JENNY MILLER
— O quê? — digo, atordoada, enquanto ela agarra meu queixo.
Ela quer me beijar?... Ela vai me beijar?
Ela começa a aproximar seu rosto do meu, deixando-me nervosa.
Fecho os olhos quando sinto sua respiração quente contra meu rosto.
Espero alguns instantes e escuto um risinho seguido de um beijo no meu queixo.
— Tão bobinha — diz ela, e eu abro os olhos, confusa.
— Achou mesmo que eu iria te beijar, Jenny? Nem de longe você é meu tipo — diz, sorrindo cinicamente, enquanto mexe nas minhas coisas.
Nem de longe?
— Uma chupeta? — diz com minha chupeta azul em mãos.
— Deixe minhas coisas!
— Suas? Por acaso você usa chupeta Jenny? — pergunta se aproximando novamente mas dessa vez com a chupeta em mãos.
— Não, eu não uso isso — gaguejei e ela gargalha.
— Okay... vou levá-la para me — diz e eu arregalo os olhos.
— N... — paro de falar quando ela olha pra mim sorrindo.
— Abre a boca
— Não!
— Abre a boca Jenny ou terei que jogar ela fora — diz e eu começo a sentir lágrimas em meus olhos.
Abro a boca lentamente, sentindo ela inserir a chupeta entre meus lábios trêmulos.
Começo a sugar a chupeta com rapidez, sentindo meu corpo todo relaxado.
Levanto meu olhar e vejo ela me olhando com um sorriso.
— Fofa — murmura e eu coro logo tirando a chupeta da boca.
O que eu fiz? Não era pra eu ter feito o que ela mandou.
— Não era pra você estar aqui!
— É mas eu estou, sabe, eu preciso de alguma diversão — diz voltando a se deitar na minha cama.
— Você sabe que isso é invasão domiciliar, né?
— Claro, mas eu não ligo — fala dando de ombros mexendo em seu celular, e eu me sento na cama.
— Voc... você poderia não contar isso pra ninguém? — digo olhando pra minha chupeta.
— Por que? Não vejo problema em você ter uma chupeta — diz e eu a olho tentando ver alguma mentira. Mesmo não achando.
Ela não se importa que eu chupe chupeta?
— Eu só não quero ser base de chacota na faculdade — murmuro querendo chorar.
— Certo, eu não digo — diz e ganho sua atenção quando solto o soluço que estava segurando.
— Você está chorando? — pergunta parecendo nervosa.
— Não, não chora calma o que você quer? — dizia tropeçando nas palavras.
— Quero que você vá embora — digo sentindo um aperto no peito.
Vejo pelo canto do olho ela se levantar aperta as mãos fechadas e meio hesitante sair pela janela.
Jogo a merda da chupeta no chão e me deito me sentindo humilhada e irritada.
• • •
No outro dia...
Chego atrasada na faculdade, pelo simples motivo de não ter dormido.
Eu só não quis usar a chupeta.
Tive pesadelos, novamente eu sonhei sendo rejeitada de novo.
Pela primeira vez eu não usei a chupeta para dormir.
Dormir em meio a lágrimas, estou com medo de ela ter espalhado para toda a universidade depois que eu a "expulsei" do meu quarto.
Adentro na sala de aula com a cabeça baixa, não querendo olhar para ninguém.
— Está tudo bem com a senhorita Miller? — o professor pergunta e eu apenas assinto.
— Certo, hoje irei deixar passar mas em outra a senhorita levará uma advertência — fala sério.
— Sim senhor — digo já querendo chorar, hoje eu vim de moletom.
Pois hoje acordei com uma dor enorme neles e com a blusa toda encharcada.
Odeio, odeio, odeio!
Eu odeio ter nascido com isso.
É muito doloroso tirar com o auxílio da bombinha, porque eu não tive que nascer normal?
Seria tão mais fácil!.
— Senhorita Miller, eu peço que saia da sala por alguns minutos, estou vendo que não está se sentindo bem — sou tirada dos meus pensamentos atordoados.
— Não, não, eu estou bem — digo olhando.
De repente eu vejo Chloe com sua típica mini saia.
Vejo ela falando algo pro professor e ele assente.
— Senhorita Miller, peço que se retire da sala a sua amiga, senhorita Scott irá lhe acompanhar.
Diz e rapidamente eu nego mas quando vejo eu já estou andando e ao mesmo tempo escutando passos atrás de mim.
Sinto ela me puxar pelo braço e nos trancar em uma sala vazia.
Me sento em uma cadeira e abaixo a cabeça.
— Olha... desculpa okay? Eu não queria ter feito aquilo com você — ela dizia andando de um lado para o outro.
Continuo com minha cabeça baixa até ela suspira e me puxa pelo braço.
Ela observa meu rosto por alguns minutos e depois me puxa para um abraço que eu logo quero sair mas ela não deixa e me aperta mais a ela.
Sinto ela se sentar na cadeira e me puxa para seu colo, suspiro sentindo seu corpo quente perto do meu.
Eu estou bem...
Não estou sentindo agonia...
Ela tem cheiro de cigarro, hortelã e baunilha, esses são os cheiros que acalmaram meus sentidos e corpo em segundos.
— Me des... desculpa... eu não sou muito boa em pedir isso, mas eu estou aqui pedindo a você pela terceira vez, então se você puder...
— Eu te desculpo Perséfone.
— Okay, legal... obrigado — ela dizia nervosa me fazendo ri.
— Está tudo bem, não precisa fica nervosa — ela me olha com as sobrancelhas franzidas.
— Nervosa? eu... eu não estou nervosa — disse me fazendo rir.
— Okay então — digo me aconchegando mais ainda contra seu corpo, fazendo ela tencionar.
