Walking For Silence - Insurre...

By TwenTrevor

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Sinopse "A Grande República já fora uma forte nação, considerada a última esperança de uma sociedade decadent... More

Concurso
Elenco
Capítulo Um: Juramento, Marcas na Memória
Capítulo Dois: Tiro, Um Último Adeus
Capítulo Três: Afeto, Prova de Amizade
Capitulo Quatro: Funeral, Amores Tomados
Capítulo Cinco: Revelações, Deixo de Ser Um Cão do Exército
Capítulo Seis: Vingança, Uma Promessa é Cumprida
Capítulo Sete: Fuga, Execução Adiada
Capítulo Oito: Salvadora, Vida à Mercê do Mundo
Capítulo Nove: Preso, A Garota Que Surge das Sombras
Capitulo Dez: Retorno, Projeto Reativado
Capítulo Onze: Esther, A Estrela da Esperança
Capítulo Doze: Sequestro, Esther Volta à Ativa
Capitulo Treze: Travessia, Salto Para Uma Nova Vida
Capitulo Quatorze: Queda, Anjo da Guarda
Capítulo Quinze: Sentimentos, Caçada Iminente
Capítulo Dezesseis: Socorro, De Volta ao Lar
Capítulo Dezessete: Despedida, Sentimentos Ocultos Revelados
Capítulo Dezoito: Perseguição, Alvo Localizado
Capítulo Dezenove: Reencontro, Confronto Decisivo
Capitulo Vinte: Beijo, Sentimentos Conflitantes
Capítulo Vinte e Um: Esconderijo, Refúgio dos Desesperados
Capítulo Vinte e Dois: Traição, O Amor Grita Mais Alto
Capítulo Vinte e Três: Fuga, De Frente para o Nêmesis
Capitulo Vinte e Quatro: Foragidos, Beijo de Dor
Capítulo Vinte e Seis: União, Dupla Perfeita
Capitulo Vinte e Sete: Abnegação, Promessa Rompida
Capítulo Vinte e Oito: Execução, Morre um Herói
Capítulo Vinte e Nove: Medo, Traição de Um Líder
Capítulo Trinta: Carinho, Reencontrando Amores
Capítulo Trinta e Um: Adeus, Os Opostos se Encontram
Capítulo Trinta e dois: Ceifeira, Guerra Civil
Capítulo Trinta e Três: Sofrimento, A Sexta Tempestade Siruss
Capítulo Trinta e Quatro: Hall dos Líderes, Altair Perde um Pilar
Capítulo Trinta e Cinco: Inimaginável, Uma Nova Vida
Mensagem

Capítulo Vinte e Cinco: Resgate, Prisão de Amor

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By TwenTrevor

Marryweather

Ansiosamente, assisto o Brayan nervoso repassar a função de cada um e novamente os últimos detalhes da missão de amanhã, diferente de mim para ele não é um resgate e sim seu grande golpe contra Altair. Fico incomodada por ele me deixar de fora de toda a ação no seu projeto já arquitetado.

– E a minha participação? – pergunto assim que a reunião termina e nós voltamos a ficar sozinhos na sala.

– Você não irá. – responde ele saindo para o corredor, o sigo desapontada, com uma raiva crescente dentro de mim.

– Como assim? É claro que vou!

– Tente entender Esther, vai ser muito perigoso, não tem por que você ir... Você pode ficar segura aqui e ver Altair desmoronar.

– Não vou ficar de braços cruzados, se não for com você eu irei sozinha!

– E a Whithelly? O Jimmy ainda não terminou. – diz Brayan com uma expressão de que já havia previsto essa conversa.

Nós entramos no quarto que estou dividindo com a Whithelly, mesmo essa hora ela está novamente no laboratório do Jimmy para tirar aquele maldito aparelho, o Lide do soldado.

– Não vou deixar você se arriscar.

– Não preciso que me proteja, Sei me cuidar sozinha.

– Sei que sabe.

– Não temos que discutir isso, amanhã nós resolvemos. Agora descanse.

Assinto sem estar confiante com sua resposta, mas assim como ele deixo esse assusto para ser resolvido amanhã, o dia programado para atacarmos ΩMEGA e eu poderei salvar o Marshall do corredor da morte, tento não deixar tão transparente, mas tenho pensado muito nele. O Brayan deixa o quarto e eu me jogo na cama, estou realmente é cansada de não fazer nada.

