseannie nos olha com uma expressão de satisfação, ela deve ter suspeitado de minha demora e alertado o irmão sobre mim.

Assim que os vejo engatilhando todos ao mesmo tempo, se preparando para atirar em nós, estendo o braço a fim de impedir que a Marryweather continue a caminhar para a morte certa e a puxo para a cabine de controle ao nosso lado, com o impacto ela cai sobre mim. Ela olha para mim esperando que eu arrume uma solução e assim podermos escapar daqui, sei que ela age apenas por impulso e isso agora a levaria ser fuzilada.

– Estou cansado disso Marshall, se entregue de uma vez! – grita Clark. – Não faça sua irmã sofrer mais.

Ele usa a mesma estratégia que usei para ele me obedecer quando o fiz de refém. Assim como aconteceu com ele, suas palavras me afetam, por um momento hesito e me vem à mente a imagem Trice pequena chorando sozinha.

– Não há como vocês saírem daqui.

Lembro-me de que quando me prenderam na cela a porta se fechou sozinha, logicamente com o comando de algum sistema de segurança. Olho para o computador com esperança de conseguir algo que possa nos ajudar.

Levanto-me sem ficar totalmente a vista e ligo o computador que está em modo de espera, um tiro é disparado, abaixo instintivamente, mas seria inútil se não tivessem errado, quando olho para trás apenas vejo o buraco do projétil na parede às minhas costas, poucos centímetros de minha cabeça.

A Marryweather já sabe o que quero fazer, ela se afasta deitando no chão em um ângulo que tem total visão do monitor, pego o mouse e ela me guia as cegas.

– Confirma em C24. – diz ela usando graus para me orientar, obedeço, trabalhando unidos conseguimos e assim que clico uma sirene aguda toca, e no mesmo instante Clark percebe o que estamos fazendo. Ele abre fogo contra a CPU e o monitor que com um estouro são completamente destruídos, mas já e tarde demais, todas as portas de todas as celas e solitárias lentamente se abrem, de metade delas saem prisioneiros, muitos estão confusos, mas a maioria se junta num grupo enfurecido enquanto outros vão soltar os que ainda estão nas celas por estarem acorrentados.

Poucos temendo represarias ou desmotivados demais para lutar voltam para suas solitárias, porém quase todos avançam em direção aos soldados sem se importar de eles estarem fortemente armados, sabem que não podem fazer praticamente nada, mas provavelmente irão ser executados ou morrerão aqui antes do sistema cogitar a possibilidade de serem soltos com algum indulto.

Todos sabem que Stantgrow foi uma exceção, que no lugar de ocorrerem fugas em massa todos os dias ocorrem chacinas. Com os soldados ocupados demais recuando em seus postos e chamando reforços avançamos agora em maior número.

– Marshall! – chama-me Marryweather mais alto que os gritos felizes e odiosos dos presos recém-libertos com um sorriso que nunca vi em seu rosto, ela ama aventuras assim como uma criança que vive arriscando-se. – Estou feliz, você me devolveu a emoção da aventura que eu havia perdido.

– É bom saber disso. – não sei explicar, mas fico muito feliz apenas por vê-la sorrir.

Os soldados saem e mandam os portões mais a frente serem trancados, bloqueando a ala presidiária. Assim como aconteceu na fuga de Stantgrow, a famosa máfia Frame Sky se destaca das outras e começa a liderar a revolta.

Os prisioneiros se armam com qualquer coisa que vêm pela frente e gritam ordens através das grades dos portões, dizendo que tem reféns para serem executados caso não sejam ouvidos. Eles penduram no meio do saguão os três guardas que tentou me barrar perto da cela do Marshall, um deles está obviamente morrendo devido ao ferimento mais grave do que dos outros.

Tentamos desbloquear a porta com o cartão que a Marryweather roubou, contudo eles desativaram todos os painéis ao lado das portas.

– E agora? – pergunto torcendo para que ela tenha algo planejado.

– Não sei. Você que é o cérebro, pensa aí.

