Walking For Silence - Insurre...

By TwenTrevor

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Sinopse "A Grande República já fora uma forte nação, considerada a última esperança de uma sociedade decadent... More

Concurso
Elenco
Capítulo Um: Juramento, Marcas na Memória
Capítulo Dois: Tiro, Um Último Adeus
Capítulo Três: Afeto, Prova de Amizade
Capitulo Quatro: Funeral, Amores Tomados
Capítulo Cinco: Revelações, Deixo de Ser Um Cão do Exército
Capítulo Seis: Vingança, Uma Promessa é Cumprida
Capítulo Sete: Fuga, Execução Adiada
Capítulo Oito: Salvadora, Vida à Mercê do Mundo
Capítulo Nove: Preso, A Garota Que Surge das Sombras
Capitulo Dez: Retorno, Projeto Reativado
Capítulo Onze: Esther, A Estrela da Esperança
Capítulo Doze: Sequestro, Esther Volta à Ativa
Capitulo Treze: Travessia, Salto Para Uma Nova Vida
Capitulo Quatorze: Queda, Anjo da Guarda
Capítulo Quinze: Sentimentos, Caçada Iminente
Capítulo Dezesseis: Socorro, De Volta ao Lar
Capítulo Dezessete: Despedida, Sentimentos Ocultos Revelados
Capítulo Dezoito: Perseguição, Alvo Localizado
Capítulo Dezenove: Reencontro, Confronto Decisivo
Capitulo Vinte: Beijo, Sentimentos Conflitantes
Capítulo Vinte e Dois: Traição, O Amor Grita Mais Alto
Capítulo Vinte e Três: Fuga, De Frente para o Nêmesis
Capitulo Vinte e Quatro: Foragidos, Beijo de Dor
Capítulo Vinte e Cinco: Resgate, Prisão de Amor
Capítulo Vinte e Seis: União, Dupla Perfeita
Capitulo Vinte e Sete: Abnegação, Promessa Rompida
Capítulo Vinte e Oito: Execução, Morre um Herói
Capítulo Vinte e Nove: Medo, Traição de Um Líder
Capítulo Trinta: Carinho, Reencontrando Amores
Capítulo Trinta e Um: Adeus, Os Opostos se Encontram
Capítulo Trinta e dois: Ceifeira, Guerra Civil
Capítulo Trinta e Três: Sofrimento, A Sexta Tempestade Siruss
Capítulo Trinta e Quatro: Hall dos Líderes, Altair Perde um Pilar
Capítulo Trinta e Cinco: Inimaginável, Uma Nova Vida
Mensagem

Capítulo Vinte e Um: Esconderijo, Refúgio dos Desesperados

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By TwenTrevor

MARRYWEATHER

Vou para o único lugar que vem em minha mente: um abrigo para horas difíceis. Assim que chegamos a Stantgrow, entro de uma vez pelos enormes portões, os gêmeos, dessa vez, se levantam exaltados pela surpresa, Whithelly se esconde atrás de mim como sempre fazia quando era mais nova e ficava com medo.

- Parem aí mesmo! - ordena um deles apontando sua arma para mim, o outro reage mais tranquilo, não diz nada, apenas pega a lanterna para me identificar.

- Não tenho tempo a perder, vocês sabem que sou Esther, saiam da minha frente! - A única maneira que encontro de acelerar esse processo é usar a antiga autoridade que eu tinha quando fazia parte da ARN.

- Também sei que você abandonou seu posto.

- Desculpe, mas não podemos deixar você passar.

- Não sem uma autorização.

Caminho em direção a eles sem medo de seus avisos para parar ou de suas armas, sei que não atirarão em mim.

- Então avise quem for necessário que estou aqui, mas aconselho a me levarem aos seus técnicos imediatamente ou Altair também estará aqui.

Eles entreolham-se avaliando a situação, por fim, mesmo contrariados, acabam seguindo o que havia dito, espero que não arrumem problemas para eles.

O mais baixo guarda a lanterna e pega um walk-talker enquanto o outro me conduz por um corredor que não havíamos passado da primeira vez que estive aqui, notifico ele apenas sobre o Lide para ele me levar a alguém que entende do assunto.