O Brayan encosta a porta e ouço o estalo da fechadura trancando-se. Levanto rápido e vou até a porta, forço a maçaneta sem sucesso algum.

– Brayan abre esta porta!

– Pare de Lutar Marryweather, a Esther já morreu e não vou deixar você se arriscar por aquele cara. – Quando o Brayan descobriu que meu objetivo em ir hoje para ΩMEGA é salvar o Marshall? Não sei se subestimei o quanto ele me conhece ou se estou sendo tão previsível assim.

Olho pela fresta da fechadura e consigo ver o homem grandalhão que sempre anda com aquele rottweiler, com certeza dando uma de guarda para impedir que eu fuja, o Brayan planejou tudo isso, talvez desde que eu e a Whithelly viemos para cá.

Pela primeira vez reparo o quarto em que estou ele é extremamente fechado e a porta forte demais para um quarto. Contra minha vontade eu percebo que o Brayan já tinha intenção de me trancar aqui, vou para a única janela e tiro a cortina que a cobre e vejo grades com grossas barras fixadas a parede para impedir minha fuga, ele sabe que não é qualquer coisa que consegue me impedir de fazer o que quero.

Por vezes procuro uma maneira de sair, tento planejar uma fuga e grito frustrada, esbravejando xingamentos, mas nada que faço me dará novamente a liberdade que desejo, até que como uma criança cansada de fazer birra e chorar durmo assim como estou.

No meio da madrugada acordo me sentindo desconfortável com alguém segurando em meu braço, abro os olhos alerta e vejo o Brayan, ele está sentado ao meu lado, estava me observando dormir, vejo que meu braço bom está algemado, preso à barra da cama, assim como eu fiz com o Marshall, agora estou coberta.

Ele sabe que eu nunca irei me render e quer ter certeza que não tenha como eu continuar a resistir, eu tento lhe chutar, mas já prevendo minha impulsividade ele se distância o suficiente para que eu não consiga alcançá-lo com meu golpe.

Ele sorri pela minha atitude infantil.

– O que você pensa que está fazendo?! – pergunto irritada, nunca pensei que o Brayan faria isso comigo, eu o conheço há tanto tempo, sempre soube que ele nunca aceitou, mas acreditava que ele respeitava minha decisão. – Qual é a sua intensão em me deixar trancada aqui?

– Pelo menos uma vez na vida esquece o passado, deixe o futuro para eu resolver e viva o presente comigo, eu posso manter você e a Whithelly em boas condições de vida, vocês serão felizes ao meu lado.

– Eu já lhe respondi isso e nada me fará mudar de ideia, parece que você não me conhece, nunca conseguiria me fazer amá-lo me mantendo como prisioneira, assim você consegue apenas me afastar de sua vida.

– Você tem que esquecer aquele cara, ele já está condenado, não vou deixar você se arriscar por isso. – ele faz uma pausa e quando volta a falar usa um tom convicto e obsessivo que já ouvi soar de seus lábios, mas sempre direcionado a queda de Acádia e ascensão de seu poder no novo sistema que criaria. – Depois que ele morrer, você verá que nasceu para ser minha e me amará.

Ele vira-se para deixar o quarto.

– Espere Brayan! Diga-me onde está a Whithelly?

– Não se preocupe, ela está bem. Desde que seu pai morreu, eu sempre cuidei dela como uma filha e nada mudou.

Isso poderia funcionar com a Lore ou com qualquer outra garota, mas ele devia saber que nunca funcionaria comigo.

Ele deixa o quarto e volta a trancá-lo, ainda ouço sua voz, mas não entendo o que ele diz, provavelmente está dando instruções e ordens ao grandão que sempre anda com o cachorro, meu carcereiro pessoal.

Fico sentada por algum tempo, porém com a mão algemada não encontro uma posição confortável, então me deito assim como estava antes de acordar, mas não volto a dormir e nem tento.

As horas se passam muito lentamente, me sinto apreensiva, a cada minuto que eu perco maiores são as chances de ser tarde demais para salvar o Marshall. O Brayan ou meu carcereiro me trazem comida e água várias vezes ao longo dos dois dias que eu passo presa aqui, pratos belos e caros que não lembro a última vez que vi iguais, mas não como ou bebo nada, não sou uma boneca que o Brayan pode brincar de casinha quando quer como se fosse meu dono e ele terá que perceber isso.

