𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 8

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Dor uma palavra tão pequena, mas que trás uma carga de sentimentos pesada. Sentimos dor quando algo nos machuca e isso pode ser tanto física quanto na alma, no meu caso apesar de ser quem sou, carrego uma dor imensa em minha alma. Por quê? Sou rico, famoso, tenho uma família, amigos e, além disso, estudo; de quê adianta tudo isso se passa apenas de fachada? Ninguém é completo quando um buraco imenso se faz presente em seu coração. E no meu caso é exatamente assim que funciona, um paraíso escuro, é assim que eu definiria toda a minha vida, quando mais novo sempre tentei encobrir esses sentimentos com bebidas, festas e garotas tão vazias quanto a mim. Hoje em dia o preencho com trabalho, vivo para isso e mais nada ou ninguém, então um paraíso perfeito não existe, ás pessoas apenas acreditam que ele existe na vida dos outros. O convite de Júlia foi tão repentino, contudo me trouxe um sentimento diferente em meu peito, algo que não experimentava a tantos anos, "expectativa"; você imagina tantas coisas e anseia, assim como cria pensamentos a respeito daquilo, ao chegar em casa tomei um banho e me troquei umas cinco vezes até me decidir por algo mais casual, assim que cheguei na casa dela meu coração parecia ansiar por tudo o que iria acontecer. Isso é a expectativa criada, esse sentimento que temos em poucos momentos da nossa vida. Assim que entrei na casa da minha secretária pude sentir seus olhos pesar sob os meus assim como comigo aconteceu ao ver a pequena bebê em seus braços, me senti apaixonado pelos olhinhos angelicais, e as bochechinhas rosadas de Beatriz. No entanto ao tê-la em meus braços me vi em pânico, não tinha ideia de como acomodar aquele pequeno ser em mãos grandes e desajeitadas, no entanto a pequena não chorou ou ficou com medo, na realidade a mesma me deu um sorriso banguela tão genuíno e verdadeiro que fez todo o meu interior se derreter e amolecer. Finalmente consegui segura-la com mais confiança em meus braços, me sentei no sofá assim me senti mais seguro em brincar com ela, ás pequenas gargalhadas ao passar os dedinhos por minha barba acabaram por me ganhar totalmente.

_________ Você é bem espertinha não é? - Falei com a bebê que soltou um barulhinho alto em resposta - Já vi que consegue ganhar qualquer um igualzinho a sua mãe... - A bebê riu ao escutar a palavra mãe.

No entanto nosso diálogo fora interrompido por Júlia que voltara da cozinha com um olhar de preocupação, algo havia queimado, provavelmente a minha chegada fora uma distração. Ela brevemente conversou comigo, porém Daniel nos interrompeu ao chama-la para perguntar algo sobre ás taças; Beatriz permaneceu em meu colo enquanto a mãe dela muito a vontade ajudava meu irmão a ajeitar a mesa. Não sei por que esse fato deles serem tão íntimos me incomodou no fundo do meu âmago, meus pensamentos foram interrompidos quando uma mulher extremamente charmosa e sorridente saiu do banheiro, seus olhos cravaram nos meus me deixando incomodado.

__________ Fernando certo? - Ergui a sobrancelha observando-a surpreso - Júlia me falou muito sobre você...

__________ Há sim... - Comentei olhando na direção da minha secretária que neste momento colocava algo em cima da mesa.

__________ Me chamo Ana. - Ela se apresentou mostrando um sorriso sexy demais para alguém que acabou de me conhecer.

__________ É um prazer Ana. - Foi tudo o que eu disse, Daniel no interrompeu anunciando que o jantar estava servido, ele andou até Beatriz para pegá-la, no entanto a bebê escondeu o rostinho no meu pescoço, mostrei um sorriso presunçoso para ele.

__________ Pode deixá-la comigo, obviamente Bibi tem bom gosto para homens... - O provoquei piscando para ele que ficou furioso pela recusa da pequena.

__________ Bibi???- Questionou ele incrédulo.

__________ Sim, é como decidi chamá-la... - Daniel soltou um riso enciumado.

__________ Que apelido feio! - Dei de ombros.

__________ Ela ri quando a chamo assim... - Olhei para a pequena e falei - Oi Bibi... - A voz melosa saiu dos meus lábios involuntariamente, a pequena soltou um risinho fofo - Viu? Somos melhores amigos em questão dê... Trinta minutos... É o destino...

 𝓤𝓶 𝓬𝓸𝓻𝓪𝓬𝓪𝓸 𝓹𝓪𝓻𝓪 𝓬𝓱𝓪𝓶𝓪𝓻 𝓭𝓮 𝓒𝓔𝓞 Where stories live. Discover now