Prólogo

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Baraphion.
Reino humano.
Primavera.

Depois de um inverno rigoroso, finalmente chegara a Primavera em Baraphion, as primeiras flores nasciam no alto da colina, todos festejavam a sua chegada, porém a Primavera não trouxera consigo apenas flores, e folhas verdes nas árvores, trouxera também a herdeira do trono de Baraphion, na madrugada gelada, nascera a primogênita do rei Dalibor e da rainha Adela, uma linda princesa de cabelos loiros, e olhar gentil.

Após horas de dor incessante, a rainha pôde finalmente suspirar aliviada, por ter sua linda filha em seus braços, seu parto fora complicado, trazendo desespero ao rei e todos que viviam no castelo, seus gritos ecoavam por todo o lado, algumas de suas damas de companhia rezavam para os deuses trazerem a pequena viva, e permitir que a rainha possa também ficar viva para criar seu bebê.
— É uma menina... — Disse a parteira animada com o bebê em seus braços.
— Chame o rei. — Mesmo sem forças, a rainha Adela, ordena a presença de seu marido, que corre ao seu encontro o mais rápido que consegue, ao ver a criança, sorrir alegremente, mal pode conter o choro de felicidade, pegando o bebê em seu colo, beijando levemente sua testa pequena.
— Como se chamará a criança minha rainha? — Ansiosa, sua dama de companhia insiste em saber o nome da princesa.
— Se chamará, Raelene, será uma princesa alegre e generosa, como o significado de seu nome. — O rei beija levemente sua rainha, que adormece pelo cansaço do parto, o que faz com que ele passe a noite ao seu lado, preocupado em perder sua amada, o marido desesperado não dorme um segundo sequer, e a cada grunhido da recém nascida o mesmo se levanta indo ao seu encontro.

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Altas horas da noite a rainha fora obrigada a acordar, já que estava adormecida há muito tempo, e corria o risco de não sobreviver ao pós parto, mas o que a obrigou a ser acordada foram os gritos estridentes da pequena princesa faminta. Calmamente a rainha amamenta a filha, grata por ter sido limpa e trocada mesmo em estado mórbido, porém a mesma não estava preocupada com o estado dos lençóis da cama, ou com suas vestimentas, estava preocupada apenas em alimentar sua filha, e ninar até que a mesma adormeça em seus braços novamente, tirando o restante da noite em sono profundo e tranquilo.

Ao nascer do Sol, o Rei comunica a todo o reino sobre a chegada de sua doce e inocente criança, o que os trouxe mais motivos para festejarem, e por uma única vez, depois de muito tempo, o rei permitiu que as virgens que descendiam dos antigos seres mágicos da floresta viessem ao castelo, e como de costume vinham trazer-lhe os melhores presentes, afinal, eram descendentes de seres mitológicos existentes há muito tempo, banidos após uma guerra que durou anos, as virgens foram abençoadas pelos Deuses, podendo viver em paz na floresta, elas possuíam em suas mãos as maiores riquezas e bençãos existentes em todo o universo.

Algumas das virgens lhe desejaram boas vindas, outras saúde e um reinado de prosperidade, o que fez o coração da jovem rainha encher-se de alegria, porém a jovem parteira que recebera a princesa em suas mãos, havia colocado uma ponta de preocupação na cabeça da rainha contente com a chegada da amada filha, ela também descendia dos seres da floresta e conseguia ver através da fenda invisível existente entre cada ser e seu destino, a mesma lhe dissera que havia uma razão pela qual havia dado a luz à uma princesa, a criança veio ao mundo com muitas responsabilidades, uma delas, era unir as raças novamente, que por ironia do destino, estavam separadas, e que sua curiosidade seria a sua ruína.

A rainha então sorria com uma nuvem de tristeza nos olhos, sua pequena filha não poderia ter tanta responsabilidade, afinal acabara de nascer, e a maldade do mundo, não poderia ser concertada por ela. Ao notar a preocupação da amada esposa o rei decidiu acabar com as visitas à princesa, à escondendo do povo por um breve período, até a rainha ter condições de estar ao meio deles.

Além Da LuaWhere stories live. Discover now