Quando anoitece no segundo dia a porta se abre, acho que verei o Brayan que voltou para recolher a janta intocada de cima do criado-mudo, entretanto dessa vez é a Lore, ela simplesmente joga uma chave para mim.

Tendo a pegar, mas meu braço ferido dói ao levantá-lo abruptamente, ela cai do meu lado e eu a pego.

– Segunda porta a esquerda, eu distrai o Tahre, mas mesmo assim seja rápida! – alerta ela.

– Obrigado. – Agradeço a ela pela primeira vez em toda minha vida e ela sorri.

– Não estou fazendo isso por você. – sei que sua intenção é puramente que eu resolva meus problemas logo e suma de sua vida para sempre e assim deixar seu caminho livre até do Brayan, assim como era até eu procurá-lo novamente.

Mesmo sem a ajuda da Lore o Brayan não conseguiria me deter por muito tempo. Eu não vou permitir que o Marshall sege realmente executado, isso não pode acontecer. Se não o tivesse deixado preso quando fugi, ele não teria sido capturado, eu o coloquei lá e o tirarei, custe o que custar.

Tiro a algema e saio do quarto, a Lore continua na porta enquanto ver eu me afastar, entro no quarto que ela me indicou e olho à minha volta, estou num quarto que mais parece uma suíte, além de uma porta de vidro eu vejo uma enorme sacada, pego uma cadeira e a jogo contra o vidro que se estilhaça, sei que ouviram isso, então tento economizar ao máximo o pouco tempo que disponho.

Vou até o parapeito banhado pela luz prateada da lua, aqui não é muito alto, meu primeiro pensamento era pular, porém não será nada bom invadir uma base militar com a perna ou o braço quebrado. Eu subo no parapeito e ao sentir o ar gelado da noite em minha pele me arrepio.

Ando lentamente na beirada da sacada até seu limite, quando chego ao encontro entre as paredes em forma de "L" não tenho para onde ir, a partir daqui a parede é lisa demais e não tenho onde pisar. Vejo no complexo ao lado uma janela aberta não muito distante, um andar abaixo, apenas três andares me separam do chão.

O homem do rottweiler entra atrás de mim e vem direto para a janela ao não me encontrar na sala e ver a porta de vidro da sacada estilhaçada, eu ouço o forte latido do cão se aproximando rapidamente, tomo fôlego e salto para o nada sem pensar para não acabar hesitando, em queda livre sinto meu corpo leve e o vento passar por meu rosto.

Assim como calculei consigo alcançar a beirada da janela, me agarrando no beiral de mau jeito por causa do meu ombro direito lesionado devido à sequela da quebradura de quando eu tinha doze anos, sinto dor nele.

Iço-me para dentro e vejo que estou num corredor que dá acesso à sala que o Brayan usa para suas reuniões e a porta que lembro dar na escadaria. Primeiramente eu vou para a sala de reuniões que agora está vazia.

Pego do painel no centro da mesa a planta de ΩMEGA que o Brayan roubou e num amontoado de mochilas no canto pego uma delas com tudo que preciso e que seria usada na incursão de amanhã, saio rápido para não me encontrar com ninguém.

Penso em buscar a Whithelly, mas ela estará mais segura aqui e o Jimmy precisa de mais tempo para tirar o Lide, sei que o Brayan cuidará dela em minha ausência, então decidida a ir resgatar o Marshall e voltar logo para a Whithelly vou para a escadaria, não vejo mais ninguém, exceto na base da escada no térreo onde se encontra alguns Nacionalistas que servem de guarda, ajo normalmente e eles não dão atenção para mim, não sabem que estou fugindo.

Sem problemas chego ao enorme portão. Enquanto me aproximo vejo um dos guardas do Brayan falando no rádio. Eu tenho certeza que é o Brayan mandando-os me levar de volta, mesmo que seja a força.

Quando eles vêm em minha direção corro para o lado oposto, sou mais rápida que eles, então eu logo os deixo para trás. Sigo rente ao muro que não é tão alto e com certeza não foi projetado para ficar tão perto da natureza, num trecho meio tombado pelo tronco de uma imponente sequoia, habilmente subo às pressas e pulo o muro que divisava a casa da linha de árvores.