Em pouco tempo, chegamos a um pátio interno onde alguns homens trabalham na montagem de uma bomba muito peculiar e parcialmente improvisada. Vejo uma van ao fundo do pátio, lembro-me da ogiva roubada pelos Nacionalistas, mas não acredito que seja esta, nós lutamos para melhorar o mundo, não acredito que usaríamos algo assim ou não nos diferíriamos de Altair. Vamos até uma saleta um pouco à frente com apenas um garoto de uns quinze anos tentando arrumar um notebook antigo, olho um tanto incrédula para ele, a maioria das pessoas que entende sobre tecnologia são velhos que já estudaram anos sobre isso, não foi apenas a energia que perdemos com a bomba eletromagnética, perdemos muito desenvolvimento e conhecimento.

O gêmeo diz ao ver minha expressão: - Se tem algum rebelde que pode tirar isso, esse alguém é o Jimmy. Assinto mesmo não confiando totalmente em sua afirmação. Então deixo Jimmy a par do problema, ele me encara com um olhar de entusiasmo.

- Me deixa ver o que temos aqui - fala ele já inspecionando o Lide no pulso da Whithelly.

- É um Lide modelo V8 Militar desse ano, como vocês conseguiram isso?

Não respondo.

- Não tem como tirá-lo a força e quando não é o dono que o usa, um sensor envia informações do portador para o centro de rastreamento de Altair.

- Você quer dizer que Altair tem dados sobre ela?

- Provavelmente eles já sabem até quantas vezes ela fez xixi na cama.

- Ei! Eu não faço isso - se defende Whithelly.

- Tira isso logo.

- Para eu removê-lo terá que ser ligado e levará alguns dias, no mínimo uma semana.

- Não tem como ser mais rápido?

- Existe outro método, mas sempre que foi tentado, o portador morreu.

Nem consigo pensar na possibilidade de isso acontecer com Whithelly, não sei o que eu faria.

- Esse Lide tem uma agulha e quando alguém tenta tirá-lo a força, ele responde injetando o veneno no pulso de seu portador. - A política para manter as informações de Altair confidenciais, mesmo custando dezenas de vidas.

Whithelly me encara com medo, me aproximo e a abraço tranquilizando-a. Já que não podemos tirá-lo agora, Jimmy apenas desativa o rastreador para que Altair não possa nos localizar.

Um dos gêmeos nos conduz para o bloco C do presídio que é o único acesso ao bloco E, passamos por um corredor de celas sombrias e em ruínas, com as paredes negras devido ao fogo que as consumiu na rebelião de quatorze anos atrás, quase todos os presos morreram queimados, intoxicados pela fumaça ou fuzilados pela tropa de choque. Isso foi há tanto tempo, mas por todo lado ainda há rastros deles. Foi noticiado que entre os cinco mil presos, cerca de cem conseguiram fugir, mas todos foram recapturados e mortos, no fim de tudo, ninguém saiu com vida.

O gêmeo nos aloja em um quarto improvisado para esperarmos Brayan chegar, o que leva a noite toda.

Assim que entramos no "quarto", Whithelly se joga num pequeno e velho sofá de dois lugares que está encostado à parede, eu me sento no chão e abraço os joelhos encolhidos. Fico conversando com Whithelly para passar o tempo, praticamente em todo assunto, ela arruma um meio de mencionar o soldado que ela passou a chamar pelo nome, não queria que ela se aproximasse do Marshall, não queria que mais uma Silence sofresse por ele.

- Você se apegou muito nele, né? - pergunto meio que disfarçando.

- Foi tão pouco tempo, mas até que ele era um pouco legal... Você acha que fiz certo em abandoná-lo? - Não tenho uma resposta para minha pergunta, olho para ela e percebo que acabou pegando no sono, levanto e a cubro com um fino cobertor. Ela não respondeu minha pergunta, mas eu sei a resposta, sinto que trai a mim mesma e a ele o abandonando daquele jeito, realmente não desejava que tivesse acabado assim, mas isso nunca devia ter começado. Fico sentada a seu lado por um longo tempo a observando dormir de modo tão inocente, então a porta se abre com um baque, Whithelly se mexe incomodada com o barulho e tosse ainda dormindo.

Lore, como sempre irritadiça, entra bufante, ela está séria, lhe conheço muito bem, tanto que sei que ela veio aqui para fazer cena e talvez até mesmo um escândalo. Lore aparentemente está mais metida do que nunca e como de costume, sua expressão ao nos ver se torna de pura raiva.

- Fiquei sabendo que você estava aqui, mas tinha que ver com meus próprios olhos.

Ela está bem arrumada, nem parece que é uma de nós, parece uma boneca burguesa que se difere apenas pela personalidade no mínimo intensa. Afasto-me do sofá para não acabar acordando Whithelly.

