𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 4

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Os sentimentos em meu peito se encontravam muito próximos de explodir, é natural sentir medo ou receio, é algo que todo ser humano carrega em seu peito e em seu interior, sabe qual é o problema? Sentir esse medo próximo de pessoas nas quais desejamos impressionar, ou daqueles dos quais desejamos mostrar toda a nossa imponência. Ao entrar na minha BMW, tudo o que consegui fazer por uns vinte minutos foi encarar o nada, pisquei algumas vezes recordando o que havia acontecido no elevador a poucos segundos, a minha total e completa humilhação. Por alguns instantes considerei a gentileza dela com o meu pânico; em seguida aquele sentimento de diminuição subiu para o meu peito, assim como uma raiva da qual eu não sei de onde surgiu. Comecei a socar o volante do carro com a buzina soando alto no estacionamento. Me remexi, bati, soltei maldizeres para aquele momento.
BIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

___________ MALDIÇÃO! - Saia de meus lábios enquanto a fúria enchia o meu peito. - Sou Fernando Murbeck como posso ter um ataque estérico na frente de uma mulher tãoooo……. Tãoooooo….. haaaaaaaaa – voltei a bater no volante.
BIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

Ecoava da BMW que se remexia com meus movimentos bruscos, foi então que eu escutei uma batida soar em meus ouvidos, toc, toc… Olhei para o lado, um guarda me encarava espantado; arregalei aos meus olhos e então ajeitei o meu cabelo, em seguida abri o vidro olhando para ele com uma seriedade como se nada tivesse acontecido.

____________ Está tudo bem com o senhor? - Questionou o homem me observando com atenção.

____________ Está  - Falei curto e seco.

____________ Há sim… - Respondeu ele ainda parecendo estar em dúvida – Achei que um inseto havia invadido o seu automóvel… mas acho que me enganei… - O encarei sem compreender então ele mesmo me respondeu – Abelhas… - Balançou a cabeça como se recorda-se algo.

____________ Abelhas? - Questiono com um ar de incredulidade na face.

____________ Sim, isso já aconteceu comigo… - Ele achou que a minha pergunta era um incentivo, o dia não poderia terminar mais estranho do que isso – Uma abelha.. Invadiu o meu automóvel então comecei uma luta brava e corajosa contra o inseto… - Novamente o guarda pareceu se perder em pensamentos, no entanto em um estalo ele retomou a palavra – Então quando o vi… se debater assim… - Ele me imitou feito um doido, sem parar e então se recompôs rapidamente dizendo – Achei que isso havia acontecido com o senhor também. - O homem piscou, só então percebi que o mesmo esperava uma resposta.

_____________ Oh, não… é… - Respirei fundo, o que diria para ele? O olhei me encarando e esperando uma resposta, soltei um suspirar e então falei – Era um inseto mesmo. - Observei ao nome dele no crachá e então retomei a palavra – Mais como pode ver eu venci a batalha senhor Abílio – Ele sorriu satisfeito para mim – Obrigado pela preocupação, agora se me der licença, preciso ir.

_____________ Há claro patrão, tenha uma boa noite.. - Fechei o vidro e então comecei a dirigir para casa.

No dia seguinte logo cedo a campainha da minha casa tocou, achei realmente estranho, no entanto a noite fora péssima e eu não preguei o olho, com ás últimas palavras dela martelando em minha mente, assim que abro a porta Daniel está parado em frente a mesma com suas mãos nos bolsos, assim que suas íris encontraram ás minhas uma incógnita se fez presente no meu rosto, dei espaço para que ele entra-se. Em seguida fechei a porta caminhando atrás do mais novo, parei no bar servindo um café para mim e para ele, entreguei a xícara nas mãos dele e em seguida me sentei na poltrona repousando meu pé em cima da minha perna, o encarei com um sobrancelha elevada.

___________ O que o traz aqui tão cedo? - Ele tomou um gole do café que soltava fumaça devido a temperatura elevada.

___________ Precisamos conversar… - Pisquei algumas vezes sem compreender.

 𝓤𝓶 𝓬𝓸𝓻𝓪𝓬𝓪𝓸 𝓹𝓪𝓻𝓪 𝓬𝓱𝓪𝓶𝓪𝓻 𝓭𝓮 𝓒𝓔𝓞 Where stories live. Discover now