Penetro na floresta que tomou toda a cidade depois dos bombardeios da revolução separatista que dividiu o país a devastarem, tem tão pouco tempo, mas parece que há muito fora abandonada.

Eles me seguem e agora ouço latidos de cachorros os guiando até mim, se aproximando cada vez mais. O Brayan quer o que? Que eu fique forçada debaixo de sua asa para sempre? Que eu fique com ele em troca de proteção e comodidades?

Podem até me matar, mas nunca trancafiaram a Esther como um pássaro ferido numa jaula, para morrer sem reencontrar a liberdade de voar novamente.

Corro no escuro da noite entre casas deterioradas e antigas ruas agora rachadas pelas raízes de imponentes pinheiros que sem a intervenção humana retomaram seus domínios. Evito caminhar reto e as avenidas que são abertas demais para se esconder.

Caminho a esmo até que paro em frente à entrada destruída de um antigo mercado, vejo vários carros em seu interior, de várias marcas e modelos, a ARN usa aqui como garagem para seus veículos.

Tento o carro mais próximo de mim, um antigo Paladino azul, as portas encontram-se abertas. No porta-malas encontro uma chave micha que é usada para roubar carros, dou a partida sem problemas. Um dos guardas surge à frente do capô e grita para os outros que me encontrou. Piso fundo e quase o atropelo, porém ele desvia.

Saio do setor coberto pela floresta e entro no deserto noturno que muitas vezes me acolheu enquanto eu fugia. Por causa do luar a areia parece um extenso oceano sólido de águas azuis.

Chego ao centro antes de o sol nascer. Como o previsto por todos os lados a segurança foi reforçada, hoje não apenas será a execução do Marshall como também o conselho decidirá seu novo líder.

Abandono o carro num beco sem saída em frente à estação. Vou para o banheiro mais próximo e abro a mochila, como já sabia dentro há apenas uma farda militar, um CIP falso, um Colt Eagle com silenciador e um dos Lides que o Jimmy fez usando o que está preso no braço da Whithelly.

Como o CIP tem um nome masculino e no lugar da minha foto tem a de um homem que nunca vi, ele não me tem utilidade para mim, o Jogo no vaso sanitário e visto a farda, agora não estou diferente de qualquer outro soldado.

Ligo o Lide que faz uma varredura identificando cada pessoa ao meu redor e me localizando num GPS por satélite, ele é idêntico a um verdadeiro, basicamente a única diferença é que ele não identifica um único usuário. Ele faz os outros Lides me reconhecerem como uma autentica militar, exceto por ser com um nome masculino é um disfarce perfeito.

Saio do banheiro e pego o primeiro expresso para a Grande Capital temendo que alguém me denuncie após me reconhecer. Não sei o quanto meu ataque a C.S.S. Kessler/Shail repercutiu por aqui, em Kessler me tornei tão famosa que nem sei se poderei retornar sem conseguir me sair livre novamente.

O expresso não para nos setores em quarentena, cada vagão é exclusivo para um setor, e apenas ele se abre para a estação quando chega ao destino, como estou indo para a Grande Capital entro no último vagão e preciso de uma licença especial para isso, mas não tenho problema, entro junto de um grupo de soldados que estão encarregados de identificar os passageiros, eles nem notam minha presença

Os bairros da capital estão isolados e com todos os portões fechados, apenas por poucas horas ao dia está livre o acesso entre eles e mesmo assim passagem é extremamente limitada e seletiva, apenas aqueles que não devem nada e tem motivos para a travessia podem passar. Como não sabem que eu sou Esther e eu estou fardada consigo passar por eles apenas inventando mentiras simples.

A Grande Capital é muito diferente, apenas por eu estar vestida de militar todos me olham com respeito e admiração, muito diferente dos setores periféricos onde a maioria odeia os militares.