- O que você quer? - pergunto rudemente sem paciência para lidar com ela agora.

- Você bem longe daqui!

- Sinto muito, Lore, mas não poderei te ajudar - respondo sarcasticamente.

- Você voltou para tomar tudo que é meu! Mas não vou deixar, fique longe do Brayan!

- Como se eu desejasse suas migalhas, muito menos Brayan e é apenas por isso que ele ainda está com você, então você reage me culpando. - Sei que tenho razão, exatamente tudo nela revela isso, é o único motivo de sua frustração.

Assim que termino a frase, Brayan entra pela porta entreaberta e Lore não perde tempo, praticamente corre para seus braços, aparentemente toda sua raiva some, nem parece que estávamos discutindo fervorosamente há poucos instantes. Reparo que ele está usando um curativo no olho ferido, Lore seria capaz de cegar seu outro olho apenas para ele não puder mais me ver.

- Marryweather? - O ódio do coração negro da Lore aumenta ao ele me notar antes dela, que se enfurece, mas não abandona a sala apressada como ela comumente faria.

- Querido, não precisava se incomodar - começa Lore falando mais fino do que o tom que usara comigo agora pouco, se jogando no braço de Brayan e apoiando sua cabeça nele, que parece mais alto ao lado dela. - Eu já a dispensei, afinal ela não é mais uma de nós.

- E com que direito?

- Como assim "com que direito"? Vai me dizer que você vai dar atenção a ela?

- Lore, você pode me esperar no seu quarto, nós precisamos conversar. - Lore me encara incrédula e raivosa, e eu não contenho um riso devido sua atitude infantil, ela nos deixa batendo a porta ao sair. Eu me viro para o sofá e vejo Whithelly ainda dormindo tranquilamente. Ao meu entender, me deixar sozinha com Brayan é pior para Lore do que o ver dando atenção a mim.

- Ocorreram imprevistos.

- Depois você me explica melhor. - Hoje ele reage mais solidário, mais como ele mesmo, agora é realmente o Brayan que conheci anos atrás. - Agora vamos arrumar algum lugar para vocês ficarem. - Ele pega cuidadosamente Whithelly para ela não acordar, ela apenas balbucia e diz algo incompreensìvel, mas logo volta a dormir, porém agora nos braços de Brayan.

Ele nos leva até o pátio principal e passamos pelos mesmos corredores que passamos hoje cedo, porém agora todos estão apressados e atentos.

Diz ele ao observar meu olhar inquisitivo.

- Ainda existe a possibilidade de Altair ter te seguido até aqui e estar preparando um golpe contra nós.

Percorremos um quarteirão até pararmos em frente a um Fury 64, preto.

- Você tem um carro? - pergunto impressionada, mesmo tendo quase um século de existência, o veículo está em bom estado, todas as nações pararam de produzir automóveis que não fossem destinados ao exército, então estes se tornaram cada vez mais raros.

Ele ignora minha observação e coloca Whithelly deitada no banco de trás, sento-me no banco ao lado do motorista. Sem passarmos por nenhuma Blitz do exército, em pouco tempo chegamos a uma cidadezinha inabitada há anos por se encontrar dentro da Dead Zone, longe de Salty e fora da estrada, temporariamente longe dos radares de Altair.

Ele para em frente a um antigo prédio residencial, como todos os outros ao redor, sem a intervenção humana, a floresta o cercou parcialmente, surgindo trepadeiras entre os azulejos e cobrindo o quintal selvagemente.

Subimos até o terceiro andar e entramos num quarto que Brayan parece ter escolhido como preferencial. Diferente de seu lado externo, por dentro, é mais confortável e acolhedor, com o chão de madeira como o assoalho e uma lareira na sala de estar. Há apenas dois quartos e Brayan coloca a Whithelly na cama de um deles.

Vem à minha mente o momento que salvei Marshall das ferragens de seu jipe, e então a cena de nosso beijo preenche momentaneamente meus pensamentos.

- Marryweather, você parece triste.

- Não é nada.

- Tome um banho - sugere Brayan. - Você deve estar exausta.

- Estou mesmo - confesso sem muito ânimo.

O deixo observando Whithelly dormir e sigo seu conselho, vou ao banheiro, tiro minhas roupas sujas e entro na banheira. Mesmo aqui ainda tendo energia elétrica, imagino que a água esteja gelada, mas está perfeita, depois de vários dias racionando minuciosamente cada gota de água, um banho quente é maravilhoso.

