Walking For Silence - Insurre...

By TwenTrevor

4.2K 1.2K 5.7K

Sinopse "A Grande República já fora uma forte nação, considerada a última esperança de uma sociedade decadent... More

Concurso
Elenco
Capítulo Um: Juramento, Marcas na Memória
Capítulo Dois: Tiro, Um Último Adeus
Capítulo Três: Afeto, Prova de Amizade
Capitulo Quatro: Funeral, Amores Tomados
Capítulo Seis: Vingança, Uma Promessa é Cumprida
Capítulo Sete: Fuga, Execução Adiada
Capítulo Oito: Salvadora, Vida à Mercê do Mundo
Capítulo Nove: Preso, A Garota Que Surge das Sombras
Capitulo Dez: Retorno, Projeto Reativado
Capítulo Onze: Esther, A Estrela da Esperança
Capítulo Doze: Sequestro, Esther Volta à Ativa
Capitulo Treze: Travessia, Salto Para Uma Nova Vida
Capitulo Quatorze: Queda, Anjo da Guarda
Capítulo Quinze: Sentimentos, Caçada Iminente
Capítulo Dezesseis: Socorro, De Volta ao Lar
Capítulo Dezessete: Despedida, Sentimentos Ocultos Revelados
Capítulo Dezoito: Perseguição, Alvo Localizado
Capítulo Dezenove: Reencontro, Confronto Decisivo
Capitulo Vinte: Beijo, Sentimentos Conflitantes
Capítulo Vinte e Um: Esconderijo, Refúgio dos Desesperados
Capítulo Vinte e Dois: Traição, O Amor Grita Mais Alto
Capítulo Vinte e Três: Fuga, De Frente para o Nêmesis
Capitulo Vinte e Quatro: Foragidos, Beijo de Dor
Capítulo Vinte e Cinco: Resgate, Prisão de Amor
Capítulo Vinte e Seis: União, Dupla Perfeita
Capitulo Vinte e Sete: Abnegação, Promessa Rompida
Capítulo Vinte e Oito: Execução, Morre um Herói
Capítulo Vinte e Nove: Medo, Traição de Um Líder
Capítulo Trinta: Carinho, Reencontrando Amores
Capítulo Trinta e Um: Adeus, Os Opostos se Encontram
Capítulo Trinta e dois: Ceifeira, Guerra Civil
Capítulo Trinta e Três: Sofrimento, A Sexta Tempestade Siruss
Capítulo Trinta e Quatro: Hall dos Líderes, Altair Perde um Pilar
Capítulo Trinta e Cinco: Inimaginável, Uma Nova Vida
Mensagem

Capítulo Cinco: Revelações, Deixo de Ser Um Cão do Exército

179 58 370
By TwenTrevor

Marshall


Vejo-me no centro do Setor Illen olhando pela janela embasada do expresso 236 rumo a Black hawk. É inevitável eu estar em um dos setores em quarentena e ver tantas pessoas contaminadas pelo Siruss e não pensar na Mellanie, já tem sete anos de sua morte e eu ainda não consigo acreditar que ela morreu. Cada pessoa de cabelos brancos que vejo eu penso que é a minha Mell.

Tento a todo custo ocupar minha mente, distraí-la dedicando cada minuto de meu tempo ao exército, ainda vingarei sua morte, os Nacionalistas pagaram por cada vida que sucumbiu a doença, por cada uma das pessoas que sofreu e sofre.

Por estar em quarentena devido ao Siruss e a poeira que o carrega os portões do domo de Illen agora sempre ficam fechados, estranho passar por aqui já que as rotas de transportes foram mudadas para desviar dos setores mais consumidos pela doença.

Altair prometeu cuidar das pessoas doentes e encarregou a corporação Sile Mëllen para isso, mas não fizeram nada para salvá-los e depois de tanto tempo tudo continua na mesma, apenas nos setores ricos a Sile Mëllen agiu com eficiência, mas nos setores pobres levou todos contaminados e esses nunca mais foram vistos, tentaram apenas impedir a epidemia e pior ainda nos que sofreram os atentados ela simplesmente colocou em quarentena e fechou seus domos, então esqueceu-se de todas as pessoas, abandonaram os setores.

Mesmo já tendo uma década desde As Cinco Tempestades Siruss, a poeira negra ainda espalha-se ao vento nos setores que sofreram os atentados, sem poder se dispersar devido aos grandes domos que a prende. Tingindo tudo da cor da morte e do medo que sempre representou, cobrindo as ruas, os prédios e as pessoas que já estão condenadas à morte devido à exposição.

Pessoas que tiveram a infelicidade de não desenvolverem os sintomas mais agressivos da doença e morrerem de imediato sem estender seus sofrimentos, ainda tentam levar suas vidas normalmente, algo impossível depois dos atentados virais, principalmente nas áreas mais afetadas.

Exceto soldados ninguém mais sabe o que acontece nos setores que foram consumidos pela doença e permanecem em quarentena. Para a maioria dos setores o vírus está completamente controlado e há poucos casos de pessoas diagnosticadas, a Sile Mëllen mantêm "todos" em segurança, mas nos cinco setores não há cura e nem lei.

Subitamente o trem para bruscamente, as rodas chiando ao frearem nos trilhos como se ele tentasse parar em um instante e somos avisados por uma voz mecânica vinda das paredes que não estamos nos movendo por problemas técnicos.

O Clark levanta-se de onde está e senta ao meu lado. Ele não diz nada, apenas como sempre começa a ficar inquieto e se mexer no banco trocando de posição incansavelmente.

As portas destravam e rangem ao se abrirem. Nós estamos em uma zona de risco, onde é expressamente proibido qualquer contato devido a possíveis riscos de contágio. Um soldado em tom de urgência entra no vagão que estamos e nos notifica que um grupo de habitantes está atacando os outros vagões em tentativas desesperadas e obviamente frustradas de saque.

Soa até nós uma rajada de tiros vindo dos outros vagões e momentos depois um grupo de civis surge entre prédios deteriorados à frente da porta, eles se aproximam correndo, quase todos estão armados apenas com armas brancas, porém há alguns que portam antigas armas de fogo.

É autorizado que abramos fogo, quando os primeiros tiros são disparados derrubando civis desesperados, lembro-me dos soldados atirando contra as pessoas em frente ao portão de Dylan. Os gritos soam em meus ouvidos como naquela noite, sei que o Marshall de dezesseis anos atrás me odiaria por atirar em inocentes, estou me tornando aquilo que sempre odiei.

São apenas pobres pessoas desesperadas, não são criminosos ou terroristas, não são nem militares inimigos. Apenas culpam Altair por estarem doentes e famintos. Altair realmente devia ter dado todo o suporte para eles viverem seus últimos dias e não deveria ter abafado o massacre de Dylan, porém eles tinham motivos para isso, afinal estamos em guerra e um massacre em massa levaria os outros setores a uma guerra civil. Os verdadeiros culpados são os Nacionalistas, eles lançaram as ogivas virais e mesmo meu pai tendo sido um deles morreu sozinho, sem receber nenhuma ajuda.

Lamentando por isso também atiro, encurtar suas vidas irá salvar muitas outras e apenas isso faz eu me sentir menos cruel, mesmo que tirar vidas inocentes seja um ato imperdoável.

Acabo por me tornar o monstro do pior dos dias de minha vida, o ser que nunca pude compreender e por isso sempre repudiei.

Quando os tiros cessam apenas vejo corpos imóveis caídos atingidos pelos tiros, alguns ainda jorrando sangue e outros agonizando pelo chão imundo, coberto pela tempestade Siruss.

As portas voltam a fechar-se como se estivesse esperando todos os civis morrerem em nossas mãos.

