12 - Uso excessivo de individualidade.

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Uma faca balançando e o seu medo alastrando por todo o seu corpo. Um beco sujo, maltratado pelo tempo e pelos humanos que ali passaram, cheio de lixo e muito, muito sangue. Olhando para baixo, você pôde concluir que o sangue era todo seu.

Seu corpo não se movia, nem que você tentasse. E por algum motivo, a sensação de ter alguém atrás de você não passava por nada. Ouvindo passos, você logo respira fundo, desejando que estivesse errada.

Palavras eram ditas em uma voz masculina, mas você não conseguia ouvir. A voz estava abafada, sua visão turva e a qualquer momento você iria desmaiar, possivelmente morrer pela perda de sangue.

Mas você acorda.

(...)

Era hoje. Seus pulmões começaram a queimar a partir do momento que você acordou, e lembrou. Puta merda, o festival é hoje.

Seus pés, de modo tão inquieto, batiam no chão do seu quarto enquanto você pegava roupas e entrava apressadamente no banheiro. Sua respiração desregulada, agora seu corpo na água fervente do chuveiro.

"Caraaaaalho é hoje. Será que eu 'tô pronta?" você se pergunta, já quase terminando de tomar seu banho. Você já tinha acordado cedo e deveria demorar um pouco mais, porém a ansiedade não te deixava.

Se secando e vestindo suas roupas, você se olha no espelho. Do mesmo jeito que você fez no primeiro dia de aula. O mesmo sentimento de satisfação lhe invadiu, e sorrindo, arrumou seu cabelo. Toda a ansiedade e o sentimento de falha que você sentia se esvaiu, e você sentiu que tudo ficaria bem. Você até sentiu que deveria passar uma maquiagem leve/mesmo que quisesse passar alguma coisa, preferiu por não passar.

Descendo rapidamente as escadas sua mãe rapidamente te chama para a cozinha. Entrando, você vê que ela tinha feito seu café da manhã favorito, e estava apenas esperando que você se sentasse.

— Você acordou cedo dessa vez. Mais cedo do que o normal. — sua mãe sorri, enchendo uma xícara de café.

— Você acordou bem mais cedo que eu pra ter feito todo esse banquete. — você aponta, mordendo um pedaço de comida.

— Bom, eu senti que precisava fazer alguma coisa para esse dia tão especial. — ela sorriu. — Dê o seu melhor, certo? Eu vou estar assistindo em casa. Também vou te exaltar para qualquer pessoa na rua por pelo menos duas semanas. "Minha filha esteve no festival de esportes da UA!" — ela começa a rir, e você a acompanha, não duvidando nem por um momento da veracidade das suas palavras.

Você comeu rapidamente, nesse clima leve e divertido, com sua mãe. Dando alguns toques finais em sua aparência, você finalmente decide sair de casa e ir rumo à escola. Vários alunos já estavam indo na direção da mesma, visto que foram instruídos a chegar mais cedo para pegarem um ônibus para o ginásio.

De longe, você já avistou o cabelo bagunçado rosado de Mina e as madeixas verde escura lisas de Tsuyu. Perto delas estavam alguns colegas nos quais você não tinha tanta intimidade, então resolveu não puxar assunto. Pulando nas costas da duas, você sorriu e começou a conversar com elas. Você tinha certeza de que o dia seria incrível.

Quando você chegou na sala e todos estavam lá, os alunos foram instruídos a entrar e um pequeno ônibus. Em pouco tempo, vários ônibus haviam chegado em frente a um grande estádio, com paredes metálicas e de aparência assustadora. Engolindo em seco, sua turma se arrumou em ordem de chamada e entraram no estádio, esperando instruções dos professores.

— Eu estou muito ansiosa. Como você acha que vão ser os eventos? — Mina pergunta, você nega com a cabeça, indicando que você não tinha ideia. — Aah, eu não consigo mais esperar! Eu PRECISO saber! — Mina começa a se levantar do chão, Tsuyu a prende em sua língua até que ela desista.

𝑰𝑵𝑺𝑶𝑵𝑰𝑪𝑶 | Shinso HitoshiOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz