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MARATONA 3/4

Completamente lindo o ambiente da festa. Arborizado, dourado, tudo muito a cara da Karine. Todo mundo ficou deslumbrado com a decoração e os convidados mais velhos já foram logo querendo tirar foto no bolo, bem clássico mesmo.

Como era da tarde pra noite, os garçons começaram servindo comida, que tava tudo uma delícia e depois começaram a liberar as bebidas alcoólicas.

— Amigos e amigas! — Karine pegou o microfone pra falar e todos voltaram a atenção pra eles. — Antes de começar a festa de verdade, antes de todo mundo começar a ficar bêbado, gostaríamos de anunciar o sexo dos nossos baby's aqui com vocês!

Todo mundo começou a gritar animados.

— Então a gente vai acender dois negócios desse aqui e cada fumaça vai simbolizar um bebê. — Luan explicou.

Eu tava nervosa, nervosa. Eu apostava em um casal, mas não sabia mais de nada. Karine olhou pro Luan, deu um selinho e assentiu sinalizando que podia acender.

Mari pegou na minha mão, que peguei na mão da Sarah, que pegou na mão do Pedro e que assim foi entre nossos amigos... era tensão mesmo.

Eles acederam a paradinha e levantaram no alto. O cenho da Karine franzido e a cara de babaca do Luan era a coisa mais engraçada do mundo.

Quando as duas fumaças saíram azul, começamos a pular de tão felizes que estávamos.

— Meninoooos! — gritamos e começamos a todos a festejar.

Karine e Luan se abraçaram enquanto caíam de tanto chorar. Foi lindo a cena, todos saímos correndo na direção deles pra abraçá-los e começamos a pular.


Depois de tudo, o álcool começou a entrar. E nenhum, repito, nenhum de nós estava pensando em ficar sóbrio, era só mandando pra dentro mesmo, apenas Ka que infelizmente não podia, mas que ia curtir igual.

— Que saudade que eu tava de beber com vocês, mano! Que saudade! — Laura disse colocando vodca pra dentro.

Abracei ela de lado.

— Porra, que dia tá sendo esse caralho. Primeiro recuperei Mike, depois...

O interrompemos. — Vocês ganharam?

Arregalamos os olhos. Felicidade a mil por ele.

— Dia pra nunca mais esquecer! Parabéns, Pê! — Karine sentou e apoiou a mão no barrigão.

— Brigada, Ka! — ele mandou um beijo pra ela.

— E agora é aproveitar com Maria Luiza porque ela vai embora amanhã! — Luan fez beicinho.

— Eu ainda não consigo acreditar nessa história. — Mariana negou com a cabeça. Era a mais inconformada.

— Relaxa, eu vou visitar vocês e vocês também vão me visitar, tô nem brincando. — cruzei os braços.

Dessa vez optei por ficar na zona de conforto da cerveja mesmo, já tinha dado muito trabalho na festa da Mari e do João.

Nos levantamos da mesa e fomos todos pra pista de dança.

— Mais uma vez o tesão foi mais forte que eu, no baile da fm tudo aconteceu. — Mari cantou rebolando.

— Me apaixonei, saudade que não acaba mais, mais uma vez o tesão foi mais forte que eu. – os meninos acompanharam.

— Acho que ganhamos uma madrasta hein Matheus! — Karine gritou pra ele que riu apontando pro pai dela com a mãe do Pedro.

— Valeu irmã! — Pedro respondeu ela.

Ela mandou um beijo no ar pra ele e uma piscadinha. Eu ri, mas eu achava real que se o Rafael não desse mole ia rolar alguma coisa.

PEDRO

Quase fim de festa, eu tava só o pó da rabiola. Como Karine tava no fim da gravidez, ela optou pela festa acabar mais cedo, tanto que começou mais cedo também.

Ninguém mais se aguentava em pé, só que diferente da outra festa, essa ainda tinha família pra carregar e cuidar da gente. Eu já nem sabia mais aonde tava minha mãe de tanto que ela ficou conversando com o pai da Karine, se ela tinha ido embora eu não fazia ideia.

Funk não parava nunca, as minas estavam dançando de uma maneira que eu nunca as vi dançar e inclusive eu tava dançando também, bem atrás da Maria Luiza.

— Não aguento você assim pra mim! — eu falei segurando na cintura dela.

— Toca em mim assim não que eu te agarro aqui hein Pedro! — ela se soltou de mim e virou ficando cara a cara.

— Agarra se você é mulher! — me aproximei dela e tentei me manter sério. Ela sorriu safada, negou com a cabeça e voltou a dançar.

Nessa altura do campeonato, não tinha Madalena que me fizesse reprimir a vontade que eu tava de beijar Maria Luiza.

João e Luan só estavam rindo e me olhando de longe, tentei ignorar porque esses meus amigos são uns capetas.

Minha mãe passou do meu lado me avisando que Rafael ia deixar ela em casa e eu continuei dançando ali com a galera.

— Momentos finais de festa, e faltou uma coisa! — Karine anunciou no microfone. — Eu vou jogar o buquê, u u, eu vou jogar o buquê.

A mulherada começou a gritar animada e os homens foram é saindo de cena rindo da situação.

— Mas já aviso logo: quem pegar esse buquê é a próxima noivinha, então se preparem! — ela jogou lenha na fogueira.

Começamos a rir. Olhei em volta vi Miguel desesperado pela Mirella, Magalhães torcendo pra Beatriz pegar HAHAAAHAHAH esse cara era uma comédia, João rindo pra caralho da Mari no meio.

— Torce pra Maria Luiza não pegar filho, se não tua sentença já tá dada. — Lobão bateu nas minhas
costas.

— Tá maluco cara. — eu ri de nervoso.

Karine começou a fazer contagem regressiva e a mulherada foi cada vez mais caindo uma em cima da outra. Assim que ela arremessou o buquê eu fiquei forçando a vista pra enxergar.

— Não acredito! — Karine gritou na gargalhada pelo microfone. — E a sortuda foi Maria Luiza Medeiros!

Sem nenhum motivo meu coração quase saiu pela boca. Tive uma crise de riso nervoso e todos os moleques gargalharam sem pena, Mari e Sarah me deram aquela olhada fatal e eu só neguei com a cabeça.

Ela colocou o buquê na mesa e voltaram a dançar. Eu até perdi o ritmo, mas não ia perder muito já que a música parou de tocar.

— Eu não vou embora! Eu não vou embora! Eu não vou embora! — todo mundo começou a cantar juntos.

Não deu alguns minutos e todos estávamos no estacionamento com a tristeza de ter que ir embora e tendo que decidir quem tava melhor pra dirigir.

— Bora Maria Luiza, vou te deixar em casa! — só escutei o pai dela a chamando.

— Ah pai, ele vai comigo também! — ela segurou minha mão. Todos os nossos amigos olharam pra gente com os olhos arregalados, inclusive eu.

— Vai? — ele franziu a sobrancelha.

— Sim, deixa a gente lá na casa dele. Pode ser, Pedro? — ela me olhou com um sorriso de canto.

— Pode! — eu disse sem nem pensar em muita coisa.

Coincidências 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora