Capítulo 36

13 2 50
                                    

Gradara.
Reino elfico.
Outono.

Aragorn suspira profundamente encarando Elentari e Ingamar, ambos os dois discutiam sobre quem iria lançar o feitiço, já que Elentari não havia conseguido proferir as palavras perfeitamente e nada havia acontecido até então. Lórien, escorado na parede, segura seus ímpetos de raiva, já que se falasse algo poderia cortar a garganta da feiticeira alí mesmo, o jovem príncipe odiava a mesma e não cogitaria em mata-la. Kallea se põe ao lado do príncipe caçula, a ruiva escora na parede cruzando as pernas, fazendo o mesmo encostar sua cabeça em seu ombro.
— Eu sabia que vocês eram loucos, mas não imaginava que era tanto. — Kallea sussurra chamando a atenção de Aragorn para si, que estreita os olhos, ele não sentia ciúmes da proximidade da ruiva com o príncipe, mas odiava o fato dos dois não ficarem em silêncio quando estavam juntos.
— Já chega, vou ter que lançar esse maldito feitiço eu mesmo, saiam daqui vocês dois. — Aragorn toma a tinta que estava na mão da feiticeira, colocando símbolos na madeira do portão. Lórien se afasta de Kallea indo até o irmão, tomando a tinta de suas mãos.
— Você só pode tá ficando louco, sabe que se lançar esse feitiço a magia que tem dentro de você vai ser lançada direto para o portão e você morrerá no exato momento em que ela sair de seu corpo, você é o rei agora, se alguém tiver de morrer aqui, será a feiticeira. Tome Elentari, lance esse maldito feitiço e acaba logo com essa marmota, que temos mais o que fazer. — Todos ficam silêncio, Lórien fuzila Ingamar que dá um passo para trás, Elentari segura a tinta voltando a fazer os símbolos em silêncio. — E se fizer algo errado novamente não respondo por mim feiticeira. — Kallea vira o rosto para o lado, tentando segurar uma gargalhada, enquanto Hakuno sorrir baixinho. Aragorn encara o irmão.
— Lórien...
— Nem vem Aragorn, já perdi meu pai, não vou perder você por capricho e burrice dessa feiticeira que mal nos serve para alguma coisa! — Lórien estava à beira de um colapso.

Kallea se aproxima do elfo colocando a mão sobre o seu ombro. Ele estava irritado, chamando muita atenção. O príncipe encara os olhos da humana, que apenas com seu olhar, chama sua atenção. Lórien fecha os seus e respira profundamente, ele sabia que a mulher estava o repreendendo pelo comportamento, mas assim que abriu os olhos, viu um pequeno sorriso no canto dos seus lábios.
— Deixe a bruxa fazer o trabalho dela. — Dá leves tapinhas sobre o ombro do elfo que balançou a cabeça em confirmação. Elentari a olha de canto, mas a ruiva não se importa. — E se seu irmão continuar sendo burro de tentar usar magia sabendo que vai morrer logo depois, deixe-o. Sua Alteza o príncipe herdeiro deve saber tomar suas próprias decisões. — Se vira para fuzilar Aragorn, o criticando pelo comportamento. — Só nos diga, se quer flores no seu ritual fúnebre e quais serão.
— Kallea! — Lórien morde a língua, para conter a risada, a ruiva conseguiu diminuir o seu mau humor com os seus comentários.
— Você é muito saidinha não acha ruiva? — Aragorn estreita os olhos para ela que finge não ou ouvir. Elentari fecha os olhos começando a entoar palavras em elfico, sendo tomada por uma energia desconhecida.
— Majestade... — A feiticeira abre o olhos encarando Aragorn.
— Vai me dizer que não vai conseguir? Você é uma elfa da lua Elentari, se falhar passará o resto de sua vida nas masmorras. — Aragorn fala com voz rouca, o mesmo já estava estressado o suficiente para ter que suportar mais algum erro.
— A magia usada para abrir o portão é mais forte do que imaginei. Preciso de mais tempo e mais energia, ou então estaremos todos mortos. — Aragorn esmurra o portão com toda a força de seu braço, ferindo a mão com a ação.
— Eu quero esse maldito portão protegido novamente, não importa o que terão que fazer.

   A feiticeira volta a entoar palavras em elfico, enquanto um vento forte sopra na direção de todos que ali estavam, ao longe Aragorn enxerga a fada negra, a mesma voava em direção ao portão, todos tiram suas espadas da bainha ao notar que a mesma se aproximava cada vez mais rápido.
— Suas espadas afiadas não irão me ferir. — Fala assim que pousa sobre o chão.
— Não está satisfeita com o que o seu príncipe do inferno fez, bruxa? — Aragorn caminha em direção a fada, seus olhos azuis esbugalhados pela raiva que o tomava.
— Meu príncipe não fez nada de mais, afinal ele adiantou sua coroação, vossa majestade, o príncipe sem coração se tornou um rei, acha que Eru irá permitir que sua feiticeira use magia para trancar o portão novamente? Nenhum de vocês possuem o coração puro meu caro, você não é mais tão ungido assim não é mesmo, meu rei? — Aíne sorrir minimamente para Aragorn.
— Esse portão foi trancado por uma elfa da lua, Elentari é a última delas, ela irá tranca-lo novamente, nem que para isso eu tenha que ir até Alfheim. — Aragorn se aproxima de Aíne ao ponto de seus rostos quase se colarem.
— Pare de tentar se matar majestade, Eru não o quer em Alfheim, não é bondoso, e sua feiticeira emporcalhou seu próprio coração com magia negra, ela nunca mais será capaz de usar magia de Eru para salvar nenhum de vocês, esse portão foi trancado por Glórienn, somente ela poderia tranca-lo novamente, é uma pena que ela esteja morta. — Aíne força uma expressão de tristeza, deixando o elfo de cabelos prateados ainda mais irritado, a mesma se diverte com sua irritação. — Sugiro que coloque seus melhores guardas aqui, talvez eles poderão impedir que o segundo príncipe adentre o castelo. É um fato curioso, Mithal ter conseguido quebrar a magia de Glórienn. Talvez Eru tenha de fato abandonado todos vocês. A magia desse portão estava fraca, vocês tropeçam em suas próprias pernas, como pôde permitir que o príncipe caçula se casasse com a sacerdotisa do Deus de Hel? Você devia protegê-lo, não entrega-lo de mão beijada para Mithal. — Aíne toca no peito de Aragorn o jogando longe, o mesmo cai no chão, colocando a mão sobre o peito vazio, a dor que atingia o local, estava a ponto de fazê-lo desmaiar. Lórien e Kallea correm em direção ao mesmo, tentando ajuda-lo. — Agora sente meu rei? Você corre o risco de ficar sem seu coração novamente por ser um tremendo de um idiota. — Aíne movimenta as mãos fazendo a magia de Mithal que havia no portão se dissipar, logo uma energia ultrapassa por todo o castelo, fazendo cada ser que ali existia, senti-la.
— O que você fez? — Aragorn pergunta com dificuldade.
— Salvei a todos vocês, mais uma vez, tem algo nesse castelo que me interessa, e não posso permitir que os deuses pagãos tomem de mim. — A gargalhada da fada negra é ouvida por Raelene que estava ao lado da rainha. A loira suspira olhando a imagem da mesma voando ao longe do castelo.

Além Da LuaDär berättelser lever. Upptäck nu