Capítulo 45

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Gradara.
Reino elfico.
Outono.

Mais uma noite chuvosa em Gradara termina, dando ao amanhecer em Gentle Wood um belo ar de magia, o príncipe herdeiro se encontra parado na saída do túnel. Os cães de guarda de Fëanor não conseguiram alcança-los, as sombras do elfo de olhos verdes os impediram, por cima do túnel... Callahan não era o típico elfo que seria facilmente pego de surpresa, mas gostava de amedrontar seus companheiros, e se divertia com isso.
— Odeio fazer as pessoas esperarem. — Callahan olha em direção a floresta, saindo do túnel, a frente dos companheiros. Lórien não quis sair antes que a chuva cessasse, sabia que não precisava se desesperar em chegar, já que seu irmão o esperava em seis dias, esse que levou apenas quatro para ir e voltar de Strongwall.
— Vamos, o sol já raiou e não precisamos ficar mais tempo aqui, mais um pouco e chegaremos no castelo, o rei nos aguarda. — Lórien suspira, fechando os olhos lentamente, sentindo os raios de Sol esquentarem sua pele, o mesmo ansiava para abraçar a humana loira novamente, sentir seu doce perfume e sua pele macia. O príncipe nunca havia sentido aquilo, e o mesmo se sentia um tanto ansioso ao ponto de desejar-lhe ao seu lado e ser o motivo de suas alegrias e sorrisos.
— Anda apressado priminho, isso é saudades de alguém em especial? — Callahan sorri largo balançando o corpo como uma criança travessa.
Lórien sorri ladino.
— Não, na verdade é só a ansiedade de me livrar da sua companhia irritante, sabe! — O loiro desmancha o sorriso, saindo de perto do elfo sombrio. Esse que pula de seu cavalo, abaixando-se, semi ajoelhando sobre o solo de Gentle Wood, tocando seus dedos sobre o mesmo.

  Os elfos já se encontravam na parte bela da floresta, onde os únicos seres que vagavam eram os cervos, os pássaros, alguns coelhos, entre outros animais selvagens que não faziam mau a nenhum deles, pelo contrário fugiam para suas tocas assim que ouviam seus movimentos dentro da floresta. O senhor das sombras suspira profundamente, inalando o perfume adocicado das alfirins, o cheiro amadeirado das árvores, entre outros aromas que exalavam da floresta. As sombras sussurram em seu ouvido, o fazendo ouvir o doce som das gargalhadas de sua amada Glórienn, a fênix dourada que morreu na guerra contra os ogros. O elfo viu sua imagem perfeita em sua mente, seus cabelos loiros e olhos azuis brilhantes, junto de seu belo corpo, pequeno e delicado, sem nenhum defeito.
— Como senti falta desse lugar! — Fala se levantando, seu coração acelerado a ponto de querer pular para fora de seu peito. Lórien franzi o cenho para Earendil que dar de ombros, todos sabiam que Callahan era totalmente insano, então não iam levar em consideração sua atitude extremamente estranha.
— Vamos logo! — Hakuno bate as pernas na barriga de seu cavalo, o fazendo caminhar, mais um pouco chegariam no caminho que levava ao castelo.
— O pequeno elfo também tem alguém especial? Pela pressa creio que não é só por medo de cair nas minhas graças. — Callahan monta em seu corcel, acompanhando o elfo de cabelos castanhos, esse que nem sequer olha em sua direção. Assim como Lórien, Hakuno ansiava para olhar os olhos azuis de Raelene mais uma vez.

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  Enquanto isso, Kallea deixa o Valle junto das amigas, ambas as três conversam e sorriem, atravessando a ponte, seguindo em direção ao castelo, Kallea se sentia fraca, e a marca em seu braço ainda queimava, mas a ruiva era teimosa o suficiente para não se deixar abater pela magia que consumia seu corpo, sabia que Raelene havia protegido seu coração, e segundo Nephelae, a trisquel não consumiria sua força vital, e sim lhe daria poder, pura magia.
— Kallea, como se sente? — A elfa de cabelos brancos sorrir para a líder, lhe dando uma espécie de bebida para tomar. Kallea a ingere fazendo uma careta. Ambas as duas elfas sorriem.
— A boneca não estava acostumada com cachaça? Só bebia vinho? — Alruna fala em tom brincalhão, fazendo a ruiva lhe mostrar a língua.
— Sou uma lady querida, isso é bebida para gente doida. — As amigas gargalham.
— Mais doida que você não tem querida. — Nephelae sorrir. — Cara, para ter algo a mais que sexo com o rei, só sendo mais louca que ele. — Kallea mostra a língua para a outra elfa, sabia que ela tinha razão, Aragorn era um homem para não se por defeito, na cama, mas seus ímpetos de raiva era algo que mulher nenhuma iria querer conviver, e a ruiva era alguém que conseguia lidar com aquilo, até então, não havia existido alguém que conseguia fazer o rei ajoelhar-se, como ele havia feito com Kallea.
— Vocês são bobas, eu só não estava acostumada com esse sabor, mas quando eu me acostumar, vocês vão ver, passaremos uma noite inteira tomando esse troço. — Fala levando a pequena garrafa novamente em sua boca, Kallea não se embriagava com facilidade, apesar do gosto da bebida ser extremamente forte, a humana não sentia efeito nenhum sobre seu corpo.

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