Capítulo 57

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Gradara.
Reino elfico.
Outono.

O rei de Gradara se aproxima de seus aposentos, junto do primo, as duas humanas e sua mãe já haviam adentrado os aposentos de ambas, e o local estava silencioso. A loira arteira realmente havia ficado exausta com o ritual, a mesma não estava mais acostumada a usar tanta magia, devido ao fato de ter ficado duas décadas alheia a existência da mesma em seu corpo, e por ter vivido tantos anos em um reino sem magia, sendo assim, era natural que ela se sentisse da maneira a qual estava se sentindo.

Aragorn por sua vez, não sentia exaustão alguma, apesar que o mesmo sentia o núcleo de sua magia falhando lentamente, porém, ele não diria nada, nem demonstraria estar perdendo sua própria magia.

Lórien havia pedido que Dríades cuidasse do templo, até que a loira se sentisse disposta para voltar até lá, e o mesmo havia ido em direção aos portões, se encontrar com alguns soldados. Earendil por sua vez, logo receberia os cuidados da loira, e certamente se recuperaria o mais rápido que o imaginado.

Sendo assim o rei, poderia descansar despreocupado, e esperar que o ferimento em sua mão cicatrizasse de uma vez, apesar que, o mesmo sabia a dor que o processo de cicatrização lhe causaria, sabia também que a loira sofreria o mesmo que ele, e que aquela noite seria uma das maiores para ambos os dois.
— Que diabos está fazendo aqui. — Aragorn arregala os olhos ao abrir a porta de seus aposentos, Callahan faz o mesmo, virando o rosto levemente para o lado.

Elentari havia adentrado os aposentos do rei mais uma vez, enquanto o mesmo estava longe, porém, dessa vez, a feiticeira havia sido mais ousada, se pondo nua acima da cama do monarca, esse que a olhava incrédulo.

Callahan gargalha alto, segurando o braço do rei, ele sabia que não podia permitir que Aragorn se aproximasse da elfa, não por ele não conseguir se conter, em ataca-la, mas pelo corte em sua mão, o elfo das sombras sabia que a feiticeira podia usar uma de suas artimanhas para impedir o ritual de ser cumprido.
— Eu... Precisava me despedir, meu rei. — Elentari não se mostra envergonhada, pela presença do elfo das sombras. Seu corpo era belo, não havia como negar, a mesma não possuía tantas curvas como uma ninfa, mas possuía sua beleza natural. Essa que não interessava a nenhum dos elfos a sua frente.
— Já se despediu, vá, desapareça daqui. — O rei aperta a mão em punho, tentando evitar de magoar o ferimento existente na outra.

Callahan puxa o primo para trás de seu corpo ao notar um movimento da elfa, usando suas sombras como um escudo, para que o mesmo conseguisse proteger seu ferimento com sua magia, e então estar totalmente livre para se aproximar da elfa, ambos não esperavam pela presença da mesma, portanto, foram pegos de surpresa.
— Quero ver até quando vai se esconder por trás do senhor da sombras, meu rei. — A feiticeira se levanta, fitando os olhos azuis de Aragorn, que se segurava para não parti-la em duas.

O elfo das sombras olha para o rei, por cima dos ombros, fazendo um sinal para o mesmo, tanto Aragorn quanto Callahan não suportavam a presença da feiticeira, e odiavam ainda mais o fato dela estar nua, e confortável na frente de ambos. O elfo de cabelos brancos, faz um movimento com a mão, por cima do ferimento, o protegendo contra qualquer outro tipo de magia. Ambos os dois elfos sorriem com a mesma sombra por cima dos olhos, deixando a feiticeira intrigada.

Aragorn se afasta do primo, caminhando em direção a elfa, que sorrir satisfeita, acreditando que havia conseguido o que tanto queria, porém, o elfo a sua frente alcança seu pescoço mais uma vez, a erguendo para cima com força, aproximando seu rosto levemente do dela, ao ponto da mesma se arrepiar com a respiração quente do rei, sobre seu ouvido.
— Eu nunca mais a tocarei, feiticeira, a não ser, se for no momento em que irei mata-la... Você pra mim não passa um ser desprezível, ao qual me satisfez por séculos, a única coisa que me agradava era essa sua buceta, o que já não faz mais diferença alguma para mim. — Os olhos azuis de Aragorn fitam os olhos da elfa, que morde os lábios e tenta respirar, desviando os olhos em direção ao elfo moreno, que sorrir, passando a língua levemente por entre seus labios. — E eu não vou mandar que suma mais uma vez... Se acaso meus olhos, cruzarem com você nesse castelo mais uma vez, eu juro que não serei benevolente, e a matarei de uma vez, garanto que não fará falta nem mesmo para sua criada, aproveite, e a leve com você quando for. — O rei caminha ainda segurando a feiticeira pelo pescoço, a arrastando até a porta, sem se importar se a mesma estava nua, a empurrando com força, fazendo com que a mesma caia no chão, no meio do corredor.

Além Da LuaWhere stories live. Discover now