Não fico muito tempo, saio com a toalha enrolada no corpo e vejo sobre a cama uma regata, uma calça moletom e um tênis barato. Algo simples e que não impede meu movimento, o conjunto de roupas que geralmente eu usaria. As visto exceto o tênis, então volto para a sala, onde Brayan me espera com um vinho que mais parece tinta.

- Você deve ter gasto muito com isso. - Tudo encareceu exponencialmente, e dentro isso o que mais encareceu foram os alimentos e a água potável, então alimentos e bebidas que já eram considerados luxo desapareceram ou são mais raros e caros que joias.

- Isso não tem problema, você me acompanha? - pergunta ele levantando a garrafa em uma cortesia exagerada e desnecessária. - Aceito, mas não muito.

Ele nos serve em copos, pois não tem taças. A cada gole que bebe, ele age com uma formalidade excessiva.

- Sabe, Esther, eu gosto muito ainda de você... - começa ele com a voz mais mansa do que o habitual.

- Sei onde essa conversa vai terminar. - Não é de meu feitio, mas o interrompo. - Já tivemos essa conversa e ainda tem a Lore.

- Esquece a Lore por um momento.

- Meus sentimentos por você são apenas de amizade, no máximo o carinho de irmãos.

- Você voltou, eu pensei que havia mudado de opinião.

- Sinto muito, mas nada mudou.

- Você poderia tentar dar uma chance.

- Nunca poderia ter nada com você, não daria certo... Eu não te amo. Você sempre será um amigo, no máximo um irmão.

Seu rosto se fecha, ele não insiste mais.

- Boa noite, Brayan - digo logo que termino meu vinho, ele se restringe a um sorriso encabulado e um tanto forçado, eu não posso culpá-lo, afinal os sentimentos são a pior coisa a se lidar, sinto pena dele, mas não quero lhe dar falsas esperanças. Ele apenas enche novamente o copo com o vinho.

Subo para o quarto e deito ao lado de Whithelly, penso no Brayan, porém Marshall é o único que fica em minha mente, não quero que ele tenha morrido queimado ou asfixiado por minha culpa, ele deve estar em algum posto de atendimento militar recebendo os cuidados de que necessita.

Fecho meus olhos e logo pego no sono.

Tateio a cama em busca de Whithelly, assim que percebo que ela não está dormindo ao meu lado, desperto, olho a minha volta e vejo Brayan em pé ao lado da porta, tenho certeza que ele está há um bom tempo me observando dormir, sento-me na cama.

- Ela está lá em baixo, Jimmy está trabalhando no Lide.

- Obrigada.

- Não precisa me agradecer, saber que vocês estão bem já é o bastante para mim.

Fico meio sem graça pelo fora que dei nele ontem, porém não posso enganá-lo ou brincar com seus sentimentos.

- Relaxa um pouco - diz ele ligando uma televisão antiga, está em um canal de noticias, vejo a mulher que sequestrei no C.S.S. Kessler/Shail há uma semana.

- Comandante Kleyer, qual é a importância dessa prisão? - pergunta uma repórter.

- É um grande avanço, ele é o sucessor de Smith Evance e o atual líder dos Nacionalistas, estamos mais perto de esmagarmos essas pragas! - Sinto raiva por suas palavras, Brayan se mostra tenso a ouvir seu pai ser mencionado e como assim atual líder dos nacionalistas? Até onde eu saiba Brayan os lidera agora.

- É verdade que o prisioneiro é seu filho? Você acha que isso pode lhe atrapalhar na eleição da Congregação Ministerial na próxima semana?

- De jeito nenhum, isso simplesmente mostra minha lealdade para com Altair. - Assim que ela termina de falar, a câmera se foca em um furgão negro, de onde alguns soldados tiram à força e sem nenhum cuidado um prisioneiro atado, visivelmente ferido.

O reconheço, mas apenas tenho a confirmação quando ele olha para a câmera, sinto que é diretamente para mim, é Marshall, não tenho nenhuma dúvida.

Ele está mais acabado do que quando o encontrei desmaiado no jipe, sinto pena, mas acima disso, raiva. Ele falara a verdade quanto a ser um criminoso e isso me incomoda por não ter confiado nele.

- Brayan, e a sua missão de atacar ΩMEGA?

- Você não pode ficar falando sobre isso, não era nem para estar sabendo.

- Responde!

- Estava programado para daqui uma semana, mas se isso que nós acabamos de ver se estender até lá, terei de adiá-la, não tem como a atacarmos com toda essa comoção.

- Não, agora é o melhor momento e eu também irei.

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