– Você não tem nenhum plano de fuga?

– Só pensei em como entrar, não sair. Quer que eu faça tudo?

Não a respondo, apenas não consigo parar de pensar como alguém invade uma base militar sem saber como sair.

– Quem sabe num caixão. – diz ela sendo sarcástica.

– Ótima ideia. – digo a puxando pelo braço para longe da bagunça que se tornou com todos livres, os passos apressados se tornam calmos e meu toque torna-se gentil, logo estamos andando de mãos dadas, a todo o momento ela insistentemente exige que eu explique meu plano, mas apenas o faço quando estamos sozinhos de volta a uma cela.

Quietos nós ouvimos toda a revolta se repercutir do lado de fora, como todos sabiam cerca de uma hora do inicio do confronto um grupo tático entra na ala presidiária e sem mostrar o menor interesse pelos reféns ou qualquer sentimento pelas pessoas à frente, eles abrem fogo, daqui ouvimos apenas os tiros e gritos de agonia dos presos sendo baleados.

Vem-me a memória de quando atirei nas pessoas em Illen para proteger o expresso 236 e principalmente em Dylan quando os soldados atiravam nas pessoas que tentavam deixar o setor, eu era pequeno e por isso as lembranças estão sempre vivas em minha cabeça.

Novamente sinto me culpado por causar a morte de tantas pessoas, se eu não tivesse os libertado, agora não estariam morrendo.

– Não é culpa sua. – diz Marryweather como se soubesse o que estou pensando ou lendo meus sentimentos. – Eles escolheram isso, nós apenas lhes demos a chance de escolher como queriam morrer.

Aos poucos a revolta é controlada e assim como eu calculei eles começam uma batida de cela em cela.

– Fica alerta. – cochicho.

Mais dois minutos se passam até que três soldados se aproximam da cela em que estamos. Espero até o último segundo e assim que o primeiro atravessa o limiar da porta e não pode mais ser visto por quem estiver no corredor, uso uma imobilização o desarmando e projetando seu corpo para o chão, ele que cai com um baque alto, então finalizo o nocauteando. A Marryweather atira, ferindo com precisão os outros dois soldados antes deles poderem fazer algo contra nós.

Tiro a farda de um soldado de elite e o entrego a Marryweather, viro-me para que ela possa vesti-la sem constrangimento.

– E você?

– Não há como eu enganar ninguém com essa aparência e nem tenho um Lide como você, vou abolir te entregando. Pode sair daqui e não se preocupe comigo. – a Marryweather me encara com raiva de minha atitude, mas depois de ficar preso aqui não posso me disfarçar como ela. – Você já fez o bastante por mim, agora estando livre eu me viro.

Assim que termino de falar minha visão embaça e sinto uma pontada agonizante no peito drenando minhas forças enquanto se espalha por meu corpo, sei que a Scorpion Needle foi ativada e está acontecendo tudo de novo.

A Marryweather vê que não estou bem e se aproxima para me acudir, mas diferente da outra vez os sintomas passam tão repentinamente quanto vieram, pisco varias vezes a fim de voltar a enxergar normalmente.

– Não vou te deixar aqui nesse estado! Eu não teria vindo até aqui para garantir apenas a minha fuga.

– Você tem a chance de ir, não olhe para trás. Eu arrumo outro jeito. – digo com um sorriso. Só eu não perder a cabeça como da última vez que eu consigo fugir.

– Não! Eu... – ela freia as palavras que iriam sair naturalmente e quando volta a falar seu timbre é mais controlado. – A Whithelly sente falta de você, é o único tema de suas conversas, ela realmente se apegou muito rápido, não vou deixar você aqui sozinho.

Sei que ela diz isso para me fazer desistir de minha ideia e dá certo.

Como sempre que ela consegue algo que deseja, um lindo audacioso sorriso floresce em seu rosto. – Marshall, coloca as mãos para trás. – não entendo o que ela quer, contudo faço o que ela pede. A Marryweather vai ás minhas costas e algema meus braços, mas não a fecha.

