Zack usa a "diplomacia"

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Zack

Cheguei a Boston já era noite, me instalei num hotel e segui para o restaurante onde meu amigo detetive estava a minha espera, nos cumprimentamos.

- Conseguiu tudo o que preciso?

- Sim... tudo aqui. - Ele estendeu uma pasta preta e nos sentamos.

- Marc Twang, 32 anos, divorciado... Morador em Washington... - Olhei para Bryan.

 - Segundo informações ele chegou em São Paulo uma semana antes de seu cunhado deixar o Brasil, os dois se encontraram no hotel dele e rolou... depois disso ela passou a ir quase todos os dias no hotel dele, seu cunhado veio embora e eles passaram a ficar juntos, até sabia de Jonathan, mas não imaginava que Rejane estava saindo com ele.

- Entendo. - Fiz um bico. - Precisamos de DNA de qualquer forma.

- Creio que sim. - Bryan deu de ombros. - Mas desconfio que esse filho não é de seu cunhado.

- Muito bem. Amanhã verei com Jonathan se a criança já nasceu, preciso que ele aceite fazer o DNA para comprovação da paternidade.

Fiquei pensando em Jasmine e essa demora de John contar a ela sobre o filho, a queda seria dura se descobrisse a verdade. Não teria tempo de ajudar esse casal a se reerguer depois de um golpe que essa garota estava querendo aplicar.

No relatório estava tudo lá, data de chegada, com quem ficou, onde ficou, quando saiu de Washington e foi para Boston procurar por John. Isso era mais que suficiente para que Jasmine soubesse de quem se tratava aquela mulher.

Mas antes iria ter uma conversa com essa tal de Rejane.

Ao chegar no antigo apartamento que era de John, descobri que a garota tinha ido para o hospital, uma hora depois que ouve uma discussão com outra mulher, pela descrição que a vizinha me deu, se tratava de Jasmine.

Deixei o local e voltei ao hotel, deixaria essa moça pensar que estava tudo bem, amanhã falaria com ela.

Conversei com Erin e contei a ela que Jasmine estava sabendo de tudo, descobrindo onde estava Rejane, Erin ficou apavorada e tentaria ligar para a irmã logo mais. Nos despedimos, precisava dormir um pouco para amanhã enfrentar a tal Rejane.

As 9 horas entrei no hospital, peguei informações do quarto da paciente, em minhas mãos flores e o dossiê sobre ela e o Tal Marc embaixo do meu braço.

Bati na porta e abri. A mulher estava com o bebê no colo, olhando para ele dormir.

- Bom dia! - Disse entrando e fechando a porta.

- Ah, oi! Quem é você? - ela parecia confusa e admirada. - Acho que você errou de quarto, bonitão! Mas pode ficar o quanto quiser.

- Posso, eu sei que sim. - Mostrei as flores e as coloquei sobre a pequena mesa. - Sou Zachary Heigths... Marido de Erin, pai de Caleb. - Cruzei os braços e a encarei, sua reação foi de abrir a boca.

- E a que devo a honra? Veio conhecer o novo membro da família.

Olhei para o bebê, levei os dedos a boca para segurar o riso.

- Se é da família eu posso imaginar que foi trocado em algum momento em que o levaram.

- Não seja ridículo!

- Não seja você. - Puxei a cadeira e me sentei. - Vamos complicar a sua vida? - Peguei o Dossiê e o abri. - Eu descobri que você está com seu visto vencido... - A encarei. - E para piorar, eu posso mandar seu filho para um abrigo e você para uma prisão de imigrantes por usar o passaporte de trabalho que a ONG lhe forneceu para "apenas" usar quando esta em missão, coisa que você não está desde que veio para Washington a sete meses atrás... E se acha que não tenho provas... - Puxei uma carta. - Aqui está a carta da ONG, dizendo que se desligou, sendo assim, esse documento que usa não tem validade alguma.

- O que você pretende com isso? Tomou as dores da sua cunhada. O John vai atrás do filho dele no Brasil.

- Pelo contrário para as duas hipóteses! Você mexeu com a minha esposa... e uma coisa que eu não gosto é vê-la triste e chorando. Jasmine é forte, ela sabe se defender e sabe socar alguém quando está com vontade. Mas Erin é doce e frágil e só tem a irmã como parente. - Relaxei na cadeira. - E tem mais... você veio para um hospital que exige seguro saúde, coisa que seu convenio não cobre... Ira receber a notificação na saída, terá 15 dias para efetuar o pagamento ou eles vão depositar o cheque. Fora que ao sair, já vai ser escoltada para a detenção de imigrantes e seu filho para um abrigo por ter nascido em solo americano, automaticamente ele é filho americano. - Me ajeitei na cadeira. - Vamos negociar. Eu pago tudo... Consigo uma liminar para ficar aqui nos Estados Unidos até 15 dias, você pede desculpas a Jasmine e explica toda essa sujeira e vai embora, mando você até de jato particular para sumir o mais rápido de nossas vidas.

- O John vai pagar as despesas... - Ela estava trêmula. - Você não pode me coagir assim.

- Não estou coagindo. - Sorri de lado. - Estou afirmando o que vai acontecer. - Me levantei e abri a porta, o Bryan o detetive, entrou mostrando o distintivo.

- Este será o seu amigo daqui por diante. Passar bem! - Dei as costas para ir embora, sem demora.

- Espera! - Ela me chamou, havia desespero em sua voz. - Vamos negociar!

- Muito bem... - Voltei para trás. - Pode nos dar licença, Bryan?

- Vou tomar um café, volto assim que terminar.

- Obrigado!

Esperei o detetive sair do quarto e a olhei.

- Estou escutando.

- Eu vou embora. Assim que receber a alta. Compro as minhas passagens e eu sumo, vai ser como se eu jamais tivesse pisado aqui.

- Tudo bem... Vou fingir que nunca tivemos essa conversa, eu não sei nada de você e você de mim. - Olhei para o bebê. - Boa sorte com seu filho, muita saúde para ele.


REVENGE - FIXING YOU (completo)Where stories live. Discover now