Liderados por minha mãe, a General Kleyer, percorremos de vagão em vagão atrás dos esquadrões para avaliarmos as perdas e danos. Na divisa entre o sétimo e o último vagão, vejo uma menina de uns nove anos, escondida em meio às caixas de suplementos que escoltamos para a C.S.S. Central na Grande Capital.

Ela lembra-me muito a Trice pequena. Em suas pequenas mãos ela segura um pedaço de pão recém-retirado de uma das caixas de suplementos que transportávamos e devido à maneira voraz que ela mastiga me pergunto quando foi à última vez que ela comeu algo.

– Marshall atire! – ordena Kleyer friamente.

Com sua voz a garota se retrai e nos encara, seus olhos conseguem ser extremamente claros, mesmo sendo um azul escuro e seus cabelos loiros estão apagados, assim como os cabelos da Mellanie quando ela morreu, quase se tornando totalmente branco devido ao Siruss.

A ingenuidade em sua alma chega a ser visível, jamais poderia atirar em alguém assim, mesmo ela estando doente, mesmo sendo para evitar a contaminação de zonas ainda não infectadas.

Ela se levanta e sorri. Em um mundo onde todos desejam chorar ela sorri e como sempre sou afetado por sua inocência, Matá-la seria como atirar em minha irmã, como matar a Mell, desejo salvá-la mais que a qualquer outro.

– Marshall atire, agora! – não a obedeço e pela primeira vez na vida não ligo para as consequências de desobedecer a uma ordem superior, de não seguir a risca tudo que minha "mãe" a general Kleyer ordena.

Aproximo-me da garotinha.

– Vou lhe aju... – antes mesmo de terminar de falar um fuzil é levantado às minhas costas e quando ele dispara a garota cai ao chão com um baque, de sua cabeça escorre muito sangue pelo piso metálico.

Viro-me para ver o assassino e vejo o meu amigo Clark completamente imóvel, ainda apontando o fuzil para onde ela estava em pé agora pouco.

– Imbecil! Por que você fez isso?! – exclamo irritado me aproximando dele, outros soldados me param. Vejo que minha mãe não está feliz com tudo isso.

O encaro com um ódio que apenas senti quando jurei matar os responsáveis pelos Cinco Atentados Virais.

Eu sei que isso foi horrível, mas ela não se difere dos que estavam lá fora e que você também matou... – diz um Clark mais frio do sempre soube que ele era capaz de ser. Suas palavras me fazem hesitar, sinto raiva, no entanto agora é de mim mesmo, sei que ele está certo, sou um monstro tanto quanto ele e não posso culpá-lo por isso. – Era necessário, ela estava doente e sofrendo muito, pense que não os matamos e sim que aliviamos suas dores.

¯¯¯

Acordo no trem com a garotinha, ela sorri mesmo estando sozinha e vivendo um inferno num mundo completamente devastado, um sorriso que mudou completamente meu futuro.

Desde o atentado a Dylan eu sempre desejei entrar para o Esquadrão de Elite e matar todos os Nacionalistas, e desde meus quinze anos me dedico integralmente a isso. Contudo com o passar do tempo eu percebi que não sou frio o suficiente para fazer isso, não sou frio o suficiente nem mesmo para ser um soldado e não posso servir Altair sendo contra mais metade das ordens que recebo. Sinto que não nasci para ser um soldado, esse não é o caminho que nasci para trilhar.

– Estou deixando o exército. – finalmente digo para minha mãe.

– Você é um covarde mesmo... Eu sempre soube que isso aconteceria. Que você nunca se tornaria o que eu sempre desejei. Você sempre foi igual ao seu pai.

Ouvi-la mencionar ele me irrita, afinal foi ela a culpada por ele ter sido pego e executado.

– Eu testei muitas vezes a sua lealdade para com Altair e você nunca passou nos teste, infelizmente já nasceu Nacionalista.

– Quais testes?

