John e Rejane

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Solidão - Poema 

A solidão me consome

O silêncio da casa é mortificante

E o tic-tac do relógio que parece gritar no meu ouvido.

- Ela não vai voltar idiota! Você falhou, Você mentiu, você a perdeu!

- Ela não vai voltar por que você não a merece

Porque você foi leviano

Porque tudo o que ela pediu foi o seu amor e você quebrou a sua confiança!

- Agora recolha os pedaços do seu coração partido e recomece se puder.

- Mas, você não pode, você não pode!

- Porque você vê o sorriso dela em cada rosto.

- Por que ela deixou o seu perfume em cada uma das suas camisas

- Porque você sente falta do seu corpo quente e da sua voz doce.

- Por que você acreditou que ela seria sempre sua!

Sempre sua!

- Mas, você a perdeu, seu inútil

E a culpa é sua.

Toda e somente sua

Então agora sofra

Por que Você só merece o sofrimento

E ela não vai voltar.

Ela não vai voltar!

Ela não vai voltar.

Jonathan Patrick

*************************************

Era tarde da noite e as horas pareciam não querer passar. Eu encarava o teto pensando na minha esposa, na minha Audrey e pensando que eu não queria viver longe delas.

Algo do que a Jess tinha me dito estava gritando na minha memória. Três meses? De onde ela tinha tirado isso? E eu ainda me perguntava como ela tinha descoberto tudo?

Meu celular começou a tocar me tirando dos meus pensamentos e eu o atendi na esperança de que fosse a Jess, mas o número no identificador de chamadas era totalmente desconhecido.

- Alô!

- John Patrick?

- Eu mesmo!

- Aqui é do hospital Sta Luzia. Estou ligando para informa-lo que seu filho acaba de nascer.

Pela primeira vez desde que aquela história tinha começado eu me senti feliz. Meu filho finalmente tinha nascido e talvez tudo aquilo tenha valido a pena, afinal.

Dirigi o mais rápido que pude para o hospital e uma enfermeira sorridente me atendeu e me levou até o berçário depois que me identifiquei. A expressão em seu rosto foi estranha, mas eu não dei bola.

- Aquele é o seu bebê! - Ela apontou um bercinho no vidro.

- Tem certeza?

- Berço 7... - Ela afirmou conferindo a ficha. - Recém-nascido de Rejane Nascimento, 34 anos, brasileira! Não está certo?

- Está, claro! - A garota me encarou com olhar de pena e eu sabia exatamente porque. Ela me deixou sozinho encarando o vidro e subitamente eu fui acometido por uma crise de risos.

Eu devia estar morrendo de raiva, tenso, irritado. Maldizendo o mundo e a Rejane mas, o meu único ímpeto foi o de gargalhar histericamente.

- Garoto, a sua mãe é louca! - Eu sussurrei para mim mesmo, encarando aquele bebezinho rechonchudo de traços orientais bem definidos, olhinhos repuxados, lábios e nariz finos cabelos bem lisos e negros. Ele era lindo, mas jamais poderia ser meu.

Depois de passado o susto inicial segui para o quarto de Rejane.

- John! - ela me recebeu sorridente. - Você viu o nosso filho? - A cara de pau dela realmente não tinha limites. - Ele não é lindo?!

- Nosso filho? Acho que já é hora de você acabar com essa farsa.

- Que farsa, John?

- Rej, diz a verdade, por favor. O pai desse garoto desse ser chinês, coreano, japonês, sei lá... Só não pode ser eu.

- Desculpa, John! Eu fiz tudo errado. Houve um momento em que eu realmente acreditei que ele pudesse ser seu. O período coincidia e havia a chance de ser de qualquer um dos dois.

- Que bom que agora você resolveu ser honesta.

- O pai dele é americano mesmo. De origem tailandesa! Eu o conheci no Brasil e ele também era um colaborador da Ong. Eu me comuniquei com ele todo o tempo da gravidez e vim pra Washington a três meses. Nós estávamos morando juntos até que, houve um probleminha e ele me expulsou. Ele disse que não queria saber mais nem de mim nem do bebê.

- Então você veio atrás de mim.

- Eu sabia que você era um homem bom e jamais me deixaria desamparada.

- Eu teria te ajudado de qualquer modo se você me dissesse a verdade.

- Desculpa, John! Me perdoa por ter destruído o seu casamento. Eu falei com a sua mulher.

- Eu já imaginava e eu devia odiar você. Mas, eu tenho pena pelo que você fez da sua vida.

Ela suspirou.

- Eu vou voltar para o Brasil assim que tiver alta.

- Você tem dinheiro pras passagens.

- Sim, eu já as comprei.

- Boa sorte, Rej!

- Pra você também.

REVENGE - FIXING YOU (completo)Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang