𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 13

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- Bom dia. - A voz rouca de Fernando ressoou muito próximo ao meu ouvido quando seus braços me envolveram, enquanto estava de costas para ele. Senti um leve tremor em meu corpo.

- Bom dia para você também. - sussurrei me virando para o homem que me abraçava e me olhava como se eu fosse a joia mais preciosa do universo.

Como se ele já não tivesse me visto naquela manhã.

Nossos olhos se encontraram, e os lábios de Fernando encontraram os meus rapidamente. Vorazes e sedentos, como se todos os beijos e caricias que trocamos na noite anterior não tivesse bastado. Pelo visto não bastou, pois agora suas mãos deslizavam pelo meu corpo, enquanto um forte arrepio percorria toda a minha extensão corporal. Estava praticamente entregue a esses sentimentos, quando a coerência voltou a minha mente, e eu comecei a rir afastando meu chefe com uma mão em seu peito.

- Qual é a graça? - Fernando perguntou me puxando mais para si agora, apoiando seu maxilar na curva do meu ombro.

- A graça é que você vai sentar ali na banqueta. - Apontei para a bancada e sorri olhando para ele. Os olhos de Fernando pareciam brilhar enquanto me olhava, ainda me abraçando. - Quietinho, e com essas mãos bobas longe de mim, enquanto eu preparo o café da manhã para nós.

- Tudo bem patroa.

Com as mãos levantadas e soltando uma gargalhada, com um ultimo beijo rápido nos meus lábios ele contornou a pequena cozinha e sentou na bancada junto à parede. Enquanto eu andava de um lado para o outro, colocando as coisas na mesa, sentia os olhos de Fernando em mim. Observei quando ele se levantou e começou a me ajudar com as coisas, abrindo os armários como se ele viesse todos os dias ali, como se fosse à coisa mais natural do mundo para ele.

Ontem à noite, depois que nos beijamos, depois de conversas e risadas, e eu me sentir bem mais leve ao seu lado. Acabei me entregando ainda mais a esse sentimento que estava sentindo por Fernando, e que estava tomando conta de mim. Não podia revelar meus sentimentos, não ainda pelo menos. Mas deixei que seus lábios tocassem os meus com toda a ternura e delicadeza do mundo, sentia meu coração pulsar cada vez mais com todas aquelas sensações, que há muito tempo havia esquecido o que era sentir.

Lembrava-me de como suas mãos grandes e firmes desciam pelo meu corpo de maneira delicada, enquanto eu tocava seus cabelos macios quase de maneira contemplativa. De como nossas respirações se misturavam e se tornavam uma doce melodia. Como a trilha de roupas se espalhou pelo meu quarto, e como nosso corpo pareceu se tornar um só enquanto se encaixávamos um no outro. Fernando nunca deixava de olhar meus olhos, nunca parava de ter aquela expressão de admiração. Jamais.

Não sei que horas nós dormimos, mas quando acordei pela manhã seus braços me envolviam e meu corpo estava suado e o calor que estava sentindo era imenso. Com todo o cuidado, me virei para ele e fiquei olhando para sua face calma, seus cílios grandes e escuros que se curvavam em suas pálpebras, causando pequenas sombras embaixo dos seus olhos, ao mesmo tempo em que elas se mexiam levemente enquanto Fernando parecia dormir profundamente. Seu peito nu estava exposto subindo e descendo calmamente por causa da respiração, e eu fiquei parada analisando em como tão tranquilo ele parecia estar. Tão calmo e sereno tão frágil... Levemente passei minha mão pelo contorno de sua mandíbula, me permitindo por esse tempinho me deixar levar por esse rio de emoções que me golpeava com força a cada segundo. Eu não podia me permitir me apaixonar, mas já estava completamente imersa por esse sentimento.

Depois de um bom tempo o admirando, saí da cama da maneira mais calma possível para não acordar Fernando, e andei na ponta do pé coletando minha roupa do dia anterior e vestindo. Passei no quarto de Beatriz, que depois de acordar durante a madrugada parecia bem calma dormindo em seu berço. Depois de uma rápida passada no banheiro para um banho tranquilizante, levei um susto quando dei de cara com Fernando na porta quando eu saí, tinha tanta coisa para pensar. Mas com ele tão próximo, era algo mais quase impossível. Pelo menos por enquanto, então me ocupei do café da manhã enquanto ele tomava uma ducha quente.

 𝓤𝓶 𝓬𝓸𝓻𝓪𝓬𝓪𝓸 𝓹𝓪𝓻𝓪 𝓬𝓱𝓪𝓶𝓪𝓻 𝓭𝓮 𝓒𝓔𝓞 Where stories live. Discover now