— Foi o Gregório que telefonou.
— O que ele queria que não poderia vim até aqui pessoalmente, pois ele estar precisando, com aquela barriga toda andar um pouco faz perder peso.— Disse Marlon debochando.
— Para de falar isso, ele é nosso chefe.
— Fala logo desembucha! O que foi que ele disse no telefone?
— Ele quer que eu cubra o Desfile da Victoria's Secret.
— Minha nossa, um dos eventos de moda mais importante do ano, e quando será?
— No final deste ano.
— Mais vai demorar muito ainda, pois estamos na semana do Carnaval.
— Se anima garoto, pois nós vamos juntos.
— Ai Mattew por isso que eu te amo! — Disse Marlon me dando um beijo em meu rosto. — Já vi que vai levar aquele embuste do Tarso também né?
— Para Marlon, não fala do Tarso assim desse jeito, é uma viagem de trabalho e não à passeio, mas eu poderia levar ele sim, além de ser uma viagem à trabalho, poderia ser também uma viagem romântica, já que vamos pra França, mais precisamente em Paris.
— Me desculpe, mais você sabe que sou sincero, eu não quero ver sua infelicidade, somos melhores amigos, e eu não confio no Tarso, eu sei que há poucos segundos eu fiquei feliz por você ter perdido a virgindade, mas... O Tarso, você sabe, é o Tarso, eu não acho ele uma boa pessoa para você se relacionar.
— Olha Marlon já se passou um pouco mais de um mês que estamos juntos, está mais do que comprovado que ele me quer também assim como eu quero ele, ele só não queria admitir no início que gostava de mim também.
— Eu te desejo sorte em seu relacionamento, eu só acho que você deveria ter ficado com outra pessoa menos ele. Se você for pra Paris com ele eu não vou com você.
— Vai sim! O Gregório me pediu para levar um assistente comigo, e ele escolheu você, já está decidido pelo chefe e você vai comigo sim e ponto final.
Eu não estava chateado com o Marlon por ele tentar me proteger, mas eu já tenho 21 anos e posso cuidar de mim mesmo, eu sei o que estou fazendo... Eu acho... Só sei que estou ouvindo e seguindo o meu coração, então seja como for eu sou louco e apaixonado pelo meu Tarso.
Os meus pais também não estavam muito contente com o meu relacionamento com o Tarso, principalmente o meu pai, ele sempre estava com um pé atrás em relação ao Tarso, ele estava com medo que eu me machucasse outra vez, ele tinha medo que eu sofresse novamente por ele. A minha mãe não cansava de repetir que eu fiz uma péssima escolha, de ter aceitado namorar com o Tarso, e que o destino iria mostrar pra mim que a melhor escolha seria ter namorado com o Cristofer.
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Quando eu cheguei em casa naquela noite depois do trabalho, vi meus pais sentados no sofá da sala principal junto com o Tarso, pensei que fosse alguma coisa grave, então fui até eles para perguntar o que estava havendo.
— O seu primo vai fazer uma viagem, ele precisa voltar para o interior. — Respondeu meu pai.
— O que como assim?— Perguntei tentando entender.
— Calma Matt, só é por alguns dias. — Falou Tarso tentando me acalmar.
— O seu primo precisa voltar pra fazenda, pois o advogado responsável por abrir o estamento dos seus tios (pais do Tarso) vai ser aberto este fim semana, e ele precisa de fazer um inventário de algumas coisas que vão ser doadas para um orfanato, que foi o último desejo dos pais dele. — Complementou minha mãe.
— Mas estamos em plena semana do Carnaval, será que essas coisas de lei funciona?
— Mais ou menos... Acontece que vou passar o final de semana do Carnaval por lá pra ajeitar algumas coisas, ver como está a fazenda, e então no dia combinado acredito que depois do Carnaval aí sim o testamento será aberto e poderei fazer o inventário das coisas que irão ser doadas para o orfanato. — Tarso explicou. — Mais acontece que eu não quero ir pra fazenda sozinho, eu quero ir acompanhado, alguém para me dar apoio, alguém para está comigo para quando eu voltar e bater de frente com o meu passado, pois sozinho acredito que não vou aguentar, será perfeito se você for comigo.
— Mais é claro que quero ir junto contigo. — Falei me sentando ao lado dele.
— Como todos já prevíamos a sua resposta, a tia Thalía já pediu as empregas que arrumassem as nossas malas.
— Perfeito! — Sorrir.
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UM DIA DESCOBRIMOS
Martha Medeiros.