Vejo em telões por todo o setor, eles mostram comerciais da nação influenciando o nacionalismo à Altair e ao alistamento militar, avisos da Sile Mëllen, indicações para manter o controle sobre o Siruss e deixa-lo longe de nossas casas, demonstrações das forças do exército e propagandas que difamam Arcádia ou os Nacionalistas, mas destacando-se de tudo que mostram periodicamente com intervalos curtos imagens dos cem criminosos mais procurados, considerados inimigos de estado, uma lista desposta de uma maneira muito simples, cinco fileiras de vinte fotos ou o esboço de retratos no caso de Altair não ter uma imagem boa para usar, e ao lado seus nomes, vejo muitos rostos e nomes conhecidos, principalmente da época em que era Nacionalista.

Eu estava em nono lugar na lista, mas graças a meu roubo a C.S.S. subi para o segundo, ficando atrás apenas do Marshall que aparece descrito como capturado e com um xis vermelho sobre sua foto, logo após sua execução eu assumirei o primeiro lugar.

Toda vez que mais uma propaganda termina e a lista aparece novamente, é dado um zoom sobre uma das fotos e são exibidos os dados e a ficha criminal do escolhido, dessa vez é o Marshall que fica na berlinda, primeiramente é mostrado fotos dele como soldado e como civil, vídeos que ele aparece lutando contra Altair, invasões a prédios militares e filmagens das câmeras de rua que conseguiram o filmar.

Todas as imagens o mostram como um inimigo perigoso, mas agora no lugar de pedirem para que o denunciemos caso o virmos aparece o dia em que ele será executado, então surge por fim sua ficha criminal, seu nome completo ao lado de seu nível de periculosidade, considerado de nível Um assim como a mim, então se segue escrito atual líder dos Nacionalistas e para finalizar uma extensa lista de crimes, dentre os principais, insurreição, terrorismo e assassinato principalmente de ministros da Congregação de Altair.

Se eu vivesse na Grande Capital, não tivesse me desligado quase completamente da tecnologia assim como quase todo mundo ou ainda fosse uma Nacionalista eu saberia que o Marshall é um desertor, mas ao contrário disso eu nunca desconfiei de que ele falara a verdade o tempo todo, que não mentiu em todas as vezes que disse que se tornou um foragido que odeia Altair acima de tudo e que passou a ser temido por ela, eu teria o levado comigo quando coloquei fogo no prédio e havíamos fugido juntos, tudo seria tão diferente, tão melhor, ele não estaria no corredor da morte à espera de uma execução pública.

Por causa de toda a propaganda que Altair criou acerca da execução do Marshall marcada para hoje dois grupos se formam em frente à ΩMEGA, um lado pessoas em sua maioria influentes e que apoiam o sistema e na outra, separada por uma linha de soldados, cidadãos infelizes com tudo que está acontecendo, desgostosos com a liderança rígida de Thistell.

Ainda não há confronto com nenhuma das partes e milagrosamente o exército não tenta oprimir os manifestantes que desejam reformas no lugar de um novo ditador no poder.

Caminho entre as pessoas, de longe vejo soldados entrando pela portaria sem problemas, penso em fazer o mesmo, mas sem um CIP não sei se iria muito longe, se eu tentasse entrar assim provavelmente seria pressa antes mesmo de chegar perto do Marshall.

– Está perdida? – Pergunta uma garota também fardada ao meu lado, não a vi se aproximar, ela olha diretamente para meu rosto por algum tempo calada, mas não me reconhece. – Você é da esquadra do Clark, né?

– Sou. – confirmo, através dela posso conseguir algo de bem afinal.

– Vem comigo. – diz ela me puxando pelo braço, sem saber me oferecendo a brecha na segurança de que eu necessitava. Deixo que ela me conduza para perto da portaria, assim nos misturando entre os soldados. Nós os acompanhamos quando começam a se juntarem na frente do portão principal da base.

– Tenente Clark, nós ainda temos controle da situação. – enquanto me aproximo um soldado diz a seu superior, um homem pouco mais velho que eu.

– Certo... – assim que ele olha para mim, para de falar com o subordinado e me encara fixamente. – Cadê seu CIP soldado? – me pergunta ele, quando se dirige a mim meu coração indomável dispara, minha primeira reação a sua pergunta é pensar em correr ou pegá-lo como refém, mas logo descarto essas possibilidades, aqui tem soldados demais.

Faço a melhor coisa que me vem à mente, mentir.

– Desculpe tenente, esqueci no dormitório. – respondo em continência tentando ao máximo ter a postura de um soldado.

– Sabe que isso é contra as regras.

