Capítulo 26

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Gradara.
Reino elfico.
Verão.

Arendhel observa Raelene ainda parada, a loira continuava olhando o local para onde o príncipe havia seguido, esfregando sua cabeça, com expressão de dor. A elfa loira observa Earendil desaparecer, e então encontra uma maneira de se aproximar da humana.
— O príncipe herdeiro é um tanto grosseiro não é mesmo? — Fala encarando Raelene, que assenti com a cabeça. — Não se preocupe, com o tempo ele melhora. — Raelene não entendia onde Arendhel queria chegar com aquela história, mas não era tola e podia sentir o ciúme expresso em suas palavras.
— Eu vou ficar longe dele, se não ficarei careca logo, logo. — A elfa sorrir minimamente com as palavras da humana.
— O príncipe herdeiro nunca deu nada a ninguém, e ele lhe oferecer um coelho com orelhas de diamante diz muita coisa. — Raelene estreita os olhos, em outra ocasião daria uma gargalhada.
— Seu príncipe herdeiro é só seu minha querida, tenha a total convicção de que não quero nada com ele, nem ele quer comigo, você é tola em não reconhecer o que há por trás dos olhos de alguém, e por trás daqueles belos olhos azuis, há muita coisa, porém, não há nada referente a minha pessoa, não quero ser grossa, e nem tenho a intenção de arrumar problemas, mas já convivi com pessoas o suficiente para reconhecer um olhar de interesse, e aquele olhar não era de interesse, não por mim. — A loira lembrou do doce olhar de seu amado Afonso, ele a olhava com amor, e muito desejo, lembrou também do olhar de Baruc, ela jamais o iria esquecer, aquele olhar serviu para ela reconhecer de longe, alguém que poderia lhe fazer uma maldade como a que ele a fez. Ela jamais se deixaria ser pega de surpresa como foi no dia em que perdeu seu amado príncipe, jamais deixaria outro alguém a tocar a força e sair vivo, por mais que naquele momento Raelene estivesse abatida, ele iria encontrar uma maneira para se defender, nem que implorasse a Kallea para ensina-la a lutar.
— Aragorn nunca foi gentil com ninguém, não depois do que aconteceu. — As palavras de Arendhel soam de maneira agressiva, fazendo Raelene dá um passo para trás.
— Não me importo com o que ele foi, ou o que é, se você o ama tanto quanto as histórias dizem devia lutar por ele, e não procurar um culpado para seu sofrimento. — Raelene suspira, olhando em direção as saídas da sala, para sua tristeza não apareceu ninguém que poderia ajuda-la a sair daquela situação embaraçosa, havia apenas os guardas parados como estátuas, esses obedeciam a general e jamais iriam intervir a favor de uma mera humana.
— Não estou procurando um culpado humana, só quero entender o porquê da atitude dele, ele não é assim, ele odeia vocês humanos. — Arendhel da um passo em direção a Raelene, que aperta as luvas em sua mão.
— Pergunte diretamente para ele... — Raelene temia que ao retrucar a general pudesse ser ferida pela mesma, ela não conseguiria se defender, mas também não ouviria nenhum desaforo em silêncio, a princesa de Baraphion estava cansada de tanto abaixar a cabeça.
— Arendhel, lembra-se de sua promessa? Para salvar seu povo você e Aragorn ficariam longe um do outro, se caso continuar insistindo em ter o príncipe herdeiro em seus braços novamente, creio que Aíne virá e destruirá tudo o que ele ama. — Elentari aparece na saída que leva para o templo, a mesma já havia terminado suas obrigações da manhã, e estava indo em direção aos seus aposentos, para se preparar para o almoço com os soberanos. Ao ouvir a voz de Arendhel, a mesma se apressou e chegar no salão. Arendhel encara a elfa da lua com olhar feroz.
— Feiticeira, não devia se meter em conversas alheias, estou apenas alertando a humana sobre o príncipe, há pouco tempo o vi ser gentil com a mesma. — Elentari sorrir, sabia que o que estava incomodando a general era o ciúme, ela não sentia nada pela a humana para querer protegê-la.
— Deixe que o príncipe herdeiro siga seu caminho, ele não tem mais nada com você, além do mais eu devia estar cuidando disso, ele pertence a mim, e somente eu devo dizer o que ele pode ou não fazer, com quem ele deve ou não se deitar. — Os olhos da feiticeira seguem em direção a Raelene que arregala os olhos.
— Eu não quero me deitar com o príncipe, não tenho nada a ver com isso, e tenho mais o que fazer que ficar ouvindo suas picuinhas. — A loira se afasta lentamente, caminhando de costas, ela sabia que a feiticeira possuía poderes mágicos, e Arendhel podia parti-la ao meio apenas com um golpe de sua espada.
— Você já está no meio disso. — Arendhel tira sua espada da bainha, enquanto Elentari tenta impedi-la com seu poderes, lançando rajadas de vento gélidos de suas mãos, vento esse que facilmente congelaria a elfa a sua frente, porém, a feiticeira apenas o mirou em suas mãos para que derrubasse a espada.

Além Da LuaOù les histoires vivent. Découvrez maintenant