29 - Doce, pura ignorância.

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Você não demorou para dormir após chegar em casa, a tarde com Hitoshi havia sido produtiva e mesmo que você tivesse ficado sentada a maior parte do tempo, sentia suas pernas formigando e cedendo. Você não queria resistir o sono que subia encima de você como pequenos insetinhos, mas sua ansiedade tornava isso inevitável. Até que chegou um ponto, onde nem ela aguentou.

(...)

Você tinha acordado completamente animada para seu novo dia. Correndo para o banheiro já com suas roupas em mãos, você toma o banho mais rápido possível, ansiosa.

O seu corpo doía um pouco, principalmente na região de suas coxas, muito provavelmente por ter teimado em se manter na mesma posição o filme todo. Você sentia músculos que não sabia da existência. Não sabia se isso era bom ou não.

Secando seu cabelo com a toalha, você esforçadamente se veste com seu uniforme, ajeitando sua roupa levemente amassada do melhor jeito possível, seu coração batendo rapidamente. Suas mãos trêmulas fechavam os botões da sua blusa, enquanto você bocejava: a ansiedade tinha lhe tirado o sono, mesmo que tivesse dormido. Você não conseguia se ajudar, quando se tratava de coisas assim, agia como uma pequena criança.

Penteando seu cabelo e fazendo uma maquiagem simples/saindo do banheiro rapidamente, você pega sua mala, com seus sapatos em mãos, correndo para a cozinha. Sua mãe já te esperava, um ovo com uma pequena torrada/um pedaço de pão/uma tigela de cereal esperando por você na mesa.

– Tente não se machucar muito dessa vez, meu coração de melão não vai aguentar aquela dor de novo. – ela diz, mexendo em seu chá casualmente. Com um tom de brincadeira, mas falando sério.

– Eu vou tentar. Obrigada por me deixar ir de novo, mãe. A senhora sabe o quão importante isso é pra mim. – ela apenas assentiu, interessada em apenas nos movimentos circulares de sua bebida. Você não demorou a começar a devorar, comendo tudo rapidamente e já se despedindo de sua mãe, que apenas ria de sua euforia.

Claro que ela estava preocupada, ficaria sem ver a filha por mais uma semana, e da última vez que isso tinha acontecido, ela havia parado no hospital – mas sabia muito bem que a proibir também não ajudaria. Era o sonho de [XXX] se tornar heroína desde pequena, não poderia proibí-la de seguir sua vida agora que tudo estava começando a dar certo. Como sua mãe, deveria a apoiar, mesmo que a preocupasse muitas vezes com o perigo.

Você era grata pela sua mãe. Muito grata.

Você abre a porta da sala bruscamente, terminando de engolir o que tinha comido, esbarrando em um arroxeado muito bem conhecido. Você dá com tudo no ombro dele, grunhindo de dor ao sentir o impacto de sua testa/de seu peitoral na região ossuda do maior/menor. Você o olha, seus olhos levemente irritados.

– Não olha pra mim assim não, você que me atropelou feito um cavalo. – Shinso limpava uma poeira invisível de sua blusa, a ajeitando depois do trombo.

– Desculpe, normalmente eu não espero que alguém fique bem na frente da minha porta sabe. – você esfrega a parte dolorida, suspirando.

– Bom, de todo modo, estou aqui pra te buscar. Vamos? – Shinso apenas dá de ombros a suas reclamações, colocando as mãos nos ombros.

Você apenas assentiu, caminhando ao lado de Hitoshi. Como todas as outras vezes, era apenas uma caminhada calma em direção a escola. Vocês não faziam questão de puxar assunto, apenas admirando a mesma vista que sempre tinham assim que saiam do prédio.

Você tinha passado a valorizar momentos assim bem mais depois que entrou na UA. Antes, você era focada demais em suas metas – o que sinceramente não é algo ruim, mas você não conseguia focar no presente, sempre olhando para o futuro. Querendo provar seu valor. Você não sabia o quanto estava perdendo, ao fazer exatamente nada.

𝑰𝑵𝑺𝑶𝑵𝑰𝑪𝑶 | Shinso HitoshiWhere stories live. Discover now