Harry saiu do auditório bufando de raiva. Como ele poderia ter realmente acreditado que Louis era diferente das outras pessoas desse inferno? Ele estava tão louco que não percebeu que Niall estava no corredor quando ele o invadiu.
“Whoa Harry! Você está bem?”
Harry teve que ignorar sua raiva para tentar compor-se de volta para sua calma habitual. “Oh, Niall, eu não te vi ai”, respondeu ele empurrando seu cabelo rebelde para fora do seu rosto.
“Percebi. Mas você está bem? Você parece meio... Confuso.” Niall disse a ele.
“Claro que eu estou bem. Não se preocupe com isso. Tenho que ir a aula. Vou vê-lo no jogo desta noite. Acho que minha mãe vai querer nos levar para comer pizza depois, ok?”
“Uh, tudo bem. Acho que vou vê-lo mais tarde.” Niall observou confuso seu amigo correr para longe dele e ir para a aula.
Niall ainda estava tentando entender o que havia de errado quando a porta do auditório abriu revelando uma segunda figura.
“Louis?” Niall questionou, vendo os meninos com olhos vermelhos e inchados. “Cara, o que aconteceu?”
Louis olhou para cima, obviamente surpreso ao ver alguém de pé no corredor olhando para ele. Ele rapidamente enxugou os olhos com a manga da camisa e limpou a garganta.
“Eu estou bem Niall. Não precisa se preocupar, mas tenho que correr. Vejo você no jogo hoje à noite?” Ele não esperou a resposta; apenas olhou para o chão mais uma vez e continuou pelo corredor, em direção a sua próxima aula, na direção oposta que Harry havia desaparecido a momentos atrás.
Niall ficou ali no corredor, completamente perplexo. Ele só conseguia perguntar a si mesmo “que diabos aconteceu?”
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Harry seguiu os passos da mãe no estádio até uma fileira desocupada na arquibancada. Tinha sido uma longa tarde, com Harry pensando sem parar nos momentos que aconteceram na hora do almoço com Louis. Se ele exagerou? Ele não queria acreditar que sim. Se Louis realmente quisesse ser seu amigo, ele não só se sentiria mal por ele está sendo intimidado, mas ele iria fazer algo, qualquer coisa para ajudar a impedir que isso aconteça.
“Isso é tão emocionante!” Anne disse ao filho depois que se sentou, interrompendo os pensamentos esmagadores de Harry. “Eu não vejo Niall jogar faz anos.”
Harry sorriu para sua mãe. “Eu não acreditei quando você disse que queria vir comigo, mãe. Você normalmente parece tão entediada quando eu assisto futebol na televisão.”
Anne fingiu um olhar ofendido até que seu filho rapidamente acrescentou: “Não que eu me importe, mãe. Eu amo passar o tempo com você. E você sabe que acabou de fazer a vida de Niall, o oferecendo pizza.”
Ela riu com a notícia; ela sabia que Niall comia muito bem. Ele era como um segundo filho pra ela, e como um irmão para Harry. Ela realmente gostou dele ter ficado do lado do seu filho quando ele se assumiu. Ela não sabia dos detalhes sobre o que Harry passava na escola, mas ela sabia que ele não estava em um momento fácil. Comprar uma pizza para Niall, era uma forma de agradecimento ao garoto, era o mínimo que podia fazer.
Momentos depois, o locutor veio em voz alta sobre os alto-falantes, assuntando Harry e Anne, “Aplausos para os Doncaster Rovers!”
Todo mundo da arquibancada se levantou e aplaudiu quando os meninos vestidos com as cores da escola entraram no campo agitando os braços em emoção.
O jogo começou. Harry tinha quase esquecido como era difícil manter-se com a bola, enquanto observava ela ser chutado para trás e para frente entre os jogadores. Ele estava sentado perto o suficiente do campo para ver o quão difícil estava o jogo. O suor escorria pelos membros, enquanto corria tentando manter a bola longe de seus adversários. Ele viu Niall chutar a bola para Liam, que então passou a perna para trás em um movimento fluido. Seu pé conectou-se com a bola e o publico a assistiu pelo ar em direção à rede. Harry prendeu a respiração quando o goleiro tentou bloquear a bola.
“Gol!” O locutor informou aos fãs já torcendo. Não importa o quão terrível Harry achava que Liam era como pessoa, ele não podia negar que o menino era um baita jogador de futebol.
O resto do jogo foi muito emocionante; como um membro da equipe rival ficou ferido, em uma quase luta entre dois jogadores, e um monte correndo para trás e para frente. O placar final foi apertado, seis para cinco; para o time da casa. Eles haviam ganhado.
Quando o jogo terminou, Harry estava morrendo de sede de tanto torcer; então ele foi comprar uma garrafa de água, enquanto Anne fez seu caminho até o campo para encontrar Niall e que eles pudessem ir comer a sua pizza gordurosa.
“Niall!” Anne gritou quando o rapaz loiro se aproximou dela com um sorriso brilhante e um menino que ela nunca tinha visto antes ao lado dele. “Trabalho surpreendente no jogo. Vocês jogaram de coração.”
