Capítulo 31

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Gradara.
Reino elfico.
Verão.

As horas se passaram lentamente para Aragorn, o príncipe herdeiro estava sentado ao lado do rei, ambos estavam em uma mesa repleta de doces e frutas de todas as espécies. Damath comia em silêncio, enquanto o príncipe tomava taças e taças de vinho. Lórien senta-se ao seu lado, também com uma taça de vinho.

   Lúthien estava ao lado da rainha conversando com algumas das esposas dos membros do conselho. Raelene e Hakuno sorriem, enquanto Kallea suspirava, levando a taça de vinho até sua boca, a ruiva não era de se embriagar, mas não deixava de tomar uma ou duas taças de vinho, a mesma estava atenta a qualquer movimentação suspeita. Earendil sorria e conversava com Finrod, todos bebiam sem nenhuma preocupação.

   Arendhel e Elentari estavam conversando ao longe, as duas, antes inimigas, haviam se unido para tirar Raelene de Gradara o mais rápido possível, e Kallea as observava discretamente.

   Aragorn não tirava os olhos da mesa em que as humanas estavam, e isso estava gerando conversas aleatórias. Lórien balança a cabeça irritado, o mesmo gostava da ideia do irmão se apaixonar novamente, por alguém que fosse boa, e que não desejasse apenas o trono, como Elentari.
— Aragorn, devia ter trazido Raelene ao baile, invés de Elentari, já que não tira os olhos de lá. — As palavras de Lórien fizeram Aragorn o encarar.
— Elentari ainda é minha mulher, ela é a única elfa da lua capaz de usar a magia de Eru para a proteção do nosso povo, se não fosse por ela, estávamos todos mortos, e ela me tem em suas mãos, já que um certo rei não conseguiu proteger seu povo. — Aragorn leva a taça mais uma vez em sua boca, Damath o encara mastigando de maneira irritada, o rei até entendia as alfinetadas do filho, e estava ansioso para lhe entregar o trono de uma vez, assim o fardo de carregar o reino em suas costas não seria mais dele.
— Você é o nosso protetor, é por sua causa que estamos vivos, devia deixar aquela feiticeira de uma vez, e assumir seus sentimentos. — Lórien tenta persuadi-lo.
— Eu não quero nada com aquela pequena humana, porra, ela é pequena demais, e irritante demais, já viu como ela consegue se alegrar mesmo depois de ter passado dias naquela masmorra junto dos espíritos? Ela é insana, você já olhou no fundo dos olhos dela? Aquela criança já sofreu mais do que deveria, e olha que ela é tão delicada quanto uma princesa. — Lórien franzi o cenho, ele também já havia percebido que Raelene guardava algo em seu interior, mas que sempre disfarçava com sua alegria contagiante, mesmo de longe, o príncipe caçula percebia a alegria da jovem transparente. Suas gargalhadas eram ouvidas por todas as extremidades do castelo.
— Talvez seja louca como Mithal, ou Fëanor. — Fala dando de ombros.
— Parem de falar sobre as loucuras dos deuses pagãos meus filhos, é dia de celebração, e assim que tudo isso acabar, quero que os dois dêem um jeito de encontrar a fada negra, ela não entraria no castelo por nada, e Aragorn, não tenho culpa se seu pau fala mais alto que seu bom senso, se não ficasse pulando de cama em cama, não estaria sem coração, cuidado para não perder o pau dessa vez. — Damath se levanta, Lórien gargalha ao ouvir as palavras do pai, Damath era extremamente paciente, nunca havia se deixado levar pelas provocações do herdeiro, mas já estava sem paciência para suportar as alfinetadas do filho, ele odiava vê-lo sofrer daquela maneira.

O rei se afasta, deixando os príncipes a sós na mesa, esses que continuam bebendo como sempre faziam depois de uma grande batalha.

   Lórien tinha a mesma mania de Aragorn, beber enquanto seu corpo aguentasse, assim, ambos conseguiam esquecer os olhares dos seres aos quais eram acostumados a matar. Lórien podia ser fraco até então, não conseguia manusear uma espada com agilidade, mas suas flechas já haviam perfurado muitos dos seres malignos existentes na escuridão de Gentle Wood. Aragorn já o havia feito cortar alguns dos pescoços de seus prisioneiros com as adagas do rei, hoje, o príncipe caçula possui suas próprias adagas, e tem se tornado cada dia mais ágil em batalha.

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