A mãe e o padrasto de Harry foram embora no dia seguinte e Gemma permaneceu conosco por mais dois dias, pois estava terminando de fechar um contrato de trabalho e de locação em Londres. Harry estava mais do que feliz de poder ter a irmã por perto com mais frequência e eu também estava aproveitando, eu adoro Gemma, ela é uma pessoa tão incrível quanto o irmão e a mãe. Ela se muda definitivamente para a capital em, no máximo, duas semanas e prometeu estar ao meu lado para todos os detalhes do casamento.
- Você tem certeza que quer se casar no inverno? - pergunto a Harry durante o nosso almoço na quarta-feira.
- Não quero demorar muito. - dá de ombros. - O outono já está chegando e o próximo verão vai demorar.
- Podemos planejar para a primavera. - proponho. - Até lá o meu trabalho já estará concluído e eu planejarei a minha agenda para depois. Aposto que você também precisa de um tempo para se organizar.
- Seria o ideal. - assente. - Eu pensei em um castelo francês. Há espaço para a cerimônia, para a festa e também para hospedagem dos nossos convidados.
Fico quieta, um pouco boquiaberta com sua ideia. Eu mesma nunca pensei nessa possibilidade. Já li e ouvi sobre famosos que se casaram nesses lugares, porém, tinha consciência também que precisava trabalhar por alguns bons anos para juntar dinheiro e pagar um local como esse. Harry, por outro lado, tem esse dinheiro apenas com alguns anos a mais que eu, no entanto, eu não quero que ele pense que eu quero esbanjar ou que preciso de coisas luxuosas para viver. Ele é tudo o que eu quero, só isso.
- Você não gosta? - ergue o olhar para o meu enquanto bebe um pouco da sua água.
- Eu...uau. - sorrio. - Eu nunca parei para pensar nisso como uma opção, para falar a verdade. São lindos, com certeza muito caro e as datas são sempre um problema.
- Eu vou ver o que meus contatos na França podem fazer, desde que você concorde.
- É claro que sim, Harry. - rio. - Seria um sonho!
- Ótimo. - sorri e aperta a minha mão sobre a mesa. - Eu farei de tudo, a minha vida toda, para fazê-la feliz. É uma promessa.
- Você não precisa fazer nada para me deixar feliz. - aperto sua mão de volta. - Basta estar ao meu lado até o fim e eu serei feliz até lá.
- Prometo que estarei.
...
Trabalhei intensamente o resto da semana, precisava aprender a ser uma modelo, além de começar a entrar na personagem. Meu cabelo permaneceu castanho e foi preciso deixá-lo mais longo, meu físico também começou a mudar a partir do treino intenso que eu me submetia cinco dias por semana com o personal de Harry em sua academia pessoal, minhas unhas ficaram bem pequenas e em cor natural.
Cheguei em casa no início da noite após algumas reuniões com Rebeca, com a direção do filme e consultas médicas. Suspiro, deixando a bolsa sobre o balcão de acessórios do closet, descalço os sapatos e sigo para um banho quente e relaxante. Meu celular toca incansavelmente do lado de fora do banheiro e eu resmungo, sem vontade nenhuma de sair da banheira. Enrolo-me num roupão e uma toalha na cabeça antes de sair atrás do aparelho.
- Ed, oi! - sorrio, atendendo a ligação por vídeo.
- Oi? - ele ri, sarcástico. - Eu fico sabendo por Rebeca que você está noiva e você me recebe com um "oi"?
Merda. Eu tinha mesmo me esquecido de ligar para ele. A correria dos últimos dias fez eu me esquecer de pegar o telefone e contar a novidade a ele.
- Aí, desculpa. - resmungo, cobrindo o rosto com a mão livre. - Ed, tem sido uma loucura. Tenho um novo trabalho e estou com o cronograma um pouco apertado para os ajustes finais. Não sei como me desculpar.
- Se desculpe me avisando sobre as datas para que eu possa ajudar na organização e ser a melhor madrinha de casamento que esse mundo já viu! - sorri. - Quando vai ser?
- Não estamos planejando nada para esse ano, fique tranquilo. - caminho de volta para o quarto e sento-me na cama. - Nossa agenda está um pouco apertada no momento, por isso, decidimos que seria melhor esperar a primavera.
- Vocês pretendem um casamento ao ar livre? - pergunta.
- Bom, ainda não tive tempo para avaliar os prós e os contras de nenhuma das hipóteses. - suspiro.
- Primeiro você precisa decidir se quer um local fechado ou não, depois podemos começar a pensar nos lugares.
- Para falar a verdade, Harry já está cuidando do lugar. - falo e ele me espera completar. - Acho que as duas opções cabem a ele.
- Onde é?
- Um castelo francês. - respondo e primeiro seu queixo cai para depois soltar um grito agudo demais para os meus ouvidos.
- Você realmente arrumou um príncipe, não é? O homem além de bonito, talentoso, rico e gostoso, com todo respeito, pensa em tudo e realiza os sonhos mais inesperados. - ele se abana e eu gargalho. - Onde eu compro um?
- Ele é maravilhoso mesmo. - murmuro com um sorriso no rosto.
- Olha ai, a cara de apaixonada! - eu rio de novo. - Você tirou a sorte grande, garota.
- Eu sei. - assinto. - Eu o amo muito.
- Da para ver no seu rosto. - revira os olhos. - Bom, já que o Styles tem o lugar do casório, resta-nos pensar na lua de mel.
Ele faz uma lista de lugares e roteiros de viagens, diz que me enviará por e-mail para que eu possa conversar sobre isso com Harry. Edward também abre a sua agenda e encaixa uma despedida de solteira para um final de semana antes do início da primavera, eu tento retrucar, dizendo que não escolhemos exatamente uma data ainda e depende de quando o local estará disponível, mas ele não quer saber dos meus motivos e deixa dois finais de semanas reservados como possíveis datas.
- Tenho muito trabalho até o próximo mês, por isso, não será possível deslocar-me até o Reino Unido por enquanto. Porém, nada me impede de fazer uma visitinha a você assim que eu cumprir com todos os meus compromissos e, então, eu a ajudarei com tudo.
- Eu estarei feita com você e Kendall atrás de mim o tempo todo. - reviro os olhos.
- Como assim Kendall? Kendall Jenner está oferecendo ajuda para o seu casamento? - assinto. - E essa ajuda não inclui roubar o seu futuro marido? Você tem absoluta certeza?
- Tenho, sim. - rio. - Ela é uma grande amiga de Harry agora.
- Amigos que tiveram sexo juntos. - murmura e revira os olhos. - Desculpa.
- Não, tudo bem. - dou de ombros. - Eu sei disso. Ambos foram sinceros comigo e eu estou bem com a situação. Ela deixou bem claro que está ajudando, porque Harry é um amigo e foi meio que uma promessa que ela fez a ele quando tudo acabou. Eu confio no meu noivo também, sei que ele me ama e que não tem ninguém além de mim, assim como não tem ninguém além dele para mim. - explico. - Kendall tem sido uma boa amiga também.
- Tudo bem. - levanta as mãos em rendição. - Não está mais aqui quem falou. Eu apenas fiquei preocupado que ela poderia ser uma dor de cabeça para você. Só aviso uma coisa: não vai me trocar por ela.
- Pode deixar. - gargalho de sua tentativa de ser ameaçador.
Ed sempre se manteve atualizado sobre a minha vida. Eu sempre contei tudo a ele e ele estava pronto para me ajudar em todas elas. Esse período que fiquei sem contatá-lo foi uma raridade e não pretendo deixar isso acontecer nunca mais. Nós ficamos ao telefone por horas e só encerramos a ligação, porque ele precisava dormir para estar disposto para o seu dia seguinte super ocupado. Volto ao banheiro para terminar de secar meu cabelo e visto uma calça e moletom pretos para esperar o jantar. Sento-me no sofá com o meu roteiro em mãos e me perco nele até ouvir passos próximos de mim. Levanto o olhar e vejo Harry entrando na sala com o cabelo molhado, vestindo calça de moletom preta e camiseta cinza.
- Ei. - sorrio e ele se abaixa, beijando meus lábios antes de erguer meus pés e se sentar, colocando-os sobre as suas pernas. - Não ouvi você chegar.
- Eu estava cansado e precisava desesperadamente de um banho. - aperta meus calcanhares, fazendo-me soltar suspiros.
Harry estava na Escócia, gravando seu primeiro vídeo solo desde ontem e decidiu voltar para casa para o final de semana antes de ter que seguir para os Estados Unidos no início da próxima semana.
- O jantar deve estar servido. - eu me levanto e puxo-o pela mão. - E você deve estar com fome. Vamos, você me conta tudo enquanto comemos.
Nós conversamos sobre as suas gravações durante a refeição leve que tivemos para hoje. Harry conta sobre as aventuras com o helicóptero e o quanto ele acha que vai ficar legal depois de pronto. Nós subimos para o quarto, escovamos os dentes lado a lado e ele fecha as cortinas enquanto eu visto pijama. Ele tira as roupas que vestia antes e deita apenas com a cueca cobrindo o seu corpo, é o jeito que ele dorme sempre, principalmente nos dias mais quentes.
- Nós temos uma data reservada para o casamento. - diz, mexendo no meu cabelo quando deito sobre o seu peito.
- Sério? - pergunto, empolgada.
- Sim. Na verdade, eles têm algumas datas disponíveis e podemos escolher. - ele me olha. - Temos as seguintes opções: vinte e sete de abril, doze de maio, trinta de junho ou vinte e três de julho. O verão já está com quase todas as datas preenchidas, se eu não estiver enganado, há uma data em setembro e depois outubro, novembro e dezembro.
- Por que vinte e três de julho me parece familiar? - murmuro, franzindo o cenho enquanto o olho.
- Porque foi o dia que nós fomos reunidos em uma banda. - explica com um sorriso saudoso no rosto. - Foi o dia que a minha vida mudou.
- Então, é o dia perfeito. - cruzo as mãos sobre o seu peito e coloco o queixo sobre elas.
- Você gosta? - assinto. - Tudo bem. Vou reservá-la para nós.
- É um jeito de você nunca esquecer o nosso aniversário de casamento também. - comento, divertida. - Vai ser uma data com muitas celebrações.
- Eu jamais seria capaz de esquecer o dia do nosso casamento. - sorri, colocando uma mecha do meu cabelo para trás e acariciando meu rosto com as costas da mão em seguida. - Vai ser o dia mais feliz da minha vida.
...
Nosso final de semana passou rápido demais para o meu gosto. Antes que eu me desse conta, já estava malhando incansavelmente com Harry e Anthony - o personal trainer - na segunda de manhã. O voo de Harry para Los Angeles sairá no meio da tarde, por isso, estou aproveitando o máximo de tempo que posso ter com ele.
- Quando você começa a gravar mesmo? - pergunta, bebendo um pouco de água após nos despedirmos de Anthony.
- Em três semanas. - respondo, sentada no chão. - Não sou capaz de me levantar.
- É por isso que os seus treinos serão contínuos para o resto da vida. - aproxima-se de mim e me estende a mão. - Em menos intensidade, mas acontecerão. Precisamos garantir saúde para a velhice, querida.
Resmungo e deixo que ele me puxe para cima, passando o braço pela minha cintura toda suada e caminhamos para fora da academia.
- Hora do banho. - diz, batendo na minha bunda e eu dou um pulo, assustada, antes de rir e segui-lo para o banheiro.
Retiro minha roupa depois de descalçar os tênis e ele já está debaixo do chuveiro. Uso uma ducha enquanto Harry usa a outra, mas não demora muito para que ele esteja me pressionando contra a parede gelada.
- Eu tenho uma reunião em uma hora. - falo enquanto seus lábios estão no meu pescoço e minhas mãos em seu cabelo.
- Muita coisa pode ser feita em uma hora.
Ele aperta meus seios, levando-os a boca em seguida e sua mão desce para me estimular antes de agarrar a minha coxa e elevá-la ao seu quadril. Harry me provoca, passando seu pênis por todo meu sexo, demorando na minha entrada para, então, subir de novo. Ofego contra seus lábios enquanto empurro os quadris em sua direção, implorando por mais contato. Em um segundo, ele me vira de costas e eu apoio as mãos na parede fria, sentindo-o me penetrar.
