Três dias depois e nós estávamos voltando para Nova York. Eu e minha mãe pegamos um voo logo nas primeiras horas do dia, o que não tornou muito fácil a minha despedida de Harry. Eu realmente não queria mais ficar longe, mas acho que uma certa distância era necessária, afinal nosso relacionamento ainda estava amadurecendo, qualquer coisa podia significar uma rachadura que nos levaria ao fim. Outra coisa que eu não queria, obviamente.
- Mãe, meu contrato acaba agora, no início do ano, eu já devo ter comentado isso. - falo quando já estamos no ar. - Eu estive pensando, o que você acha da Inglaterra? Tipo, como casa.
- Eu não sei, querida. - responde, pegando minha mão entra as suas. - É um lugar encantador, certamente, porém, eu não sei se me sinto pronta para desfazer de tudo que eu e o seu pai construímos juntos, sabe? Não pense que eu quero te impedir, filha, se for a sua vontade, não pense duas vezes.
Eu sorrio para ela e me viro, adormecendo em poucos minutos. Minha mãe ficou até a virada do ano comigo em Nova York e, no segundo dia do ano, ela seguiu de volta para nossa cidade. Edward fez a minha alegria e me tirou da solidão nos próximos dias até que Rebeca chegou para me atualizar sobre os compromissos de trabalho, iniciando, assim, nossa rotina novamente. Harry falava comigo todos os dias por chamada de vídeo ou pelo menos mensagens, quando nosso cronograma era conflitante. Ele estava com projetos para um álbum solo, mas não se apressava sobre isso já que havia deixado claro que gostaria de produzir algo de qualidade no seu tempo, sem cobranças. No entanto, em poucos dias, a distância entre nós foi crescendo, pois eu estava em uma rotina cansativa de gravações para a reta final e ele ocupado com seus próprios trabalhos. Eu não queria ser chata ou parecer carente, não queria cobrá-lo também, porquê eu sabia que estávamos comprometidos com nossas carreiras, a falta era tanto minha quanto dele.
"Sinto sua falta."
Foi a mensagem que estava me esperando no celular quando cheguei em casa, tarde da noite após um dia todo de gravações. Peguei o celular e levei para a banheira comigo acompanhada de uma taça de vinho branco, eu necessitava relaxar. Liguei o som no quarto, deixando a música tocar em um volume mediano, alto o suficiente para eu ouvir e baixo o suficiente para deixar minha mente vagar. Eu liguei para Harry, ele já estava na cama, provavelmente em um sono profundo, pois era madrugada na Inglaterra, porém, aparentemente, ele não se importou, visto que atendeu minha ligação.
- Ei. - sorrio para sua cara de sono na tela do meu celular. - Desculpe-me por acordá-lo. Eu queria ouvir sua voz.
- Não tem problema. - ele me dá um pequeno sorriso e coça os olhos antes de se ajeitar na cama. - Como foi o seu dia?
- Cheio, estressante, corrido. - suspiro. - Estou numa banheira quente, com One Direction tocando ao fundo e uma bela taça de vinho, tentando relaxar e esquecer tudo a minha volta.
- Bela combinação. - ele ri e, automaticamente, eu correspondo. - Quem diria que Claire Thompson seria nossa fã número um, hein?
- Não posso evitar. - dou de ombros. - Como foi o seu dia? - devolvo a pergunta.
- Não tão corrido ou cheio quanto o seu, mas bastante produtivo.
Ele começa a contar de suas anotações para as músicas, suas idas ao estúdio, dos arranjos musicais e de um encontro rápido que teve com Liam. Conta que Louis e Eleanor estão ansiosos, pois Freddie deve nascer a qualquer momento. Niall está em uma viagem com alguns amigos e primos e que ele envia fotos maravilhosas de onde passa todos os dias.
- Eu queria que você estivesse aqui comigo. - murmuro de olhos fechados, suspirando audivelmente.
- Eu daria tudo para estar com você agora. - confessa e eu abro os olhos para vê-lo novamente.
Em algum momento da ligação, com sua ajuda, a conversa fica um pouco mais ousada e Harry me diz para tocar meu corpo. Eu nunca havia feito nada assim, por chamada ou texto. Ter os olhos dele sobre mim o tempo todo tornou tudo mais fácil, em minha mente nebulosa pelo vinho, pelo desejo e pelo prazer que eu estava sentindo, era como se ele estivesse bem na minha frente.
- Faça como você gostaria que eu fizesse, se eu estivesse na sua frente, na sua banheira. - sua voz intensa e rouca faz meu rosto ganhar um pouco de temperatura e cor.
Eu apoio minha cabeça na borda da banheira atrás de mim e deixo minhas mãos percorrem meu corpo, primeiro meus seios, depois o interior das minhas coxas e, então, o lugar inchado que me arranca um gemido baixo.
- Você está sozinha? - pergunta e posso notar o desejo também em sua voz, assim como em seus olhos verdes.
- Sim.
- Deixe-me ouvi-la, então.
E é assim que eu tenho uma das experiências mais quentes e íntimas através de uma tela com o meu namorado. Harry me guia, levando-me a fazer coisas que eu nunca descobriria sozinha, deixando-me ainda mais excitada com seus gemidos do outro lado e dizendo palavras sujas que me levaram várias vezes a beira do orgasmo para, então, quando finalmente chegou, ser tão intenso como eu nunca tinha atingido antes. Ficamos ofegantes por um tempo, apenas escutando a respiração um do outro, sem qualquer palavra.
- Tenha uma boa noite, Claire. - ele diz quando conseguimos voltar ao normal.
- Tenha um bom dia. - sorrio e a chamada é encerrada.
Após essa noite, nós não falamos também com muita frequência, mas parecia não importar, pois esse momento tinha sido uma ligação, o fio que nos ligava voltou a funcionar e dar esperanças de que nada tinha saído do normal. Na próxima semana, no meio dela, eu recebi a notícia de que o bebê de Louis havia nascido, ele enviou-me uma foto do seu filho e de Eleanor na maternidade e eu fiquei, imediatamente, apaixonada por aquela criança. Prometi fazer uma visita assim que possível e comecei a pensar no que seria um bom presente para o bebê. Eu estava imensamente feliz por eles, assim como os seus outros amigos, havia uma coisa muito especial e bonita em assistir uma família sendo iniciada, principalmente, quando as pessoas eram tão queridas para você. Infelizmente, pelo resto dessa semana eu não tive notícias de Harry, o que diminuiu um pouco da felicidade que eu estava sentindo.
- Você sabia que o seu contrato com o Harry foi anulado? - Rebeca diz, entrando no camarim, onde estou vestindo as roupas da minha personagem.
- O que? Por quê?
- O contrato dele com a gerência da banda acabou no fim do ano, portanto, o seu contrato com ele está anulado, já que era um acordo entre a sua gerência e a da banda, não a gerência dele como artista solo, que é a atual situação. - explica.
- Ah. - murmuro e levanto depois de calçar os sapatos.
- Você está bem? - pergunta.
- Eu não falo com Harry há dias. - falo, fingindo que a maquiagem é mais importante que o assunto que estávamos tratando.
- Por que?
- Eu não sei. - suspiro. - Estava tudo ótimo, até eu voltar e as conversas se tornarem cada vez mais escassas. Eu entendo que nem sempre nossos horários são compatíveis, quase sempre nos falamos de madrugada, mas sempre tinha uma mensagem ou ligação esperando por mim quando eu chegava em casa.
Antes que ela possa dizer qualquer coisa, um anúncio é feito do lado de fora de que vamos começar a gravar em cinco minutos, então eu deixo o meu camarim e sigo para fazer o meu trabalho.
- Pronta para as últimas cenas? - Max Jones, meu par romântico, diz, caminhando ao meu lado.
- Mais do que nunca.
Quando eu chego em casa, após o banho, já deitada na minha cama, eu pego o celular e envio uma mensagem para Harry.
"Você sabia que o nosso contrato foi rompido?"
Era óbvio que ele sabia sobre isso, contudo, eu gostaria de saber qual o motivo que o levou a esconder essa informação de mim. Confesso que, quando recebi a notícia de Beca, passou pela minha cabeça que esse fato poderia mudar as coisas entre nós, mas eu também acredito que nós evoluímos muito em nosso relacionamento e que nossa relação não era tão frágil mais, nada aconteceria, pelo menos era o que eu pensava. Espero, olhando para a tela como trouxa, por quarenta minutos, então desisto, coloco o aparelho sobre a mesa de cabeceira e adormeço. Mal sabia eu que, dois dias depois, Harry me daria uma resposta, porém, de longe era a que eu queria. Numa manhã de domingo, meu dia de folga, a primeira coisa que vi ao acordar foi minhas redes sociais bombando, meu celular apitando incansavelmente. Quando abri meu perfil, gostaria de poder voltar atrás e dormir de novo, até tudo isso passar, pois as fotos que eu vi na pequena tela do meu celular me causaram dor em todos os cantos possíveis do meu corpo. Harry Styles e Kendall Jenner estavam juntos, íntimos, eu diria, num iate no Caribe.
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Ai meu casalzinho :(
All The Love <3 <3 <3