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ÚLTIMO CAPÍTULO - PARTE DOIS

— Eu quero falar também! — Karine levantou a mão. — Ter conhecido vocês foi uma das melhores coisas que me aconteceu, de verdade. Além de fazer das palavras da Malu as minhas, também devo acrescentar uma coisa na qual eu nunca cheguei a agradecer... no pior momento da vida, que foi quando eu perdi a Olivia, vocês estiveram do meu lado, mesmo Lobão e Magalhães que ainda moravam em São Paulo, lá estavam eles, perdidos nas minhas mil mensagens que eu não respondia, mas sempre comigo. Sério, vocês são incríveis.

Mari pegou a vez. — E eu sempre achei que esse lance de ter um grupo de amigos onde todos se amam e estão sempre juntos fosse só em filme, me surpreendi. Vocês são muito a minha família, muito mesmo, por isso pra mim foi tão difícil dizer adeus mesmo que por uns anos, mas João disse uma coisa que é certa, passamos por tanta coisa em todos os anos que nos conhecemos, por que isso separaria a gente!? — assentimos. — Não vai. Pelo contrário, eu acredito que vá nos reaproximar cada vez mais. Obrigada galera!

João abraçou ela de lado. — Pra ser sincero, quando Pedro me contou que tinha ficado com Malu em Porto, eu falei "e daí? Mano, as minas são maneiras, mas é só um pente e rala" — arregalamos os olhos rindo e Mari deu um tapa nele — mas é sério, esse foi meu pensamento e quando eu soube que Maluzinha ia morar na casa do Bruno, eu já sabia que seríamos pra sempre.

— E quando eu a conheci... — Sarah puxou pra ela. — eu pude enxergar o quão ela era fechada, mas ela me deu chance de mostrar que podia ser uma boa amiga pra ela, que não ia de forma nenhuma abusar do espaço dela e ela em troca me colocou dentro desse grupo que eu nunca vou esquecer. Conheci vocês que são maravilhosos, conheci o pai da minha filha e o meu primeiro e até agora o último amor e vivenciei momentos inesquecíveis como todos esses que ela fez questão de citar. Eu não era tão diferente da Malu, eu não saía sempre, eu não bebia muito, eu não tinha muitos amigos, e eu acho que nós duas servimos de grande ajuda uma pra outra. Então tudo que eu tenho pra falar é também um obrigada, que acredito eu, é a palavra pra essa noite.

— Essa é a palavra. — Bruno concordou. — Quando acordei do coma todos vocês estavam lá, e quem não estava, eu sabia que torcia por mim. Eu sou um cara complicado pra caralho, eu sei, mas algo que não faço questão de esconder é o orgulho que eu tenho dessa família. E cara, eu falo uma coisa pra vocês, quando aquele carro veio na minha direção, não é mentira, eu vi minha vida passar como num filme e nesse filme o elenco era vocês. Eu não sei o que eu fiz pra merecer isso, mas também não quero saber, só de ter vocês, não precisa de motivo, razão, ou qualquer outra coisa... é só viver, sentir e ser feliz! E meu lema agora é um dia de cada vez, e desde que tenha vocês comigo, tudo será bom.

Magalhães fungou e engoliu o choro pra falar. — É engraçado que eu e Lobão lá de São Paulo morríamos de vontade de vir pra cá, mesmo sem ter muita intimidade com Bruno, Luan e até mesmo Sarah, era essa a nossa vontade, porque com vocês real tudo ficava bem, divertido, qualquer problema passava, acho que muito porque você sabe que no fim do dia, de um dia ruim, você tem a quem contar. E nós somos assim, damos apoio uns aos outros e isso não pode mudar.

Assentimos em concordância. Eu sentia como se eu estivesse livre de qualquer energia negativa do mundo. Estávamos tão emocionados, acho que com ajuda de claro, esse dia que sempre é emocionante que é o dia de ano novo, mas principalmente por pela primeira vez na história da nossa amizade demonstrar o quão amamos uns aos outros.

— Caralho, assim vocês me deixam sem graça, po! — Lobão fez careta e nós rimos. — Vocês já falaram tudo que eu podia falar, então é isso, amo vocês pra caralho e tamo junto até o fim desse mundão louco que nós vivemos. Sem vocês eu seria feliz, mas com vocês é 10x melhor.

Era impossível do Lobão falar alguma coisa e a gente não rachar de rir, ainda mais em um momento onde todos estávamos nas declarações e ele lança essa. Ele é foda!

— Eu não sou muito próxima de todos, mas mesmo assim, já presenciei alguns momentos com vocês, e além de agradecer por me deixarem fazer parte disso, quero parabeniza-los por permitirem existir uma amizade tão pura que nem essa que vocês criaram. Quando conheci Malu, ela falava tão bem, mais tão bem de vocês, que eu tinha vontade de roubar vocês pra mim. Sério, parabéns! — Juliana puxou palmas e nós a acompanhamos.

— Maravilhosaaaaa! — gritei assobiando.

— Graças a Deus me livrei daquele cafajeste e caí de cabeça nessa galerinha que meu irmão teve a honra de me introduzir. Sou muito grata a vocês e com certeza a Deus por isso, vocês são fodas! — Beatriz disse.

— Onwww, minha irmã é muito fofinha, né cara!? — João mandou um beijo pra ela de longe.

— E você Pedro? Não vai falar nada não? — Luan olhou pra ele.

— Hum, e tu falou alguma coisa? — ele retrucou.

— Não, mas é que se eu falar eu vou chorar. Todo mundo sabe que depois do João eu sou o mais sentimental daqui e já sabem também que eu amo todos pra caralho, então não tem necessidade. — Luan respondeu olhando pra mesa envergonhado.

— Eu não sou nada o mais sentimental. — João se defendeu.

— Aham. — todos fomos irônicos juntos.

— Vocês sabem que eu não sou bom com as palavras, nunca fui. Não sou bom com palavras, com dança, tenho dedo podre, não sei ser engraçado, tenho vergonha de ficar no meio de um monte de gente, ou seja, mil defeitos. Então a única coisa que posso dizer pra não estragar esse momento feliz que vocês criaram é que vocês são as pessoas que eu mais me importo no mundo, que independente de qualquer coisa estarei aqui pra ajudar a qualquer momento e que sou grato sim por ter conhecido todos. Amo vocês! — Pedro disse envergonhado.

— Ahhh, meu amor! — puxei ele pra um beijo. — Nós te amamos, bicho do mato.

— Os dois são perfeitos um pro outro, dois bichos do mato. — Sarah nos acusou.

— Mas eu mudei, fala sério. — fiz careta.

— Pior que é.

Depois de toda declaração, resolvemos dar um pouquinho de atenção pras crianças até elas dormirem pra gente poder curtir o resto da noite.

Não demorou nadinha pra todos apagarem. Claro que Sophia, Mike e Laís não nos abandonariam tão cedo, mas eles nem incomodavam em nada. Elas dançavam com a gente e Mike era o Mike, sempre estava mexendo no celular.

10 minutos pra meia noite. Resolvemos assistir os fogos de casa mesmo, era alto e dava pra ver todo já que era do lado da praia de geribá.

Todos nós estávamos abraçados juntos, um abraço coletivo. Eu olhava pro lado e sentia a sensação calorosa que o amor é. Eu amava todos.

Quando faltou um minuto nos soltamos pra abraçar os nossos respectivos cônjuges. Olhei pro Pedro que me deu um selinho demorado e Mike se juntou a nós dois ficando no nosso meio.

— 10, 9, 8, 7... — a contagem regressiva começou.

— Eu amo vocês! — Pedro apertou eu e Mike mais ainda contra ele.

— 6, 5, 4...

— Queria que as meninas tivessem acordadas! — reclamei fazendo beicinho.

— 3, 2, 1.... FELIZ ANO NOVO!!!!!!

Coincidências 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora