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Acordamos naquele jeito, despedida matinal check. Ahahahah, tinha que ser uma pra ficar marcado até podermos nos ver de novo.

Depois disso foi só tristeza, não queria de jeito nenhum deixar ele ir embora, o que me convencia era quando ele me mostrava as fotos que Mike mandava pra ele com saudade. Um fofo.

Aproveitamos pra parar no Starbucks antes do aeroporto pra ter um café digno e depois fomos direto pra lá. Ele fez o que tinha que fazer e ficamos esperando a chamada.

— Promete pra mim que não vai demorar pra voltar? Vou ficar falando pro pessoal te perturbar com ligação. — ele disse segurando meu rosto quando estávamos encostados na pilastra.

— Eu prometo caralho, só preciso deixar tudo em ordem e conversar com o Ralph. Daqui uns três meses eu volto. — eu disse e ele fez careta.

— Três meses? — a cara de puto não disfarçava.

— Tá, dois meses e não se fala mais nisso. — disse firme. Realmente eu precisaria me ajeitar antes de voltar.

— Hum, sei não. — ele suspirou. — Mas ok, não tenho escolhas mesmo.

— Ainda bem que você sabe! — eu disse e ele me imitou dando língua. Eu ri e abracei-o pela nuca. — Eu te amo, tá? Nada agora vai nos separar, agora é só pra nos aproximar e olhe lá.

— Porra, eu escutei isso mesmo da boca da Maria Luiza Medeiros, formanda de Porto? — ele disse aos céus e eu dei um tapinha nele. — Eu te amo minha linda, pode ficar tranquilo que nós é pra sempre a partir de agora.

Eu assenti e iniciamos um beijo lento cheio de amor pra dar e vender. Eu amava beijar ele com essa segurança de que estávamos juntos.

O voo dele foi chamado e ele foi garantindo que não perderia de jeito nenhum. Vi ele partir com dor no coração, a gente mal voltou a ficar juntos e ele tinha que ir embora ou eu tinha que ficar. Mas é isso, pelo menos agora estamos pra valer.


Um mês se passou muito rápido. Eu tentei fazer o máximo de coisas pra poder me distrair enquanto não dava tempo pra voltar. Eu e Ralph entramos em acordo e deixaríamos Juliana no meu lugar cuidando de tudo e quando fosse possível ele a auxiliaria também. Quis ela pela extrema confiança e ela não podia ter ficado mais feliz também.

Meu relacionamento com o Pedro nunca esteve tão saudável e feliz, é engraçado como as coisas tem de fato que acontecer quando tem que acontecer. Antes tínhamos tudo pra ficar juntos, mas não rolava, e agora distante deu certo. Que coisa.

— Caralho Juliana, assume aqui, preciso ir no banheiro vomitar. — sai correndo do escritório.

Fazia uma semana que eu tava vomitando desse jeito e com um sono fora do comum. Faltava um triz pra eu ir no médico ver o que era, Juliana cismava com gravidez, mas isso nem passava pela minha cabeça, sempre fui muito segura com o meu DIU.

— Eu tô te falando que você tá grávida e você não quer acreditar. — ela fez muxoxo e eu continuei despejando o almoço no banheiro do escritório. — Já falou pro Pedro como está?

Ignorei ela enquanto eu não estava apta a responder e continuei meu processo de pôr minhas tripas pra fora. Terminei, dei descarga, escovei meu dente e voltei pra ela.

— Amiga, eu não vou falar nada pro Pedro porque conhecendo ele do jeito que eu conheço ele vai querer pegar o próximo voo e vir pra cá.

— E não é isso que ele tem que fazer mesmo? — ela perguntou como se fosse o óbvio.

— Claro que não, aí imagina ele chega aqui e não é nada, não vou alimentar falsas esperanças se eu tenho quase certeza que eu não tô. — eu disse voltando a assumir o computador.

Coincidências 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora