Capítulo 64

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Gradara.
Reino elfico.
Outono.

A nova sacerdotisa do templo de Gradara atravessa a porta do templo, existente na cidade elfica, ao lado do então marido, do tenente do mesmo, e da elfa ruiva. Ambos acenam com suas cabeças para alguns soldados que guardavam a porta, enquanto os olhos azuis da loira vagueiam por entre os feridos, alguns gemem com a dor causada pela magia do Deus de Hel, enquanto algumas elfas tentam conter a mesma com unguentos e beberagens.
— Meu príncipe. — Uma elfa de cabelos castanhos se aproxima do príncipe, quase que correndo, segurando a barra de seu vestido, e abaixando levemente o corpo em uma reverência desajeitada.
— Sim? — Lórien ergue o queixo, assim que a mulher volta a sua postura.
— Não sei se vamos conseguir aguentar por muito tempo, não sei o que está havendo, os soldados sacrificaram o feridos pelas criaturas do Deus de Hel, mas parece que esses contraíram alguma doença, uma peste. — Fala, fitando os olhos azuis do príncipe a sua frente.

Lórien olha ao seu redor, e por uma mera fração de segundos, o príncipe conseguiu sentir o cheiro putrefato da magia do Deus de Hel, sentindo seu estômago revirar, e seu corpo fraquejar levemente, fechando as pálpebras com força, e levando a ponta dos dedos até suas têmporas, as apertando. Raelene toca o ombro do marido, ao notar sua expressão sofrega.
— O que foi? — Pergunta, enquanto Hakuno se aproxima do mesmo, no intuito de segura-lo, caso venha a cair. Idril segurava uma bolsa de couro, com algumas ervas e unguentos, a mesma fita o príncipe, também preocupada.
— A magia do Mithal. — Fala, em um sussurro para a mulher ao seu lado, que novamente vagueia os olhos pelo templo, notando uma presença indesejada ao longe.
— Idril, comece a preparar a mistura, aquela que eu ensinei a você, ajude-a. — A loira olha para a elfa que havia se aproximado. — Assim que estiver pronta, dê uma quantidade pequena para cada um deles, Hakuno ajude o príncipe, preciso me livrar dessa magia, antes que seja tarde. — As elfas começam a se movimentar, se aproximando das demais, que sussurram umas para as outras.

Raelene caminha até o meio do templo, deixando Lórien ao lado do elfo de cabelos castanhos e olhos dourados, a loira novamente pega a adaga de sua cintura e semi ajoelha no chão, olhando por cima do ombro para o marido, que demonstrava sentir ainda mais dor.
— Merda. — Fala, e corta a palma da mão, deixando que uma boa quantidade de sangue pingue no chão, fazendo um círculo ao seu redor com o seu próprio sangue. — Hakuno. — Fala, voltando a encarar o tenente, que segurava o príncipe.
— Sim, minha senhora. — Fala, ajudando o príncipe a se sentar.
— Tape os olhos dele, e todos vocês façam o mesmo, não queremos que ninguém fique cego. — A loira arqueia uma sobrancelha e olha novamente em direção a elfa de cabelos brancos, que estava ao lado do altar de Eru.

Assim que tem a certeza de que os olhos do príncipe estavam protegidos, a loira entoa algumas palavras em elfico, a coloca a palma da mão, que havia cortado, no meio do círculo, enquanto seu corpo brilha como uma estrela no céu, uma luz clara e extremamente forte, produzindo uma quantidade de calor necessária para que os corpos dos elfos que estavam no local, suassem como se estivessem perto o suficiente do fogo, ou em meio ao sol, fazendo um trabalho extremamente pesado.

A loira olha de um lado para o outro, enquanto uma nuvem negra é sugada para o círculo a qual a mesma estava centralizada ao meio. Raelene balança a cabeça, a mesma estava irritada em ser preciso fazer aquilo, no meio do templo, o combinado era que ela fosse até o centro da cidade elfica, mas não tinha tempo, e o príncipe não conseguiria suportar por muito tempo, a dor que a magia do Deus de Hel causava sobre ele.

Aragorn por sua vez, sente uma pontada aguda em seu peito, forte ao ponto de perder parte do ar em seus pulmões, o elfo de cabelos brancos fecha os olhos e aperta as rédeas de Celebenthorn. Kallea vira o rosto levemente, e olha para Finrod, era notável o incomodo do rei, e ambos os dois estavam começando a ficar preocupados.
— Tudo bem Aragorn? — A ruiva olha em direção a ele, se pondo ao seu lado, enquanto Finrod fica mais atrás.
— Tem alguma coisa errada com o Lórien. — Fala e olha para o céu, notando Fëhir sobrevoar sobre ele.
— Como assim? — Kallea olha para trás, notando a preocupação no rosto do tenente do rei. Finrod além de tenente, era um grande amigo do rei, sabia de todos os seus segredos, e os guardava como algo precioso, não os compartilhava nem mesmo com a amada esposa. — Ele sabe? — Kallea sussurra, recebendo um aceno em confirmação do rei, que logo fecha os olhos com força, e faz um movimento com a mão, para Fëhir voltar em direção ao templo.
— Devemos ir para o templo, aquela loira maluca certamente vai fazer algo para proteger o príncipe, e precisamos estar lá. — O rei puxa as rédeas do grande narmo negro, para que ele dê a volta, e caminhe em direção ao templo.

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