– A morte do seu pai, a missão em Illen eu sempre te testei.

Lembro-me do dia em que estávamos no expresso 236 e ela tentou me fazer atirar na garotinha, agora vejo que aquela parada em Illen não foi um simples acidente. Tudo fora um teste para mim, não houve falha nenhuma no trem.

– Quantas pessoas têm que morrer para você alcançar seus objetivos? – pergunto indignado e completamente irritado.

– Eles morreram por um futuro melhor.

– Eu tenho nojo de você!

– Se você vai realmente seguir esse caminho pegue isso. – diz ela me estendendo um fichário todo preto e sem nada escrito na capa, naturalmente acho que é algo sem importância para mim, no entanto o pego e lhe dou as costas para sair.

– Você pode ficar com isso, mas peço que o veja aqui mesmo.

Abro o fichário e dentro há duas pastas, algumas fotos e recortes de jornais. Leio por alto e vejo que são sobre as Cinco Tempestades Siruss os Cinco Grandes Golpes Nacionalistas contra Altair. Estou prestes a fechá-lo quando percebo que uma das pastas tem escrito Projeto Siruss, nela há dados teóricos e experimentais em uma descrição completa e detalhada da criação e evolução do vírus como uma arma de destruição em massa e uma lista com os nomes dos verdadeiros responsáveis por tudo.

– Inicialmente era uma simples pesquisa para criar uma arma capaz de nos trazer a vitória decisiva sobre Arcádia. Logo os Nacionalistas se tornaram uma verdadeira ameaça, algo muito mais perigoso que Arcádia, então a Congregação Ministerial de Altair decidiu usá-la para fazer todos odiarem a ARN, e os resultados foram os esperados. Conseguimos criar o Esquadrão de Elite e erradicar todos eles, inclusive seu líder.

– Você está dizendo que foi Altair que criou o Siruss por um golpe geopolítico? – Penso em todas as pessoas que morreram por causa disso. – Nada justifica destruir seu próprio país, seu povo, o verdadeiro monstro que tem de ser destruído é Altair e não os Nacionalistas. – ela sempre me fez odiar a ARN, ela sustentou esse ódio para me usar como uma marionete.

– Eu esperei muito para lhe dize isso... – não entendo seus motivos para me revelar isso, sei que é para ela tirar algum proveito disso, sempre foi assim, ela sempre me usou em seus propósitos.

Um ódio maior que qualquer sentimento cresce dentro de mim, mas agora realmente sei a quem devo direcioná-lo.

– Você sempre soube disso? – pergunto enfurecido.

– Sim eu fiz parte de sua criação, assim como Thistell.

Assim que ela termina de falar entendo suas intensões. Ela alimentou meu ódio todo esse tempo para agora eu destruir seus membros envolvidos na criação do Siruss e assim ela poder assumir o posto de Líder Suprema de Altair sem ter que esperar sua incerta vitória na eleição para líder supremo que a Congregação Ministerial fará em breve.

– E o que você vai fazer?

– Agora sou seu inimigo, Sou inimigo de Altair. – digo deixando a sala e de uma vez por todas minha carreira militar.

Continue Reading

You'll Also Like

355K 37.4K 122
Como todo mês, à três anos, um novo garoto é enviado ao Labirinto junto dos suprimentos. Mas como Newt disse uma vez, alguém teve que vir primeiro, e...
9.8K 362 37
Uma garota chamada renata está a anos num leilão de garotas pois todas são vendidas como mercadorias para pessoas ricas e importantes... Num desses l...
4.5K 297 25
1º Degrau: O degrau da solidão, onde você tem que encontrar uma maneira, de viver com ela... 2º Degrau: O degrau da decisão... como você tem opção de...
5.5K 449 18
Ser "filha" do herói número 1, All Might, vulgo Toshinori Yagi, não é tão bom como todos pensam e P/n Yagi vai mostrar isso. Lidar com Daddy issues n...