Epílogo

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Epílogo

 
Cinco anos haviam se passado desde que eu disse sim para Fernando em um altar montado ao ar livre, presenciado apenas pelas pessoas mais intimas nossas. E a cada dia que passava eu o amava mais e mais.
Depois do sequestro de Beatriz, e morte do Guilherme, várias feridas foram abertas em meu peito, mas que Fernando ajudou a cicatriza-las rapidamente com todo o amor e dedicação comigo e nossas filhas. Nunca me arrependeria de ter escolhido passar todos os dias da minha existência ao seu lado, afinal meu coração sempre pertenceria a ele.
 
— Está fazendo de novo Ju... — Daniel me chamou a atenção, enquanto eu olhava Fernando ao longe brincando com nossas filhas Beatriz e Vitória, ignorando completamente seus convidados de sua festa de aniversário. Isso era tão típico que ninguém da família se espantava... Suspirei e olhei para meu amigo que balançava seu primogênito no colo, fruto do seu relacionamento com Ana.
— Desculpe... Eu me distraí. — Mostrei um breve sorriso travesso e ele maneou a cabeça rindo. Ao mesmo tempo em que sua esposa nos encontrou, e passou as mãos na cintura do seu marido.
— Você vai contar a ele hoje? — Ana me perguntou, e eu assenti sentindo minhas bochechas ficarem rubras.
— Não sei qual irá ser a reação dele, mas espero que ele entenda minha decisão em tomar outro rumo para minha vida profissional.  Acho que ele vai ficar mais que animado quando eu contar que decidi dar uma parada com o trabalho. Bom... De qualquer forma ele iria tentar me convencer.  — Passei a mão em meu cabelo, elas estavam suadas e eu estava nervosa.
 
Ana e Daniel estavam fazendo alguns comentários do quanto seria bom passar mais tempo em casa, e ter mais tempo para visita-la, agora que que eles fixaram moradia no Brasil novamente. Mas minha atenção se esvaiu quando ouvi os gritinhos das minhas filhas.
 
— Mãeeeee... — Vitória veio correndo e segurou em minhas pernas, seguida por Beatriz. — Que bolo.
— Por favooorrr — Bia juntou as mãozinhas pequenas, como se estivesse fazendo uma oração.
—Já pediram para o pai de vocês? — Antes de elas me responderem senti a presença de Fernando logo atrás de mim.
— Aqui minhas pequenas... Seu pai não falha em nenhuma missão.
 
Com uma piscadinha e um beijo em meu rosto ele se afastou levando elas para suas cadeirinhas. Daniel e Ana foram embora logo em seguida, e algumas horas depois quando já era noite, restou apenas minha família em nossa casa.
Fernando estava colocando as meninas para dormir, depois que eu dei banho nas duas e coloquei o pijama, ele se encarregou de contar a historinha para elas. Eu saí do chuveiro, e me deitei em nossa cama, aguardando ansiosa para entregar o meu presente para meu marido. O dia tinha sido tão corrido e ele tinha chegado de viajem de manhã, e com quase uma semana fora, ele queria aproveitar cada segundo com as meninas, pois jurava que elas já tinham crescido mais centímetros desde que viajara a trabalho.
Passei a mão em meu rosto, e sorri assim que ele atravessou a porta, aquele lindo sorriso surgiu em seus lábios e todo o cansaço do seu rosto desapareceu.
 
— Oi esposa. — Seus passos, ficaram mais lentos à medida que se aproximava da cama e desabotoava sua camisa.
— Oi marido. — Disse ficando de joelhos sobre o colchão. Passei as mãos sobre seu pescoço e ele me levantou roubando um beijo caloroso dos meus lábios. — Quer receber seu presente agora?
— Quero, quero muito. — Ele apertou ainda mais minha cintura e eu ri, negando qualquer coisa que estivesse imaginado.
 
Desvencilhando-me do seu toque corri até o closet e peguei uma pequena caixa branca de madeira. Meu coração batia forte quando entreguei em suas mãos.
 
— Feliz aniversário. — Sussurrei.
 
Sua sobrancelha se elevou, e ele chacoalhou meio apreensivo o abjeto. Com o olhar ele me interrogava, perguntando o que deveria ser, mas eu apenas dei de ombros. Fiquei observando atenta cada traço, cada gesto seu, enquanto sua mão deslizava pela tampa e ele a abria revelando o conteúdo ali presente.
Havia três testes de gravidez, um ao lado do outro, junto ao sapatinho de lã branco, e um bilhete escrito: “Você foi promovido ao cargo de papai mais uma vez”.
Seus olhos marejaram, e seu sorriso de felicidade era indescritível...
 
— Isso é verdade? — Eu assenti. Quando menos esperei Fenando estava me girando em seus braços, sem saber se ria ou chorava de tanta emoção. — Eu vou ser pai, eu vou ser pai! — Ele se ajoelhou em minha frente e começou a beijar incessantemente minha barriga enquanto eu ria sem parar. Quando ele se levantou, suas mãos tocaram meu rosto em uma breve caricia. — Obrigada meu amor, esse foi o melhor presente que poderia me dar. Vocês quatro são as melhores coisas que aconteceram em minha vida.
— Na minha vida também. — Sussurrei entre as lágrimas.
— O meu coração sempre será seu.
 
Toquei sua face, e o beijei como se fosse à primeira vez, cheia de amor para lhe dar. Fernando ia caminhando me guiando em seus braços em direção a cama, sem desgrudar seus lábios dos meus nem por um instante.
 
— Paaiii to cum medoo. — A vozinha de Vitória chegou até nós, e eu ri.
— Você vai ou eu vou? — Sua testa estava colada na minha.
— Paiiiii... — Agora era a Beatriz quem estava chamando.
— Amor é você que elas estão chamando. Vai lá e mostra o super pai que você é. — Dei uma piscadinha e observei enquanto ele saia do nosso quarto para cuidar de nossas filhas.
 
A vida é boa, é boa demais.

 𝓤𝓶 𝓬𝓸𝓻𝓪𝓬𝓪𝓸 𝓹𝓪𝓻𝓪 𝓬𝓱𝓪𝓶𝓪𝓻 𝓭𝓮 𝓒𝓔𝓞 Where stories live. Discover now