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PEDRO

Assim que chegamos no hotel eu e Malu transamos até a noite, parecia que estávamos anos sem aquilo, mas na verdade não. Era só o tesão de estarmos sozinhos bem longe de crianças, sem elas estarem no quarto ao lado.

Depois disso nós corremos pra tomar um banho e se arrumar. Eu tinha feito uma reserva em um dos restaurantes mais caros de Noronha, o lugar era foda mesmo. Nada melhor do que uma noite com minha gata num lugar de respeito.

— Já bateu saudade dos meus filhos. — Malu fez beicinho terminando de passar uma coisa branca na cara. Essas maquiagens...

— Pode por favor se satisfazer um pouco com minha presença? — fiz O dramático.

— Para de graça, amor! — ela pediu rindo. — Vai falar que também não tá com saudade da Luma querendo ficar grudada no seu pescoço 24 horas por dia? De sentir ciúme que a Analu só conta as coisas pra mim? De ficar mais puto ainda quando Mike vem conversar comigo sobre as coisas?

— Tá, eu também tô sentindo, mas vou ignorar caceta. — dei de ombros. — Agora vamos, que só pra fazer essa reserva me custou quase mil.

Ela assentiu e finalmente terminou aquela argamassa que ela chamava de maquiagem, mas de qualquer jeito, ela sempre ficava linda.

Entramos no elevador e tinham dois caras com duas mulheres, que assim que Malu entrou, não fizeram questão de esconder a olhar de cabeça aos pés. As mulheres eu tava pouco me fodendo, mas aqueles babacas olhando pra ela assim?

Segurei ela pela cintura e a puxei mais pra perto de mim, colando nossos corpos e fazendo ela me olhar sem entender. Só continuei na postura encarando os caras pra ver se soltariam alguma gracinha.

— O que foi isso? — Malu perguntou rindo assim que saímos do elevador.

— Vai falar que você não viu? — olhei pra ela com cara de tédio.

— Não vi nada. — ela se fez de boba.

— Ata! — fui irônico.

Nosso uber chegou e nós fomos direto pro hotel. Fiquei com aquela porra na cabeça pra caralho. Se os caras tivessem ainda disfarçado, mas porra, na minha cara?

— Vai ficar com essa cara de cu? — ela me olhou enquanto estávamos parados na fila pra pegarmos nosso lugar.

— Tô boladão po! — dei de ombros. — Os caras deram em cima de tu sem disfarce, não dá Maria Luiza, tenho um ciúme louco.

— Não inventa não hein, não inventa. — ela revirou os olhos.

— Vai defender eles?

— Olha só, se for pra ficar igual idiota, eu prefiro ir pro hotel e dormir. Isso aqui era pra ser uma viagem pra nos aproximar mais ainda, não pra gente brigar por causa de dois babacas que me olharam no elevador. Faça me o favor! — ela disse tentando controlar o tom de voz.

— Tá, desculpa! — me redimi. Ela tava certa, viajei do nada na maionese atoa.

— Ótimo! — ela me deu um selinho. — Vamo entrar!

O cara nos chamou e nós fomos seguindo ele até a nossa mesa reservada.

Sentamos e logo nos entregaram o cardápio. Só tinha coisa maravilhosa, fiquei até perdido no que escolher, mas acabei optando por uma ostra gratinada. Diferente e eu queria provar.

Fizemos os pedidos, o garçom que tava atendendo a gente serviu nosso vinho branco e serviu uma entradinha também, uma torrada com tomate e um molhinho que tava dos deuses.

Coincidências 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora