Jess
Estacionei o carro em frente de casa, estava exausta é só queria uma coisa, minha cama.
Assim que entrei meu gato veio me dar boas vindas, miando e passando pelas minhas pernas, o peguei no colo e o aninhei a mim.
- Oi bonitão... Como foi a sua semana? - Lhe dei um beijo e subi para o meu quarto, eu jurei que não iria chorar por um babaca como Jonathan.
Coloquei meu gato sobre a cama, arranquei a roupa e me deitei embaixo do edredom puxando o travesseiro para abraça-lo.
- Idiota... Babaca. - Desabei a chorar e acabei dormindo.
Acordei com o celular tocando insistentemente , puxei de cima do criado mudo e era Erin, desliguei o celular, abri a caixa de texto e enviei uma mensagem.
[ NÃO QUERO CONVERSAR AGORA, POR FAVOR! ME DEIXA EM PAZ ]
Coloquei de volta sobre o criado mudo e me virei na cama, o celular voltou a tocar, tapei a cabeça com o travesseiro e deixei tocar até cair, mas não teve jeito, a insistência era grande e eu me vi obrigada a atender, não olhei no visor para ver que era.
- Me deixa em paz!... Por favor! - Pedi choramingando.
- Jess, vamos conversar! Não devia ter ido embora assim.
- Qual foi a parte "ME DEIXE EM PAZ" você não entendeu?
- Nenhuma parte, não entendi e vou continuar a não entender. Não sei o que houve entre você e o John, mas não se deixe abalar, minha irmã! Por favor... Fale comigo, Jess!
- Erin... Por favor! Por favor, eu preciso ficar só... Eu odeio esse seu amigo, quero ele bem longe de mim. - Nessa parte eu já estava chorando. - Eu sei que não devia ter vindo com o carro do Zack... eu devia ter devolvido, mas assim que eu estiver melhor, mando um rebocador levar o carro para vocês... mas agora quero ficar em silêncio, por favor?
- Se isolar não é a solução, mana! Por favor, fala comigo.
- Eu sou uma idiota, burra... Eu não vou aprender nunca que nenhum homem gosta de mim de verdade... - Soluçava. - eles querem o meu corpo, querem a satisfação... eu odeio o Jonathan... ele me largou no quarto de hotel depois de dizer que me queria, mas não podia me oferecer nada... Sabe como eu me senti?.. Tem noção?
- Oh Jess! Eu sinto muito.
- Eu me odeio... Eu devia ter nascido feia, sem pernas e braços... Alguém pelo menos iria olhar para mim do jeito que eu mereço. - Eu soluçava, Erin era o meu ponto de equilíbrio e desabafo. - Foi melhor assim... Quero ele bem longe da minha vida.
- Você está certa,minha irmã! Ele foi um canalha e eu jamais esperava uma atitude dessas do John. Mas,não se martirize,Jess! Você gosta mesmo dele,não é?!
- Odeio... Odeio... - Disse irritada tentando parar de chorar. - Eu amo... Aquele cachorro sem vergonha, idiota... Mas eu juro que vou esquecer ele... Por que não é a mim que ele quer, é a vadia da namorada dele no Brasil. Cansei.
-Jess,por favor,se acalma. Vai descansar minha irmã! Toma um calmante
- Eu só preciso descansar... Amanhã nos falamos! Está bem?
-Está bem! Eu te amo,tá?!
- Também amo você... Me desculpa a preocupação... Mas eu precisava ficar longe.
Desliguei o telefone e o joguei na cama, abracei o travesseiro, custei para voltar a dormir, mas assim que consegui, foi para sonhar com Jonathan e seu modo carinhoso de ser, beijando e acariciando meu corpo. Estava pegando fogo, ele tinha me deixado naquele estado mais primitivo de um ser humano.
Acordei com pancadas fortes na porta, mais um pouco seria derrubada. Desci correndo a escada, puxei a cortina e quando olhei estava lá, Jonathan Patrick esmurrando a minha porta.
Abri a porta com um puxão e o encarei aos berros.
- VAI EMBORA... EU NÃO QUERO VOCÊ AQUI...
- Eu vim de Nova Iorque pra falar com você, Jess! Me deixe fazer o seu café.- ele pediu de modo suave e adentrou a casa. - Eu trouxe presunto de parma e queijo cottage. A Erin disse que você adora.
Jess estava de boca aberta parada na porta me vendo entrar, a porta permaneceu aberta.
- Eu não convidei você para entrar... E quando foi a parte que você não entendeu que eu não quero você perto de mim? - O segui até a cozinha. - Vá embora... Você não vai mais me enganar com esse seu jeito doce, Jonathan. - Ela estava séria e a entonação de sua voz era de magoa e raiva.
- Não quero te enganar, Jess! Juro que não. Eu só fui embora porque achei que você não me queria por perto, depois da situação que eu forcei. Jess, eu dirigi quase cinco horas só pra vir aqui te pedir perdão.
- Já pediu... Agora sai! - Cruzei os braços.
- Não antes de fazer o seu café. - ele foi irredutível. - Prometo nunca mais tocar em você.
Não escutei aquilo de novo, olhei para os ovos dentro do pode, peguei ele na mão, peguei um ovo e taquei em suas costas.
- Vá a Merda, Jonathan Patrick, você não encostará em mim, nem agora e nem nunca, você acha que eu sou essas garotinhas que se ilude por uma fala mansa e um café da manhã. - Mandei outro ovo nele que tentava se esquiva. - Eu falei pra ficar longe de mim, e se não sair agora, eu juro que quebro essa casa inteira na sua cabeça.
Ele me ignorou e se aproximou de mim.
-Qual é o seu problema afinal,Jasmine?- ele segurou meus dois braços e me encarou- Eu fui um idiota,mas estou tentando me redimir. Eu não sou um desses idiotas com quem você já se envolveu e que só enxergam o seu corpo. Jess,nós saímos,dançamos,eu toquei em você e você me tocou. O desejo foi mútuo,mas quando você disse que não queria,eu respeitei os seus limites,então,eu realmente não entendo porquê toda essa indignação. Eu fui embora pra te dar espaço.
- Você realmente é um grande idiota que não consegue ver um palmo do seu nariz... E duas taças de vinhos não o deixaram em amnésia para não lembrar que me disse que me queria, mas não tinha nada para me oferecer. - Eu o empurrei com força deixando todos os ovos e a travessa caírem em nossos pés. - Se tem algo a me oferecer, Jonathan! que seja agora, ou vá embora... da mesma forma que veio!
Minha mente gritava para que ele dissesse que podia reconsiderar os pontos, mas não sei se eu também queria isso;
- Então foi isso que a magoou, Jess! Olha pra mim... Você nasceu em berço de ouro. É jovem,linda! Você conhece o mundo e tem histórias pra contar que eu jamais vivi, Jess! Eu não tenho dinheiro,não tenho uma boa casa ou um bom cargo. Tenho quase o dobro da sua idade. Me diz, Jess... O que eu tenho a te oferecer?
- Amor... Cumplicidade, amizade, carinho, proteção... Tudo que eu não tive. - As lágrimas desceram sutilmente. - Mas você já tem alguém, não é mesmo?... Eu não vou amar sozinha de novo, Jonathan. Isso está fora de cogitação, então antes que isso se torne um ciclo vicioso... É melhor a gente se afastar.
- Você realmente gosta de mim, Jess?
- Eu idiota, palermo... - Sorri de lado. - Eu me apaixonei por você no primeiro dia que caí de bunda no chão quando veio me buscar, odiei você desde o momento que apareceu na minha vida... E eu preciso de alguém pra cozinhar.... - Dei risada. - Eu sou péssima na cozinha!
Jonathan sorriu luminoso e me puxou para si,beijando meus lábios suavemente.
-Por quê não disse antes,sua Patricinha teimosa e mimada?
- Porque você é um imbecil que não sabe ficar de boca fechada para certos assuntos. - O beijei carinhosa. - O que você quer de mim, Jonathan?... Por favor, me conte a verdade.
- Eu não sei, Jess! - ele ergueu o meu queixo- Eu,realmente gosto muito de você,e você ocupa o meu pensamento a maior parte do tempo,mas eu não sei se estou apaixonado. Não quero magoa-la,Jess! Mas,eu tenho de ser honesto. Você me faz muito bem.
- Então é melhor sermos só amigos. - Tentei me afastar, ele me segurou. - É sério, Jonathan... A ultima coisa que quero é estar me iludindo com alguém que apenas gosta de mim... logo você resolve ir para o Brasil e se casar com a vadia brasileira... e eu vou ficar...
- Não gosto da Rejane a esse ponto,Jess! E por quê não tentamos?- ele acarinhou o meu rosto e me beijou
- Eu ainda quero te amarrar e te dar uma surra, sabia? - Sorri de lado maliciosa e o juntei em mim. - Foda-se o café da manhã... Vamso ver o tamanho do seu pau de uma vez por todas. - Joguei a cabeça para trás em uma gargalhada espalhafatosa.
- Você é maluquinha! - ele riu e me puxou pra si, me beijando guloso. - Prometo te fazer feliz, ou ao menos tentar.