"Um dia descobrimos que apesar de viver quase um século esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para dizer tudo o que tem que ser dito...
O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutar para realizar todas as nossas loucuras...
Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação."
Na manhã seguinte acordamos cedo para enfim pegarmos o vôo com destino à fazenda da família dos meus tios falecidos, que agora muito provável o Tarso seja o dono de todas as terras. Nos despedimos dos meus pais e adentramos no saguão de embarque a caminho do avião.
Quando chegamos na fazenda sentir todas as minhas lembranças de quando passava as minhas férias aqui passando como um filme na minha cabeça, do cheiro de terra molhada por conta da chuva, de todas as minhas brincadeiras com o Tarso de quando nós éramos crianças.
Enfim nós entramos na casa grande da fazenda, colocamos nossas malas no chão da casa, e assim que o Tarso olhou novamente para aquelas paredes ele começou a chorar, todas as suas lembranças do passado também vieram átona, as lembranças dos seus pais ainda eram muito fortes na cabeça dele.
— Calma meu amor eu estou aqui com você, você não estar sozinho, você tem a mim, e os seus
— Ai Matt eu não sei o que seria de mim sem você. — Disse Tarso me abraçando forte.
— Esse lugar também me trás uma forte recordação, de quando eu passava as minhas férias do colégio aqui todo ano, de ver esses estofados todos, de ver o lugar a onde a tia Marie costumava a se sentar perto do tio Frederico. — Complementei abalado pelas lembranças.
— E aí o que você pretende ser quando crescer Mattew? — Perguntou a minha tia Marie.
— Eu quero ser fotografo, quero trabalhar tirando fotos de paisagens lindas, como esse lugar tia, aqui é o lugar mais lindo que eu já vi em toda minha vida, todo começo de ano eu quero que passe voando para chegar logo no final, para eu sair de férias e vim pra cá.
— Também amamos ter você aqui meu querido, lembre-sede uma coisa que sua tia vai dizer pra você agora, você pode ser quem você quiser ser no futuro, um fotógrafo um cozinheiro, um médico, quem você quiser ser você será, você é um garoto brilhante e esperto.
— A minha mãe dizia essas coisas pra você? — Me perguntou Tarso.
— Sim, a tia Marie era a pessoa que mais desejava que eu tivesse sucesso em meu futuro, e eu acreditei nela, e realmente eu me tornei quem eu quis ser, porque primeiramente ela acreditou em mim, hoje sou fotografo formado porque ela acreditou em mim antes de qualquer outra pessoa, sei que não sou um fotografo de paisagens, mais sou um excelente fotografo de moda.
— A minha mãe era um amor de pessoa. — Disse Tarso sorrindo.
Minutos depois fomos até a cozinha comer alguma coisa, estávamos famintos.
— Sabia que foi a tia Marie que me despertou o interesse pela gastronomia?
— É sério? — Perguntou Tarso duvidando.
— Mattew pegue um ovo na geladeira, e depois pegue uma lata de óleo no armário e a margarina, deixe que o restante dos ingredientes que eu pego, vamos fazer umas panquecas para o jantar. — Disse a Tia Marie escolhendo a melhor panela para fazer as panquecas.
— Panquecas? — Indagou Tarso.
— Foi a primeira receita que ela me ensinou foi fazer panquecas.
Todas aquelas lembranças do passado estavam vindo como um Flashback Em minha memória, parecia que eu estava revendo a tia Marie falar comigo como há 6 anos naquela mesma cozinha.
Depois de comermos, fomos tomar banho, mas o Tarso não me deixou me arrumar, como colocar uma camisa e uma bermuda por exemplo.
— Trouxe sunga, uma camisa regata e um short?
— Trouxe, mas por que eu vou vestir essas coisas ao invés de colocar uma bermuda por exemplo?
— Pra que é que se usa sunga? Vamos tomar banho de cachoeira, não se lembra da cachoeira daqui da fazenda? Vamos lá, há 6 anos que não tomamos banho juntos naquela cachoeira, mas dessa vez vai ser muito melhor, porque dessa vez vamos experimentar algo novo naquelas águas. — Disse Tarso se aproximando de mim e me envolvendo em sua cintura com os seus braços.
— Eu me lembro muito bem daquela cachoeira, e como me lembro! — Falei com uma cara de safado.
— O que você viu naquela cachoeira pra fazer essa cara se safado?
— Quer mesmo saber? — Questionei.
— Mais é claro!
— Foi a onde eu te vi pela primeira vez completamente pelado.
Continua...