47 - Olhos no campo.

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(desculpe pela demora! era pra ter saído mais cedo, mas;; o technoblade bravamente empatou a luta dele. acabei precisando de um tempo.)

Começar o estágio era somente o primeiro passo para começar a organizar sua vida, no entanto, toma-lo apenas a deixou ainda mais perdida. Quando seus amigos te deram espaço, você sentiu-se mais livre, só que ainda assim sufocada.

Era uma sensação pegajosa, que parecia agarrar no seu pescoço, e sem saber como resolvê-la, você foi diretamente para seu quarto, tomou um banho e saiu novamente – para fazer algo que não fazia há muito tempo, na tentativa de aliviar-se.

Aproveitar sua própria presença.

Quero dizer, você chegou há meses em Musutafu, e quase não explorou a cidade, salvo as vezes que seus amigos te levaram para sair. Você queria explorar os pequenos detalhes da cidade, as lojas underground que somente os mais legais conhecem, descobrir seu sabor preferido de café caro nessas lojas famosas quais nunca tinha posto o pé dentro. Toda essa jornada para se tornar um herói era, embora exaustiva, o seu sonho, e como seu sonho, você não poderia se perder no meio do caminho.

"Na real, como perco algo que não conheço?" – isso foi o que te levou a ignorar as dores nas pernas já cansadas, e andar por aí. Claro, você se perderia, mas você esperava que a jornada valesse a inconveniência.

Também seria bom aliviar o estresse acumulado, de um jeito saudável.

Quando você deixou Ryuzen, já eram cinco da tarde: depois de chegar nos dormitórios, era por volta das seis. Então já anoitecia quando você deixou a UA, e normalmente isso te preocuparia um pouco e faria voltar, no entanto o centro da cidade de Musutafu era tão claro que parecia ainda ser dia.

Você seguiu, olhando para algumas confeitarias e karaokês, decidindo que deveria apenas entrar em qualquer loja, comprar algo e voltar logo – afinal, o toque de recolher existia, e você já estava em maus lençóis com Cementoss por Hitoshi ter ficado no seu quarto aquela noite.

Você entrou em uma cafeteria e pediu um café sabor [sabor aleatório]. Era bom, mas você não saberia dizer se poderia ser seu favorito dentre todos da lista – você terá de voltar mais vezes. O gosto quente/gelado do café fazia aquela sensação ruim, pouco a pouco, desaparecer.

Com o café, você comprou um [doce favorito], pois você viu que eles os tinham, e pareciam um pouco diferentes com a receita que estava habituada. Não resistindo a tentação, você tira uma foto da comida antes de prova-la e a manda para sua mãe, guardando o celular novamente: era para ser uma experiência totalmente sua, mas não faz mal falar com a sua mãe.

Na volta, você seguiu por um caminho diferente, visando observar as outras lojas. Desde conveniência a livrarias, você viu de tudo e se encantou com as várias diferentes coisas nas vitrines: mas não comprou, temendo que seu mísero dinheiro acabaria muito rápido.

Você parou em frente à um salão de beleza. As luzes magentas fortes, mas não ofuscantes, chamaram sua atenção. No outdoor eletrônico, várias mulheres e homens com diferentes cortes de cabelo: a combinação da paleta de cores bem pensada da arquitetura do prédio com a serenidade no olhar dos modelos, agrupadas com a sorte da ventania mover-se do exato jeito correto para você se parecer com um protagonista em seus momentos dramáticos onde seu cabelo move-se livremente – tiraram o ar de seus pulmões.

Você até que poderia cortar/pintar o cabelo, já faz um tempo/você nunca fez isso.

Mas não hoje. Você sorri, olha para o salão uma última vez, e retorna para os dormitórios, sentindo-se com a cabeça mais leve de todo o estresse dos últimos dias, e mais liberta de suas responsabilidades, mesmo que momentaneamente.

𝑰𝑵𝑺𝑶𝑵𝑰𝑪𝑶 | Shinso HitoshiWhere stories live. Discover now