Quem diria, Perséfone a segunda pessoa, em que eu consigo ficar perto, abraçar e não sentir agonia.
— Okay, okay eu tenho algo para você — disse me afastando um pouco dela mas sem me tirar de seu colo.
Vejo ela tirar uma chupeta de seu bolso.
— Não, eu não quero — digo virando o rosto, mas ela o puxou pelo queixo.
— Eu não perguntei se você queria ou não — fala séria e eu faço biquinho.
A mesma abre minha mão e coloca a chupeta branquinha em minha mão.
Olho os detalhes da chupeta e vejo uma frase escrita.
Minha Pequena...
— Minha pequena? — pergunto voltando meu olhar pra ela, e vejo que ela está olhando para o lado.
— O quê? Ah... isso?, eu não tinha visto quando comprei — diz e eu a olho desconfiada.
— Okay... mesmo assim obrigada
— Mas então... você vai usar ela? — ela pergunta meio querendo fugir.
Espera... a Perséfone está com vergonha?
— Não sei, você quer que eu a use?
— Eu... eu não sei, usa se você quiser — diz me tirando do seu colo e se levantando meio desajeitada.
— Certo, obrigada — digo e a abraço a pegando de surpresa.
Não, eu não estou me aproveitando, okay?
— Jenny sua blusa está ficando molhada — diz apontando pra minha blusa e eu fico desesperada.
— Eu... eu tenho que ir...
Vou até a porta e tento abrir, mas não consigo.
— Ei calma, eu a tranquei — diz me segurando pelos os ombros.
— Abre por favor... abre a porta.
— Não. Eu só irei abrir quando você me dizer o que é isso — fala e eu sinto meus olhos lacrimejando.
Sinto ela me abraçar novamente, e me colocar em cima de uma mesa logo ficando no meio das minhas pernas.
Perséfone ergueu meu queixo e olha bem nos meus olhos.
— Confia em mim — abaixei minha cabeça vendo minha blusa encharcada.
— Leite... — murmuro baixo.
— O que? Não escutei.
— Eu produzo leite...
— Ah... você é lactante — assinto e fico impressionada por ela saber o que significa.
— Certo, eu irei lhe ajudar — fala ganhado minha atenção.
— Está vestida com algo por baixo?
— Sim, estou com uma regata.
— Tire seu moletom — diz calma e eu a olho.
Começo a tirar o moletom vendo a regata molhada.
Volto a olhar ela e vejo seus olhos diretamente em meus biquinho que estão duros por conta do leite.
— Perséfone — a chamo e ela parece sair dos seus devaneios.
— Sim, okay irei lhe dar a minha jaqueta e não se preocupe se molhar — diz tirando a jaqueta e eu tento a impedir.
— Não prec...
— Cala a boca Jenny — fala séria e eu logo me calo.
Sinto ela colocar a jaqueta em mim, me ajudando a vestir.
— Pronto, depois você me entregar — fala ainda no meio das minhas pernas com as mãos em minha coxas desnudas por conta da saia.
— Você pode sair agora — digo baixo.
— Ah, sim okay irei abrir a porta...
• • •
PERSÉFONE SCOTT
Saio da sala completamente perdida. Eu não sou assim nunca me importei com ninguém, também não sei o que deu em mim quando fui comprar uma chupeta pra ela.
— Perséfone! Onde você estava? Cadê a Jenny? — Alisson chega fazendo um monte de perguntas com Thomas e Chloe atrás.
Chego perto dela e seguro seu rosto lhe dando um selinho.
— Cala a boquinha Alisson — digo voltando a andar e eles vêm atrás.
— Cadê a sua jaqueta? — Thomas pergunta andando do meu lado.
— Eu emprestei a Jenny, e não me pergunte o porquê! — falo e ele levanta as mãos.
Saio da faculdade e me encosto na minha moto.
— Logo hoje? Você sabe que temos que estudar para amanhã — Chloe diz.
— E além disso, iremos acordar com uma puta de uma ressaca — diz Alisson.
— Que se foda a prova de amanhã depois nós vamos fazer outra — digo ascendendo um cigarro.
— Okay, então eu estou dentro — Thomas fala.
— Eu também — Chloe diz.
Nós três olhamos Alisson ao mesmo tempo e ela tombou a cabeça pra trás suspirando.
— Okay... eu vou.
— É disso que eu gosto, animação, Alisson não quero você pensado neles — digo seria e ela assente.
— Sério, eu não sei como ela chegou a namorar — Chloe disse olhando pra Jenny que estava conversando com um garoto.
— Como assim? — Thomas pergunta.
— Ela contou que tem Afefobia.
Afefobia? Não pareceu que ela tinha isso a algumas horas atrás.
— Mas então, às 21:00? — Thomas perguntou mexendo em seu celular.
— Sim, e sem atrasos — digo olhando para Lauren que vem em minha direção.
Lauren é apenas um foda que eu tenho as vezes.
— Oi Perséfone! — dizia chegando e olhando para o lado.
— Tchau Perséfone nós vemos mais tarde — eles dizem e eu aceno.
— Para onde vão? — Lauren pergunta curiosa.
— Uma festa — digo e ela chega mais perto do meu corpo.
— E eu vou pode ir? — pergunta passando a mão em meu braço.
— Não — digo e ela faz um biquinho forçado.
— Mas então, nós nunca mais ficamos sozinha... sabe só nós duas.
— E nem vamos, não estou para papo — digo e ela faz careta.
— Espero que não esteja ficando com outra pessoa — fala e eu a olho séria.
— Eu fico com quem eu quiser, com quem eu bem entender e você não manda em mim... e ninguém nunca nesse mundo vai mundar — digo me afastando e subindo em minha moto.
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xoxo ☆