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JOÃO

Adiantamos um papai Noel escondido para os mais novinhos porque eles precisavam dormir, vulgo: Henrique, Theo e Luma. O resto estava no mesmo pique do começo, mesmo Analu e Amanda com apenas quatro aninhos.

Brincamos no karaokê, fizemos um amigo oculto bem no improvisado porque com criança definitivamente não dá, jogamos twister com direito a muitas gargalhadas.

Quando foi dando pra meia noite a criançada já foi reclamando de fome, então liberamos a ceia antes. Mesmo tendo salgadinho, batata frita, aperitivos, não satisfazia essa galerinha da pesada.

— Caraca, tá bom demais, que isso! — disse saboreando a farofa com o frango que os moleques tinham feito.

— Não sei como vocês ainda se surpreendem com o nosso dom na cozinha, já não se acostumaram? — Luan perguntou.

— Não da pra se acostumar, amigo. — Malu disse soltando um "hum" a cada garfada.

— Nessa eu tenho que concordar! — Beatriz disse pegando mais um pouco de creme de milho.

— Sarah e Karine que se dão bem comendo comida boa todo dia, nossa senhora.

Karine comemorou fazendo uma dancinha e Sarah deu um sorriso fraco. Por quê? Eu não sei.

Terminamos de saborear aquela comida toda, eu e Mari adiamos pra falar a notícia só quando as crianças se espalhassem pra brincar já que sabíamos que Amanda e Analu começariam a chorar e provavelmente desanimaria a galera.

Deu meia-noite, nós abrimos os presentes. Tinha um moço no condomínio que passava de casa em casa como o papai Noel deixando todos mais animados ainda. Nunca vi tanto presente na mão das crianças, mas é que são muitos titios e titias.

Era muito legal essa parte onde só sentávamos no tapete da sala e abríamos tudo.

— Podemos brincar com os brinquedos? — Bernardo perguntou todo educado pra Karine.

— Vocês dois podem abrir o de vocês, mas é pra brincar lá fora, sem barulho e só até uma hora. Não vou deixar vocês ficarem acordados até muito tarde não, já era pra estarem na cama! — ela disse e ele assentiu puxando o irmão pra fora.

— E nós? — Analu e Amanda perguntaram simultaneamente.

— Só vai abrir os dinossauros, o resto você me dá que eu guardo. — Mari disse pegando o resto dos presentes da mão dela.

— Papai, mas eu quero os carrinhos também. — ela se virou pra mim fazendo beicinho. Sabia que eu era corpo mole.

— Obedece a mamãe, tá!? Se não ela bate no papai. — fiz beicinho de volta e ela arregalou os olhos.

— João! — Mari me repreendeu.

— Tô brincando. — eu ri pra Amanda. — Mas só leva os dinossauros que tá bom.

Ela emburrou, mas obedeceu esperando ao lado da Analu o Pedro e Malu darem o veredito.

— Pode filha, mas cuidado que lá fora tá molhado por conta da chuva, brinquem na parte fechada. — Malu falou.

— A da 'tevelisão'? — nós caímos na gargalhada e ela começou a chorar.

— Eles são bobos rindo de você, minha filha. — Pedro abraçou ela segurando o riso. — É na parte da tevelisão sim.

Ela assentiu fungando com o choro e correndo com Amanda pra fora.

— Qual é a de vocês de ficarem rindo da minha sobrinha assim? — Bruno brincou.

Coincidências 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora