Rodrigo e eu nos dirigimos à boate de Tony. Ao chegarmos, recebemos olhares hostis dos dois seguranças postados na entrada. Mesmo com a relutância de Rodrigo, ele decidiu me acompanhar.
- Boa noite! - cumprimentei os seguranças ao nos aproximarmos.
- Melhor dar meia volta. - disse um dos seguranças.
- Não somos bem-vindos aqui? - questionei.
- Não precisamos de vocês. - respondeu o outro segurança, cuja voz me parecia familiar.
- Por que estão sendo hostis? Estamos apenas verificando se está tudo em ordem. - retruquei.
- Vocês não vão entrar sem um mandado, é melhor saírem daqui agora, se não quiserem problemas. - ameaçou o outro segurança.
- Vamos, Ema. - disse Rodrigo, tocando meu ombro. - Esse pessoal não respeita nem a própria mãe, quanto mais a gente. Mas cedo ou tarde, vão dar uma passada na delegacia.
- Ema? - os seguranças se entreolharam. - Então, é você, escondida atrás da farda?
- Não estou me escondendo. Estou aqui em serviço.
- Se veio atrás do seu amigo bobalhão, perdeu seu tempo. Ele foi dispensado. - informou um dos seguranças.
- Quando? - indaguei intrigada.
- Ele veio mais cedo, falou com o Tony, e depois foi mandado embora.
- Alguém sabe por que o Tony dispensou o Nick? - estreitei os olhos.
- Você faz perguntas demais. Pergunte para o seu amigo. Eu não sei de mais nada. E saia daqui antes que a coisa fique feia para o seu lado. - advertiu o segurança.
- Ema, estou cansado. Vou levar a viatura e ir para casa. Já chega de bandido por hoje. - disse Rodrigo.
- Tá insinuando o que, branquelo? - um dos seguranças peitou Rodrigo.
- Ok... - interrompi-os, ficando de frente para o segurança. - Estamos de saída.
- Ô, filho da puta, se me chamar de branquelo de novo, vou te levar para dar uma volta pela cidade. E você vai voltar pra cá mais calminho. - ameaçou Rodrigo. O segurança ficou em silêncio.
- Vem. - falei, indo em direção à viatura. Rodrigo me seguiu.
- Percebeu como são audaciosos? Eles não têm medo da gente. - comentei.
- O Nick foi dispensado. Com certeza a ordem veio de alguém acima do Tony, e deve ter ligação comigo. - pensei alto. Rodrigo parou bruscamente.
- Por que teria ligação com você?
- Bem... - cocei minha nuca, tentando encontrar uma resposta convincente. Não parecia uma boa ideia revelar a verdade naquele momento. Eu só tinha uma suspeita sobre o pai de Sarah, e até que fosse confirmada ou descartada, era melhor manter em segredo. - É que devem ter descoberto que voltei para a polícia, e implicaram com o Nick porque ele é meu amigo.
- Hm. - murmurou Rodrigo, passando à minha frente. - Seu amigo está melhor longe daqui.
- É. - concordei, acompanhando Rodrigo.
CONTINUA...