A Chegada De Tarso

4.1K 344 163
                                    


Eu e o Tarso quando éramos crianças a gente se dava muito bem, mas depois que fui crescendo a gente começou a se estranhar um pouquinho. Depois que eu fui crescendo, eu fui descobrindo a minha sexualidade, sempre soube que eu era diferente da maioria dos garotos do meu colégio, ou dos meus vizinhos, sempre gostei de garotos! Então era isso que me fazia ser diferente de todos os outros, toda temporada de férias que eu passava na casa do Tarso eu me distanciava cada vez mais dele, ele só falava em garotas, que tinha pegado várias garotas em apenas em um único dia. 

As quelas revelações sempre me tiravam do sério, pois eu sentia muita inveja dessas garotas que ficavam com o Tarso, só de imaginar aquele pele lisa perto de mim, aqueles lábios avermelhados me beijando, e aqueles olhos azuis penetrantes olhando fixamente pra mim com desejo, eu ficava lerdinho da silva; mas acontece que eu nunca tive esperanças de que isso pudesse acontecer, meu primo sempre foi hétero e sempre se gabava de sua beleza. 

Não que eu fosse feio, pois depois que eu cresci eu mudei bastante, fiquei mais alto com quase 1,85 de altura, praticamente a mesma altura do Tarso, passei a me preocupar com meu corpo, sempre malhei, por isso tenho um físico bem malhado e musculoso, não bombado e nada exagerado, mais os músculos na medida certa, e minha barriga depois da academia agora sempre permanece trincada cheia de gominhos musculosos. 

Meus cabelos pretos, e olhos castanhos, de pele branca nunca passou despercebidos por ninguém, também tenho muito que me orgulhar da minha própria aparência. 

Mas voltando aquele dia da chegada do Tarso... Acordei às 8:00 horas da manhã, tomei meu banho e me arrumei, coloquei uma bermuda jeans azul, um pouco mais justa no meu corpo e pus uma regata preta e chinelos e desci para tomar meu café. 

— Bom dia filho. — Disse minha mãe me dando um pote de biscoitos doce para tomar meu café.

— Bom dia mãe, meu pai já foi pro aeroporto não é? 

— Sim, daqui a pouquinho eles devem está chegando. 

Quando acabei de tomar meu café, ouvir meu celular tocar em cima do sofá.

— Alô. — Respondi ao atender.

— Oi gato, sou eu a May, soube que seu primo gostoso está chegando hoje não é? 

— Nossa, as notícias correm rápido. 

— Quando se trata do seu primo sim!

—Maiany você tem namorado.

—O que é que têm? Isso não tem nada haver, só por que tenho namorado será que também não posso admirar outros caras?

— Claro que pode!

—Então Pronto! Você sabe que sou fã da beleza masculina, e gosto sempre de admirar de perto. E aí será que rola uma festinha na casa do Lucas hoje?

—Pode ser, acredito que eu irei.

— Traga seu priminho para se diverti um pouco com a galera.

—Pode ser, vou pensar no seu caso. — Falei desligado o celular.

—Quem era filho?

—A May mãe. — Falei subindo três degraus quando ouvir o barulho de vozes do lado de fora parei.

— Amor cheguei! — Disse meu pai abrindo a porta de casa e entrando, com duas malas grandes nas mãos.  

Quando eu vi meu pai entrando e meu primo Tarso logo após eu congelei na escada, pois eu vi aquele cara lindo, de cabelos arrepiados, branquinho, malhado, alto, de barba por fazer com um sorriso lindo cumprimentando a minha mãe eu gelei na hora. Ele não parece mais um moleque. (Lógico, ele agora está com 26 anos), confesso que fiquei admirado quando o vi meu coração ficou tão acelerando que quase ia sair pela boca.

—Como vai Mattew? - Disse ele vindo em minha direção me dando um abraço.

—Oi Tarso, eu, eu, estou ótimo!— Disse tropeçando nas palavras.

—Não precisa ficar nervoso na minha presença. — Falou ele sussurrando em meu ouvido.

Então nos separamos, e meu pai me pediu para mostrar seu quarto, ele então pegou as suas malas e subimos.

—Aqui esse é o seu quarto. —Falei abrindo a porta e mostrando-o.

—Gostei! O bom também que fica ao lado do seu. — Falou ele se sentando na cama.

Fechei a porta e disse:

—Por que bom? Isso não tem nada de bom, agora eu vou ter que aturar você! — Falei com ele irritado.

—Confessa, que você está feliz de me ter aqui na sua casa, confessa que

quando eu entrei p

ela aquela porta da frente de casa você por hora não ficou feliz em me ver depois de tanto tempo — Questionou ele se aproximando.

—Não, não fiquei mesmo! — Eu disse indo em direção a sua janela.

—Não acredito em você, eu vi que seu coração estava palpitando muito forte quando lhe abracei.

— Você se acha né? — Falei ainda irritado.

De repente Tarso se levanta da cama, e chega perto de mim.

— Você fica gato quando está bravinho. — Disse ele segurando a ponta do meu queixo.

Em fração de segundos Tarso tenta me dá um selinho, e eu acabo virando o rosto e saindo de perto dele.

— O que pensa que está fazendo? — Indaguei.

— Simplesmente querendo ver a sua reação se eu fosse te beijar.

— Estava me testando?

— Sim estava, afinal eu sei porque você se afastou tanto de mim ultimamente, ou você imaginou que eu não soubesse?

Naquele momento eu gelei dos pés a cabeça, será mesmo que ele sabia do meu sentimento por ele? Que eu sentia asco quando ele falava das garotas que ele pegava só pra tirar sarro da minha cara?

— Do que você está falando?

— Para Mattew de fingir que não sabe do que estou falando!
Eu sei perfeitamente que você não gostava de como eu falava das gatinhas do interior de onde eu morava, eu sei que você se sentia incomodado.

— Quem lhe falou essas coisas?

— Ninguém precisou de me falar nada, simplesmente eu deduzi, você não interagia comigo quando eu falava das meninas, de como eu transava com elas, aquele papo de homem! Seu semblante era de puro desinteresse, mas daí fiquei me questionando o porquê disso tudo, daí eu cair na real que você sempre foi louco por mim. Mas acontece que eu gosto é de mulher... Nunca na minha vida que eu ficaria com você, ou com qualquer outro cara, se enxerga Mattew, desse corpinho aqui você nunca vai usufruir.

Sair daquele quarto aos prantos, eu não estava acreditando no que tinha acabado de ouvir, o homem que eu sempre desejei e tive inveja de todas as garotas que já ficou com ele me disse aquelas palavras horripilantes. Adentrei no meu quarto e fechei a porta, me desatei em lágrimas; todas as quelas palavras do Tarso estavam martelando em minha cabeça. Já não aguentava mais e sair de casa, como eu morava no litoral, fui pra areia da praia e fiquei olhando pro mar.

Desejei morrer... Pra mim aquele dia foi o pior dia da minha vida, entrei no mar de bermuda jeans e camiseta preta que eu estava vestido, deixei apenas o meu chinelo na areia da praia.
    Entrei no mar ainda chorando, de olhos vermelhos cheio de lágrimas; continuei andando e andando dentro d'água e não me apercebi que eu já estava no fundo. Acabei pisando numa pedra que feriu meu pé e acabei me afogando, lutei para nadar, mais não conseguir, meu pé estava doendo muito e não conseguir lutar mais e acabei perdendo a consciência. Mas antes que eu perdesse a total consciência, sentir alguém me puxando do fundo do mar.

Desejo Proibido Onde as histórias ganham vida. Descobre agora