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MARATONA 3/5

KARINE

A festa estava maneira pra caralho. Todo mundo reunido, bebida a beça, música alta e música boa, nada do que reclamar.

Quando Danilo chegou ele se enturmou fácil com o pessoal. Mirella fez questão de ajudar ele a conhecer o resto da galera e o resto ele resolveu sozinho. A noite passada tinha terminado ótima, eu sentando e sentando e ele metendo e metendo.

A única coisa que estava atrapalhando de eu seguir minha noite tranquila era os olhares de Luan à noite inteira pra nós dois. Não queria dar muito palco pra isso, senão não ia viver.

— Você é muito linda, pelo amor de Deus! — disse Danilo beijando meu pescoço.

— Você que é, acho que tô apaixonada. — brinquei.

— Meu sonho! — ele riu.

— Esse grupo estava precisando mesmo de um novo casal pra termos um date duplo. — Guilherme disse beijando a bochecha de Malu.

— Tem casal aqui não. Esquece isso. — falei.

— Por enquanto! — Danilo bebeu do meu copo.

— Eita, lançou essa na segunda saída? Corre, Ka! — Malu riu.

Fiquei rindo e me virei pra frente vendo Mariana vindo na nossa direção dando gargalhadas com Giselle do lado.

— Gente, vocês não vão acreditar! — Mariana disse.

— O que? — Bruno perguntou se sentando ao nosso lado.

— Acabamos de dar um beijo triplo: eu, ela e Samuel. — Giselle disse toda torta. Aparentemente muito bêbada.

— Ele não é seu ex, garota? — Guilherme perguntou.

— Sim, mas que que tem ué? Foi só um repeteco divertido com Mariana. — deu de ombros.

Negamos com a cabeça.

— Af, vocês são muito sem graças. Vamos contar pro Luan que ele é mais animado! — Mariana disse pra Gi e foram saltitando pro outro lado.

Deixei Bruno conversando com Guilherme e Malu e me sentei no colo de Danilo pra beija-lo. Sua boca era macia, o beijo se tornava mais gostoso do que já era a cada mordida que agarrava meu beiço.

O telefone dele começou a tocar atrapalhando nosso beijo, deixei que ele atendesse e fiquei esperando entediada ao lado.

— Aí linda, vou ter que meter o pé. — ele disse colocando o celular no bolso.

— Sério!? — fiz careta.

— Meu pai acabou de me ligar dizendo que minha irmã tá indo dar a luz. Não quero perder isso. — fez uma cara fofa — Quer ir?

Achei um pouco demais ter me chamado pra algo tão íntimo assim. Tentei disfarçar minha cara de "que? Você tá falando sério?" e fiz careta tentando mostrar que não poderia.

— Acho melhor não, vim com o pessoal e eles podem ficar chateados. — inventei.

— É, tem razão! Te ligo amanhã. — levantou parando na minha frente.

— Ou se quiser pode aparecer de toalha na minha porta. — olhei pra ele mordendo o lábio inferior.

— Ótima ideia! — riu se inclinando pra me beijar.

Demos um selinho demorado e ele foi se despedir do resto do pessoal. Era um príncipe mesmo. Me virei pra voltar a me entrosar de novo, mas o assunto não me interessava muito, então fui atrás de bebida.

Tinham dois freezers onde tínhamos colocado todas as cervejas e umas vodcas e tequilas na mármore da churrasqueira. Até pensei em virar uma dose de tequila, mas não queria ficar muito doida hoje. Queria curtir normal.

— Tá satisfeita? — Luan entrou na minha frente.

— Satisfeita com o que garoto? — cruzei meus braços.

— Encontrou um babaca pra ficar atrás de tu, um brinquedinho.. — riu balançando o copo.

— Não viaja, Luan. Tu tá bêbado! — tentei passar, mas ele me travou.

— Não preciso estar sóbrio pra enxergar o que está bem na minha frente. Você fodeu com minha vida e agora quer foder com a dele também! — cuspiu as palavras na minha cara.

— Cara, vai tomar no teu cu, eu não fodi com porra nenhuma de vida de ninguém, você que se afundou igual um louco nas bebidas e em sei lá mais o que. Não vem me culpar por algo que eu não fiz, você tá viajando, tá estragando minha noite, vai procurar uma boca pra tu beijar, sai da minha frente! — despejei tudo empurrando ele, mas não foi o suficiente — SAI DA MINHA FRENTE! — gritei.

— Luan, vem pra cá! Tá fazendo o que porra? — Bruno puxou seu braço.

— Nada, me deixa! — ele gritou se soltando e saindo de vista.

Fiquei observando ele se perder no meio do pessoal. Bufei entranhando meus dedos no meu cabelo, a dor de cabeça que esse moleque me dava não se curava nunca.

— Que que aconteceu? — Bruno perguntou.

— Sei lá, ele ficou doido. Eu vim pegar uma bebida e ele entrou na minha frente, começou a me culpar por um monte de coisa, não entendi nada, eu só comecei a gritar e despejar um monte de merda pra ele, me estressei. — falei sentindo as lágrimas chegaram.

Bruno nem quis falar mais nada, só me puxou pra um abraço. Comecei a chorar descontroladamente, nem sabia o porque disso tudo. Ele me afastou de seu corpo e limpou minhas lágrimas escorrendo na minha bochecha.

— Vou embora, Guilherme vai levar vocês depois, quer ir comigo agora? — perguntou segurando meu rosto.

— Não amigo, não vou perder minha noite por causa desse babaca. Pode ir! — falei recuperando minhas forças.

— Tem certeza? — assenti — Não liga pra ele não, tá? Ele tá bêbado, não sabe o que fala, você sabe que ele tá morrendo que você tá se resolvendo com alguém, vai fazer de tudo pra te perturbar.

— Eu sei. — assenti cabisbaixa.

— Amanhã vou conversar com ele pra ele parar com essa merda e te deixar em paz. Conta comigo! — me deu um beijo na testa e saiu.

Bruno era um bom amigo, um bom namorado e eu não tinha dúvidas que seria um bom padrasto. Eu amava esse garoto.

Respirei fundo e retomei meu caminho até o freezer. Desisti de ficar na boa e virei uma dose de vodca, depois procurei Mariana pra dançar e tentar esquecer essa merda toda.

Coincidências 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora