𝓤𝓶 𝓬𝓸𝓻𝓪𝓬𝓪𝓸 𝓹𝓪𝓻𝓪 𝓬𝓱𝓪𝓶𝓪𝓻 𝓭𝓮 𝓒𝓔𝓞

𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 12

Eu não sei quando esses sentimentos iniciaram, pode ser quando nos beijamos, ou quando a vi no evento de caridade linda e espetacularmente charmosa; até mesmo quando nos conhecemos, apenas sei que essas sensações percorriam todo o meu corpo e se inflavam em meu coração, como uma chama ardente e feroz. Uma chama incapaz de ser apagada, durante o meu almoço de negócios com Heloise, tudo o que vinha em minha mente era o momento em qu Júlia apareceria, me perguntava se deveria agir formalmente com ela após aquele beijo? Decidi por ser profissional, afinal de contas durante uma reunião de negócios somos chefe e secretária, após o expediente poderíamos agir de modo informal, sinceramente a loira a minha frente era insuportável; suas palavras sarcásticas sobre as pessoas ao nosso redor eram ignoradas por mim, não contei quantos copos de suco tomei um seguido do outro, ela fazia piada, e eu respondia com uma risada completamente falsa apenas por educação, afinal o meu objetivo era realmente fechar aquele acordo, Heloise, no entanto, se mostrava sedutora, seus dedos percorriam vez ou outra meus ombros e mãos; é claro que no mesmo instante eu ás retirava de uma maneira educada, quando Júlia surgiu mais tarde a loira ao meu lado sumiu por vários segundos, como era possível que ela estivesse ainda mais bonita? Aquele vestido delineava seu corpo perfeitamente, e acabei perdendo o ar por vários instantes até que a mesma parou com a nossa frente com seus olhos avaliadores, mostrei um largo sorriso para a mesma agradecendo aos seus por ela estar ali, contudo a mesma foi embora cedo, mesmo que meu olhar suplicante estivesse sob os dela, notei uma expressão diferente na face da minha secretária no entanto eu não sabia o que era.

Durante a nossa viagem de volta para casa a mesma se mostrou quieta, algo atípico dela; me perguntava se eu havia feito algo de errado? Repassei todos os nossos momentos durante a viagem no entanto não consegui chegar a conclusão nenhuma, já no aeroporto Daniel nos aguardava com Beatriz no colo e sinceramente aquela cena fez meu estômago se revirar, me senti fraco e muito incomodado, aquela expressão fria e distante surgiu em minha face eles se foram, quanto a mim? Fui para meu apartamento sentindo que meu coração doía e ao mesmo tempo queimava, ao entrar em casa meu telefone toca, rapidamente o peguei com certa ansiedade, pensando que poderia ser ela; soltei um suspiro de decepção quando li o nome escrito, Madelyn minha melhor amiga dos estados unidos, soltei um suspiro e atendi o telefone com uma voz triste, no entanto do outro lado da linha pude escutar ás palavras irônicas dela.

___________ Sei que estou velha, e não sou mais bonita, mas poderia pelo menos ficar feliz em saber que estou em Curitiba! - Ela riu rouca, no mesmo instante um sorriso preencheu meus lábios.

___________ Perdão Ma, mas estou com alguns problemas.. - A velha do outro lado da linha pirragueou.

___________ Seu pai? - Respiro profundamente.

___________ Dessa vez não... - Um 'A' foi pronunciado por ela.

___________ Deve ser rabo de saia então! - Declarou a velha.

___________ Não é bem assim! - Mordi meu lábio inferior - Vamos jantar amanhã?

___________ É claro! Quem mais pode lhe dar conselhos amorosos? - Soltei uma risada e em seguida me despedi dela desligando o telefone.

Na manhã seguinte dentro do meu escritório tudo o que eu conseguia pensar ou me concentrar era na mulher sentada do outro lado daquela parede, meus olhos vez ou outra percorriam a sala extensa até parar na janela de onde eu poderia observá-la totalmente, Júlia parecia distante e pensativa, me perguntava se por acaso ela havia se arrependido do beijo? Isso estava se tornando uma total e completa tortura! O dia passou e a noite logo surgiu e quando cheguei no restaurante, Madelyn se encontrava sentada a frente de uma janela extensa, com seus cabelos grisalhos enrolados emoldurando sua face puxada devido a plásticas recentes, quando me viu abiu um sorriso inexpressivo.