– Sinto muito, senhor!

– Identifique-se!

– Madson Kaddy, 1438. – digo o nome que me identifica no Lide mesmo sendo masculino e sem saber se esse nome está no sistema deles.

– Não quero que isso nunca mais se repita. Da próxima vez não serei negligente. – ele sorri sendo mais gentil do que era para ser. – Depois da reunião me procure.

– Sim senhor!

Junto com o grupo de soldados entro sem problemas, não sou barrada na portaria como era para ter acontecido se eu tentasse sozinha.

– Você é nova, certo? Nunca te vi por aqui e eu me lembraria de você.

– Aqui na Grande Capital, sim.

– Meu nome é Roseannie.

– Sou...

– Eu ouvi Madson, um nome peculiar para uma garota.

Os acompanho pelos enormes e idênticos corredores deste prédio hostil, Roseannie não para de falar sobre ter conseguido concluir a Academia e ser escalada para o exército, em como seu irmão Clark é maravilhoso e ela irá se destacar agora que conseguiu vir para a base central.

Passamos pelo corredor que leva a ala presidiária, para não chamar a atenção passo tentando não mostrar interesse, percorremos mais alguns corredores e todos eles começam a entrar numa sala.

– Preciso ir ao banheiro. – minto interrompendo a Rose em seu monólogo.

– Então não demore meu irmão não iria gostar se você se atrasasse. O Clark é legal, mas essa reunião será com superiores de alto posto.


– Não vou.

Afasto-me rápido, a esquadra de Clark nem nota minha ausência, mas vejo Roseannie me esperando ao lado da porta. Pego o mapa do bolso e com ele em mãos vou para ala presidiária. Um portão no meio do corredor barra minha entrada.

– O que deseja? – pergunta um soldado, por sorte minha deixando seu posto na cabine de controle ao lado do portão.

– Meu superior mandou... – falo aproximando-me devagar, antes de terminar de falar saco o revolver e atiro nele, como ele fica consciente disparo novamente.

Entro cautelosamente na cabine esperando ser recebida por tiros de soldados já alertas com minha presença, porém não é necessário, ele estava sozinho na cabine.

Num dos computadores do balcão vejo a planta de um labirinto intrincado de corredores com centenas celas individuais tão pequenas quanto solitárias.

Procuro pelo Marshall, porém não será possível encontrá-lo assim, assim como no mapa elas não têm os nomes dos prisioneiros, apenas os números deles.

Desço as escadarias e chego a um dos corredores de celas, com grossas portas de aço, assim como no computador todas numeradas, percorro-o olhando pela viseira de cada porta, mais de metade delas tem prisioneiros acorrentados ou jogados ao chão de qualquer jeito.

Atrás do Marshall viro numa bifurcação que dá no corredor com mais celas, diferente das outras, essas são para prisioneiros de nível separados por serem tidos como extremamente perigosos.

Assim que viro eu dou de frente com um soldado fardado de preto, ele que devia estar a pouco no balcão de controle, ele não estranha minha presença, apenas me manda lhe mostrar a permissão para poder transitar por aqui.

– Desculpe, não o possuo, eu estava com meu tenente e acabei me perdendo. – digo me aproximando, assim como no C.S.S. Kessler/Shail a autoconfiança que possuem atrapalha na segurança, eles não tem proteções internas, apenas do lado de fora como que se ninguém fosse capaz de invadir aqui.

Quando ele está ao meu alcance eu lhe aplico um golpe no pescoço e ele cai desmaiado, ando mais alguns metros e vejo dois soldados saindo duma cela, eles olham primeiramente para mim e depois para o soldado caído no chão, quatro portas atrás. Saco o Colt Eagle e atiro neles antes que tenham chance de fazer qualquer coisa contra mim.

Verifico se eles ainda estão vivos, embora eu ache que atingi um num ponto crítico, ambos ainda respiram. Procuro mais um pouco e o encontro, através da viseira um Marshall muito abatido, e como os outros presos por grossas correntes à parede oposta à porta.

Não sei quando isso começou, contudo vê-lo faz meu coração martelar enlouquecido dentro do meu peito como na vez que no beijamos.

Pego o cartão com o soldado agonizante no chão e abro a porta libertando-o.

Marshall não levanta a cabeça para olhar para mim...

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