Capítulo 69

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Gradara.
Reino elfico.
Outono.

O castelo de Gradara se encontrava barulhento, as criadas comentam sobre o casamento dos monarcas, ambos os três se casaram de uma só vez, e não aconteceu de acordo com as tradições de uma cerimônia elfica, como era o costume, o que de fato havia causado um rebuliço em meio a criadagem do castelo, e certamente logo a notícia de tal acontecimento cairia nos ouvidos afiados dos senhores do Valle, e o rei, teria mais uma dor de cabeça muito em breve. Ambos os três decidiram não seguir mais as tradições, e ninguém poderia intervir, já que um deles era o rei, aquele que foi ungido por Eru, para proteger seu povo, mas os senhores do Valle possuíam um poder a mais perante a coroa, e Aragorn não possuía paciência para lidar com eles de maneira complacente.

O fiel tenente do príncipe herdeiro observa os murmurinhos das criadas e de alguns soldados, encostado em uma coluna, no corredor da ala Oeste, ala essa que fica seus aposentos, e dos demais soldados que viviam no castelo. O mesmo estava preocupado com as duas humanas, ele havia se afeiçoado a elas, uma de cada maneira, a loira, ele sentia algo a mais, queria de fato ter algo a mais com ela, mas sabia que não podia, pelo fato da mesma, ter escolhido o príncipe, a loira o amava, e não havia nada que a fizesse mudar de idéia, e depois do ritual da ainur, ambos não podiam mais ser separados.

Já a ruiva, ele a amava como se fosse sua própria mãe, o mesmo era órfão, fora criado pelas criadas do castelo, com a ajuda da rainha, algo que ele seria grato por toda a vida, graças a bondade dos monarcas, o mesmo possuiu um lar, e um treinamento, Finrod era como seu pai, o elfo mesmo pegando no seu pé por vários motivos, o havia ensinado tudo o que sabia, e era grato por isso.
— Parece que fomos deixados de lado. — A elfa de cabelos brancos sorrir, caminhando em sua direção.

A mesma trajava um vestido, curto e colado em suas pernas, em couro negro, esse não possuía ornamentação alguma, era discreto, porém deixava suas curvas chamativas, e um decote em V, com mangas longas que apertavam seus braços, e terminavam no seu pulso, em sua cintura, sua katana negra, e uma adaga presa na lateral de sua perna direita.
— Sentindo falta da Alruna? — Pergunta e sorrir, enquanto a mesma se aproxima dele, e bagunça seus fios castanhos, ele por sua vez, a puxa para dentro de suas pernas.
— Ela agora é da realeza, a rainha não vai deixa-la quieta, mas fico feliz por isso, e assim como a senhora Kallea, ela sempre vai dar um jeito de estar conosco, Callahan não é tão possessivo quanto o rei, e vai dar mais espaço pra ela. — Fala e gargalha, Hakuno toca o rosto da elfa, ambos possuíam intimidade o suficiente para tal coisa.
— E a Idril? — Pergunta, Nephelae arqueia uma sobrancelha e sorrir largo.
— Se eu não soubesse que pertence a mim, ficaria com ciúmes. — A elfa sorrir, e envolve os braços no pescoço do tenente do herdeiro.
— Se você não fosse louca, de certo eu pertencia a você, mas não pode ver um pau. — Hakuno morde a bochecha da mulher em seus braços, a fazendo arfar.
— Você que fica alimentando paixãozinha pela mulher do seu senhor, não tenho culpa, quando quiser de fato estar comigo, pode ter a certeza, de que estarei com você, até lá, não sou sua, nem de ninguém, meu queridinho. — Fala, o fazendo pender a cabeça para trás, e apertar sua cintura.

Ambos os dois sentiam atração e carinho um pelo outro, algo que se fosse alimentado viraria amor, ambos já haviam de fato ficado juntos algumas vezes, os mesmos gostavam de como se sentiam juntos, apesar que o tenente do herdeiro, era totalmente discreto, e não gostava de chamar a atenção, então preferiu manter a relação em segredo, e Nephelae mantinha um relacionamento aberto com o mesmo, deixando claro que só pertenceria a ele, quando o mesmo deixasse de suspirar pela loira arteira.
— Quando parar de ser assanhada, certamente podemos ter algo a mais, até lá, contente-se com isso, sabe que eu gosto de você, e agora que não possui ligação com mais ninguém, podemos estar juntos, mas, porra Nephelae, você é doida. — Hakuno bagunça seus fios castanhos, e beija levemente os lábios da mulher em seus braços. — E vamos trabalhar, não é porque o príncipe herdeiro e a rainha estão ocupados, que vamos ficar sem fazer nada. — A elfa resmunga, e sorrir.
— Tá, eu já estava indo até o portão, a minha senhora, certamente me mandaria para lá, já que ela não confia muito nos soldados que pertenciam a guarda da Arendhel. — Nephelae se afasta de Hakuno, e ambos começam a caminhar em direção ao portão do castelo, mantendo suas posturas eretas, e seus rostos sérios, Finrod já havia seguido até lá, Dareen precisaria de mais ajuda, já que Earendil e os monarcas não haviam voltado ainda.

Além Da LuaWhere stories live. Discover now