𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 14

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Em uma época distante eu poderia dizer que o amor era a última coisa da qual almejaria, isso porque simplesmente não existia ninguém em meu mundo vazio que o fizesse ser preenchido, nem sequer chegava a encher metade desse sentimento oco em meu peito. No entanto desde que cheguei aqui, no primeiro instante que meus olhos encontraram com os dela eu temi, isso mesmo, o medo existiu dentro do meu peito, isso porque dentro daquelas orbes eu pude enxergar algo que em muitos anos eu não via em ninguém, Julia possuí uma alma cheia de personalidade; e essa pode preencher tudo dentro de mim. Eu tentei com todas as forças fugir desse sentimento que previ, contudo quando é para acontecer não tem para onde correr, você pode tentar e tentar, mas a vida trás de volta, o destino se cruza; os caminhos encontram meios de se encaixarem, e aqui estou, diante desse sentimento que consome e transborda profundamente, sinceramente estou disposto a lutar por meu espaço dentro do coração dela.

A última coisa que me lembro do meu feriado fora receber uma ligação repentina do trabalho, aquele do qual estou disputando e aos poucos venho tomando o seu lugar no mundo dos negócios, Guilherme; solicitou a minha presença em seu escritório, um dos seus funcionários me ligou pedindo para abrir uma exceção; ao telefone eu vi o olhar de Júlia para mim e eu sabia que se fala-se sobre o que era com certeza iria largar tudo até mesmo Bia para me ajudar, por este motivo ocultei o assunto e sai de seu apartamento a deixando com a pequena que merecia ter sua mãe com ela durante este período; segui meu caminho indo em direção ao lugar marcado. Estacionei o carro em uma rua próxima ao café do qual foi marcado, assim que desci e fui atravessar a rua, um carro saiu do nada de uma das garagens batendo em mim em cheio, a única coisa que me recordo fora o momento em que caí contra o piso duro de cimento, meus sentidos sumiram na hora, gritos e ruídos aos poucos desapareceram assim como a escuridão me buscou e nada mais vi ou escutei.

Acordei no hospital algumas horas depois, sem compreender muito bem o que havia acontecido; Daniel me encarava preocupado sentado em uma poltrona ao lado da minha cama, pisquei algumas vezes tentando relembrar os últimos acontecimentos, meu irmão se aproximou mais enquanto tentei sentar-se mesmo com uma dor pulsante em meu quadril.

__________ Fernando! - Exclamou ele segurando meus dedos arranhados.

__________ O que aconteceu? - Questionei meio atordoado.

__________ Você foi atropelado por um maluco. - Respirei soltando o ar lentamente.

__________ Me recordo de sair da casa... - Me calei no mesmo instante, Dan me olhou sem compreender por que interrompi a fala. - Da minha casa e ir até um café...

__________ Tem dois policiais investigando seu caso, segundo eles o homem que atropelou você é um presidiário que acabou de ser solto em liberdade condicional, segundo aos relatos dele, ele não viu você ao sair da garagem, contudo de acordo com as testemunhas que viram o acidente era impossível ele não ter visto você. - Franzi minha testa enquanto meus pensamentos aconteciam rapidamente sem freios.

___________ Está me dizendo que ele tentou me matar?! - Daniel balançou a cabeça em concordância - Mais por quê?

___________ É isso que os policiais querem saber, no entanto ele se mantém calado, mantendo o primeiro relato de quê foi um acidente. - Encarei meu pé enfaixado por alguns segundos pensando em quem poderia me querer morto - Sorte sua que o Guilherme o socorreu...

___________ Guilherme? - Daniel balançou a cabeça.

___________ Foi com ele que você marcou de se encontrar não? - Balancei a cabeça positivamente. - Pois então ele chegou alguns minutos após o acidente e chamou a ambulância para você. - Meu irmão olhou para o relógio e então disse - Bom acho que vou pedir a Júlia para vir ficar aqui com você...

 𝓤𝓶 𝓬𝓸𝓻𝓪𝓬𝓪𝓸 𝓹𝓪𝓻𝓪 𝓬𝓱𝓪𝓶𝓪𝓻 𝓭𝓮 𝓒𝓔𝓞 Where stories live. Discover now