Niall lhe deu outro de seus sorrisos bobos. “Ei Anne, estou tão feliz que tenha vindo. Este é o Louis, ele é um dos nossos novos jogadores! Roubou a bola de volta várias vezes e ainda marcou um gol!” Ele bagunçou o cabelo do menor de uma maneira orgulhosa.
“Oi Louis, você é o numero 17, certo? Eu estava torcendo muito por você quando fez aquele gol! Grande jogo.”
Louis corou um pouco com o elogio. “Obrigado senhora.”
“Eu estava buscando Niall aqui para comemorar com pizza. Você quer ir junto? Ou será que você tem planos com sua família?”
“Uhh, não tenho planos com minha família”, disse Louis baixinho: “eles tiveram que trabalhar essa noite.”
“Bom, então você tem que sair com a gente”, Anne lhe disse com um sorriso genuíno, “eu insisto.”
Louis deixou um sorriso brilhante sair em seu rosto e olhou pata Niall, que estava balançando a cabeça energicamente em aprovação. “Claro, eu adoraria. Muito obrigado.”
“Está mais do que bem-vindo”, Anne respondeu.
“Então, onde está o Harry?” Perguntou Niall.
Louis congelou com essas palavras.
“Ele saiu correndo para conseguir um pouco de água. A garganta foi ficando seca de tanto torcer. Ele deve voltar logo... Oh! Lá está ele...” Anne olhou sobre os ombros do menino quando seu filho entrou em vista.
Niall virou-se e acenou para o amigo, ‘Harry, traga sua bunda aqui! Estou morrendo de fome!”
“Calma Niall, você sabe que a pizza não vai a lugar nenhum...” Harry disse enquanto se aproximava, mas congelou imediatamente quando percebeu que Louis estava em pé ao lado de sua mãe e Niall. Ele sentiu uma súbita onda de raiva assumir quando ele estreitou os olhos. “Louis? Que porra você está fazendo aqui?”
A mandíbula de Anne caiu para o filho. “Harry! Você não pode usar esse tipo de linguagem.”
Louis ainda estava lá chocado, sua mente estava lenta demais para juntar as peças. “Anne é sua mãe, Harry? Eu pensei... Quer dizer, eu não percebi...” Ele gaguejou. “Eu m-me lembrei de que preciso chegar em casa. Me desculpe.”
Anne parecia confusa. Ela olhou para o garoto gaguejando e, em seguida, para seu filho, que estava fumegando de raiva. Desta vez, ela juntou as peças. “Oh, você que é Louis.”
Louis olhou confuso, as sobrancelhas arqueadas quando ele pensou “Ela sabe sobre mim? Harry falou sobre mim?”
“Você é o idiota que anda atormentando meu filho na escola!”
“O quê? Não, e... “ Louis gaguejou, inconscientemente se afastando da mulher que começou a gritar.
“Escute aqui, é bom me ouvir”, disse Anne andando em sua direção, abanando um dedo em sua direção. “Eu não me importo se você é a nova estrela da escola, nunca mais diga uma palavra para o meu filho ou eu, pessoalmente, irei me certificar sobre sua expulsão!”
Louis parecia aterrorizado. Ele não era de digerir todas as palavras, e se sentiu tendo problema para recuperar o fôlego.
Niall deu um passo em direção ao menino tremendo. “Você está intimidando Harry? Por que você faria isso? Pensei que fôssemos amigos! Mas meus amigos não magoam o Harry!”
Louis apenas suspirou tentando recuperar o fôlego. Ele queria desesperadamente se defender, dizer-lhes que eles estavam errados, mas ele não conseguia dizer nada. Ele continuou a dar passos para trás dos dois irritados que estavam gritando com ele.
“Se algum dia eu ver você dando-lhe problemas, eu mesmo vou atrás de você! Você entendeu?” Niall gritou. Louis só olhou para ele com os olhos arregalados, então Niall colocou a mão em punho e perguntou-lhe novamente, “Você entendeu?”
Niall sabia que nunca iria atingir o menino menor, ele não era uma pessoa violenta. Louis; no entanto, não sabia o que esperar. Ele percebeu que estava prestes a ser nocauteado, por isso ele fechou os olhos e se encolheu para longe do adolescente mais alto, colocando as mãos na frente do rosto para se proteger.
Tanto Anne, como Niall, estavam zangados demais para perceber o quão assustado Louis realmente estava.
Harry, no entanto; percebia no olhar de Louis, enquanto ele estava sendo gritado. Parecia terror puro. Ele estava muito irritado com Louis, mas o coração de Harry se quebrou ao ver o quão frágil o menino encolhido e com medo o olhou.
“Gente, isso é o suficiente.” Harry disse indo até a sua mãe e Niall os afastando pelo braço. “Vamos comer.”
Anne afastou-se de Louis, Niall, deu-lhe um ultimo olhar e disse: “Eu não posso acreditar que te defendi antes.”
Louis engoliu seco, vendo os três se afastarem do campo. Ele não conseguia ver direito, porém, se sentiu como se estivesse doente. Várias lágrimas solitárias fizeram caminho pelo seu rosto quando ele finalmente encontrou forças nas pernas para andar até a parede de cimento ao lado das arquibancadas.
Trêmulo, ele deslizou pela parede e se sentou no chão, com a cabeça entre os joelhos, esperando que a terra pudesse se abrir e engoli-lo inteiro.