- Você é tão perfeita para mim. - sussurra e investe seus quadris contra mim antes de sussurrar mais palavras sujas que me levam ao limite.
- Harry. - gemo, levantando uma das mãos para me segurar em seu braço esquerdo que está ao lado da minha cabeça, com a palma da mão apoiada na parede e a outra mão ocupa-se em segurar na minha cintura.
- Aguente só mais um pouco. - pede e eu fecho os olhos, jogando minha cabeça contra o seu corpo. - Vem, Claire. Goze comigo.
É tudo o que eu preciso para gritar o seu nome, sentir minhas pernas falharem e ouvir seu gemido rouco bem perto do meu ouvido. Harry agarra-me pela cintura e apoia o corpo no meu enquanto sua mão, ainda contra a parede, sustenta-nos de pé. Ele sai de dentro de mim lentamente e eu suspiro, recuperando-me. Nós terminamos o banho e eu me apresso em trocar de roupa e seguir para a minha reunião, Harry termina de fazer sua mala e diz que vai me esperar para o almoço.
Acertamos os últimos detalhes na reunião e ela dura menos do que o esperado, porém, quando estou saindo com Rebeca, eles pedem para conversar comigo sobre uma questão envolvendo o Harry. Saio de lá com um pouco de dor de cabeça, contudo, não deixo que isso estrague as horas que ainda tenho com o meu noivo.
- Por que você está tão calada? - pergunta no meio do nosso almoço.
Limpo minha boca com o guardanapo e bebo um pouco de água antes de olhá-lo.
- A minha equipe e a equipe do filme acha interessante que nós anunciemos o noivado quando as filmagens começarem. - respondo. - Seria bom para a divulgação e tudo isso.
Um momento de silêncio recai sobre nós e eu desvio o olhar do dele.
- A minha equipe pensa diferente. - diz.
- O seu nome vinculado ao meu, para minha carreira, seria lucro. O meu nome vinculado ao seu, para sua carreira, seria prejuízo. - murmuro, correndo o dedo pela gota de água condensada do lado de fora do meu copo.
- Há sempre um equilíbrio entre comprometido e solteiro, em momentos estratégicos, para as vendas, os lucros.
- O nosso noivado, o nosso casamento, será mantido em segredo para sempre? - questiono.
- Isso faz diferença para você?
- Faz e para minha carreira também. - respondo.
- Achei que estivesse se casando comigo por mim, porque me ama e não porque precisar dar uma alavancada na sua carreira.
- Acontece, Harry, que a minha carreira é tudo o que eu lutei para conquistar até hoje e eu não vou me desfazer dela e nem vou aceitar que você a esnobe dessa maneira. Eu tive muito trabalho para construir o que tenho hoje com minhas próprias mãos e não vou abrir mão de nada para me casar com você.
- Não estou pedindo isso. Nossas equipes pensam de maneira divergente, então, entraremos num acordo e tudo ficará bem.
- O problema é que, quando foi para beneficiar a sua carreira, nós assinamos um contrato de relacionamento e rendeu muito. Agora, que eu estou precisando, não interessa para vocês. - rio, sarcástica e cruzo os braços. - Isso me faz sentir como seu segredinho sujo, como se o que estamos fazendo fosse absurdamente errado e o pior é que nem se trata de uma mentira mais.
Levanto-me, pronta para deixá-lo sozinho e caminho para a saída, parando quando escuto sua voz de novo.
- Nosso relacionamento vai ser assim? - pergunta e eu me viro para olhá-lo. - Nós vamos ter brigas que vão interferir no bem-estar da nossa relação por conta de trabalho?
- Eu não estou disposta a isso. - respondo.
- Nem eu.
Ele se endireita na cadeira, virando as costas para mim e fica calado. Nada de desculpas, nada de vou conversar com a minha equipe, apenas silêncio. Balanço a cabeça em negação e saio da sala de jantar, vou para o quarto e é lá que eu fico até escutar o carro de Harry saindo da garagem com o motorista.
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O coração trincou aí também?
All The Love <3 <3 <3