Ela pega o fuzil que está caído ao corpo inerte do soldado, por estar travado ele serve apenas como mais uma peça de sua fantasia. – Anda prisioneiro! – compreendo perfeitamente o que ela planeja.

Nós saímos da cela, caminho na frente como se estivesse sendo conduzido por ela. Andamos sem pressa pelos corredores, agora parcialmente vandalizados pelos presos. Não encontramos com ninguém até chegarmos numa bifurcação a poucos metros da entrada da ala presidiária, onde vejo um soldado vindo em nossa direção, antes que ele perceba que estamos caminhando para o lado oposto as celas me jogo no chão.

– Precisa de ajuda? – ele oferece parando para ajudar, é pedir demais que apenas fosse embora?

– Meus parceiros já vão voltar, eles apenas foram atrás do outro que estávamos perseguindo.

Inventa Marryweather sem dar o menor sinal de que está mentindo.

– Essa área está sob minha jurisdição, então meio que sou obrigado a ajudá-la.

Ele pega meu braço e "força-me" a levantar e graças a ele começamos a voltar todo o percurso que acabamos de fazer. Ando devagar, fingindo estar manco para não voltarmos rápido demais, apenas esperando uma distração dele para agir, mas ele fica sempre em alerta, pronto para atirar.

– Você está ferida? – pergunta ele após voltarmos uns quatrocentos metros, ao ver o sangue do ex-dono da farda cobrindo o peito da Marryweather.

A Marryweather aproveita a brecha tão aguardada para lhe dar uma ombreada, ele se choca contra a parede ao lado, eu solto meus braços da algema e lhe dou um soco. Como falho em nocauteá-lo com um único golpe, vou para cima dele antes que reaja, entretanto a sirene alta do alarme volta a soar do teto, a Marryweather me manda correr, olho para o lado oposto e vejo um grupo de soldados do esquadrão de elite surgindo no fim do corredor.

Logo chegamos ao hall central que liga todas as alas da base, seguimos as indicações nas paredes em direção à saída.

Pela primeira vez noto mais a frente dois sensores nas paredes, e assim que passamos por eles sinto uma pontada em minha cabeça, meu ouvido começa a zunir e novamente a dor do Scorpion Needle se espalha rapidamente pelo meu corpo, uma dor lancinante que me faz diminuir a velocidade de meus passos.

A cada sensor que passamos mais difícil se torna de eu prosseguir. Aos poucos vejo a Marryweather se distanciando e os gritos dos soldados as nossas costas se aproximarem cada vez mais rápido. Continuo até o meu limite e assim que o atinjo minha perna vacila numa passada e eu caio agonizante.

µµµ

Assim que o corpo do Marshall cai num baque paro de correr e volto-me para ele, o medo e a dúvida se espalham por minhas veias tão rápido quanto a Scorpion Needle consume ele.

Volto até ele e chamo seu nome sem receber uma resposta, tento me manter tranquila e ser rápida, tempo é algo que temos no momento. Olho a minha volta e encontro uma sala a poucos metros de nós, quebro o vidro na batente da porta e a arrombo sem dificuldades.

Puxo o Marshall para dentro da sala, entre alguns nomes que desconheço, ele me chama delirante. Arrasto seu corpo pesado e tenso de dor para um canto escuro atrás de uma mesa de reuniões. Vou até as janelas e começo a fechar suas persianas, abaixo quando soldados passam apressados em frente das janelas sem me notar.

Ouço o Marshall gemer e preocupada corro para ajudá-lo, ele começa a se contorcer no chão em convulsão, tento ajudá-lo, mas agora que realmente preciso parece que esqueci tudo que meu pai me ensinou, o viro de lado para ele não se engasgar e o seguro em meu colo, porém não sei o que fazer para realmente ajudá-lo. Mesmo a convulsão durando pouco mais de um minuto me parece uma eternidade agonizante e então Marshall abre os olhos pesados, seus olhos cinza brilhando ainda muito vivos, mas debilitados.

