𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 6

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O ambiente trazia um clima tranquilo e leve, as conversas aconteciam e os murmúrios eram fáceis de se distinguir; a música suave preenchia meus ouvidos até a voz do meu pai roubar a atenção e me trazer para a realidade, levei a taça até meus lábios tomando um gole lento enquanto o mais velho dizia asneiras sobre negócios que se encontravam resolvidos. Quando notou a minha falta de vontade em prestar a atenção o senhor Murbeck rosnou baixinho, com uma expressão de desdém na minha direção.

_________ Como sempre nunca me escuta… - Seu nariz se franziu daquela maneira irritante o que me fez rebater logo em seguida.

_________ Por este motivo sou bem-sucedido atualmente. - Ao pontuar essa frase ele ergueu seu dedo roliço na minha direção pronunciando.

_________ Hora seu… - Se calou no mesmo instante ao ver alguém se aproximar, assim que Júlia se colocou ao meu lado, o homem mudou sua expressão para um sorriso largo demais, atencioso ao extremo, suas íris brilharam ao conversar com a minha secretária, ela tinha um dom, disso eu tinha certeza agora.

Enquanto os comentários aconteciam, meus movimentos eram bebericar a minha taça e observar atentamente cada um dos membros que se pronunciavam. Até meu pai soltar uma daquelas frases dele, o que não me assustava, me sentia irritado; mas aprendi a não dar atenção para o que Antony Murbeck dizia, o que realmente me espantou foi a reação de Julia, logo em seguida ao comentário do meu pai, me defendeu ao escutar os “elogios” que ele disparava contra a minha pessoa, ser chamado de imprestável e inútil é quase estar no paraíso hoje em dia, antigamente era muito pior. Antony pareceu surpreso, no entanto não deu indícios ou demonstrações de raiva, com os dizeres dela, logo em seguida se encontrava sorrindo, fiquei incrédulo encarando a face de todos. As conversas aconteceram em meio a um clima esquisito, minha mãe não parava de olhar na direção de Julia; após esse fato, me mantive em silêncio até porque não há o que conversar com a minha família, no entanto a minha secretária iria se se afastar quando Daniel comentou de maneira exagerada sobre a aparência dela, e isso me soou encantado e ligeiramente apaixonado da parte dele, fiquei incomodado sentindo algo apertar em meu peito, ignorei essa sensação e nada falei, resolvi andar pelo salão para conversar com possíveis patrocinadores.

As horas seguintes foram extremamente produtivas, consegui dois possíveis investidores, descobri quem manda no ramo atualmente, é uma empresa chamada AURA, seu dono é extremamente jovem e muito competente, Guilherme Duarte, ao que um dos empresários especulou para mim, passei minhas íris pelo salão procurando por Júlia, assim que a vistei caminhei na direção da mesma, sua expressão trazia algum desconforto enquanto mantinha uma conversa com um rapaz. Assim que parei diante deles a minha secretária se pronunciou nos apresentando, meus olhos analíticos, observaram cada aspecto do ser a minha frente, então ele era o atual e principal empresário do ramo, concluí que o mesmo não seria páreo para mim, por sua expressão calculei menos de um ano para ultrapassar sua empresa. Sorri cortês ao apertar a mão dele, começamos uma conversa comum sobre amenidades, e negócios. No entanto, ao olhar para minha secretária, notei algum desconforto, seria pela minha presença? Atrapalhei um momento de flerte? Ou simplesmente o cavalheiro a minha frente havia tentado algo contra a vontade dela? Contudo ao se virar para mim ela parecia realmente cansada, concluí que a culpa era minha. Ela foi se afastando e uma cena estranha se desenrolou, o senhor Duarte segurou no ombro dela, ambos estavam afastados, não consegui escutar o que falavam, porém pela expressão de Júlia ela se encontrava incomodada, tanto que retirou a mão dele com ódio, em seguida saiu caminhando por entre as pessoas, o senhor Duarte começou a andar indo atrás dela, no entanto, fui mais rápido ao pará-lo.

__________ Pode deixar comigo… - Guilherme pareceu se irritar com a minha intromissão – Sou chefe dela então a responsabilidade de seu bem-estar é toda minha.

 𝓤𝓶 𝓬𝓸𝓻𝓪𝓬𝓪𝓸 𝓹𝓪𝓻𝓪 𝓬𝓱𝓪𝓶𝓪𝓻 𝓭𝓮 𝓒𝓔𝓞 Where stories live. Discover now