Ele respira sem forças e me encara, mas não sei se está me enxergando, em volta da íris ardósia uma linha azul se destaca em volta de sua pupila dilatada por alucinações.

Com um estalo de cacos se quebrando minha atenção é desviada de seus olhos penetrantes para a porta. Três soldados liderados pela Roseannie se aproximam perigosamente de mim, pego o Colt Eagle e atiro contra eles, disparo quatro vezes, acerto um deles com dois tiros e baleio a Rose no ombro antes de também ser atingida.

Sinto apenas o impacto do projétil e então meu sangue quente se espalha muito rapidamente por meu peito, agora sim o meu sangue manchando a farda, toda força me deixa num único instante e caio sobre o Marshall. Apenas penso na Whithelly, eu sabia que não podia falhar e mesmo assim me deixei errar, deixei tudo isso acontecer.

"– Whithelly Desculpe-me, eu falhei." – sei que isso me custará o convívio com ela, mas lhe ensinei o suficiente para ela se manter segura assim como eu fiz por todo esse tempo.

¯¯¯

O que mais temi acontece, eu vejo a Marryweather ser baleada à minha frente por minha causa e me odeio por não poder fazer nada para ajudá-la. Meu corpo pesado não me obedece e a cada músculo que tento mover uma tormenta de dor se espalha por meu corpo.

Devido à proximidade entre nós ela cai ao meu lado, com a cabeça e o tórax sobre meu peito, em questão de segundos ela perde a consciência, preciso ver se ainda respira, sinto uma vontade incontrolável de abraçá-la, de beijá-la novamente, de tocar sua pele e sentir o calor de seu corpo. Assim como quando ela desabafou sobre seu passado comigo eu quero proteger ela e permanecer ao seu lado. Os próprios soldados que a balearam retiram ela de cima de mim e a carregam para onde não posso ver, quero continuar com ela, continuar a lutar para fugirmos juntos, mas a Scorpion Needle não me permite, eu não consigo me mover e quanto mais eu tente mais agressiva ela se torna.

Assim como ela, dois soldados me carregam, não sei para onde ela é levada, apenas consigo pensar que é para longe de mim, ela se arriscou para me salvar e acabou ferida, não consigo me perdoar por ter deixado isso acontecer e por ser a causa disso.

Colocam-me numa enfermaria, mas diferente da última, esta tem suas paredes manchadas pela umidade e mais parece com uma solitária num antigo calabouço. O cheiro acre de terra não me deixa dúvidas de que agora estou no subsolo ΩMEGA.

Minha mãe entra no cômodo apertado por paramédicos e soldados, como raramente acontece está visivelmente alterada e nervosa, ela é sempre tão serena e cheia de si, sempre dá a entender que sabe de tudo e controla tudo como um deus.

O suor escorre por todo meu corpo e eu começo a tossir sangue, cada vez que tusso parece que pedaços dos meus pulmões vão sair junto do sangue escuro.

– Não ousem deixar que ele morra! – vocifera minha mãe nervosa, eu ficaria feliz se fosse por querer meu bem, ficar preocupada por me ver em perigo como qualquer mãe ficaria, porém ela apenas não quer que seu brilhoso plano de chegar ao controle de Altair falhe com minha morte aqui escondido de todos, ela precisa de uma morte pública.

Novamente apenas ela saiu ganhando com isso, tenho absoluta certeza que adorou o espetáculo de hoje, com isso qualquer um facilmente poderá provar que existe uma ameaça vivendo a mercê do sistema e principalmente mostrar a todos inquestionavelmente que eu realmente sou um Nacionalista, afinal a Marryweather tentou me libertar e ela é um membro bem conhecido da ARN, principalmente agora que Altair sabe que ela é Esther que a tempo procuravam.

Um médico me aplica uma injeção no pescoço, o líquido que injeta age muito rapidamente e sob seu efeito momentaneamente minha visão enfraquece e logo desmaio.

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