Capítulo 18

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Gradara.
Reino elfico.
Primavera.

— Proteja Glórienn... — As palavras de Kallea ecoava pela mente do elfo de cabelos prateados, que segurava a barra de ferro da cela, forte ao ponto de sentir o frio da mesma entranhando em sua pele, chegando até os pequenos ossos dos dedos. Aragorn encara a ruiva que suspira em agonia, seu corpo pingava suor, enquanto seu peito subia e descia de maneira frenética.

   O príncipe herdeiro observa as vestes da humana ruiva, essas que não eram mais os trajes negros em couro, ela estava vestida com tecido élfico, seda pura e branca, o tecido era tão delicado que poderia facilmente ser confundida com as vestes dos Deuses, o decote em V deixava seus seios avantajados quase a mostrar totalmente, as mangas longas iam até o torço de sua mão, havendo espaço para atravessar seu polegar no tecido, cobrindo metade dos outros dedos, detalhada na borda. Em todo o tecido havia um bordado, detalhado com pérolas em formato de gotas de chuva, com fios de ouro as prendendo no tecido, formando belos ramos com folhas e algumas flores, acima das mangas haviam um tecido solto, esse que descia até a barra da saia do mesmo, os bordados continuavam na barra, mostrando ter sido iniciado alí mesmo. Aragorn não reconhecia tal vestimenta, nunca havia visto nenhuma elfa trajada na mesma. Seus cabelos ruivos estavam totalmente soltos, deixando seu rosto mais belo do que já é, seus olhos azuis brilhavam sempre que o vento soprava o fogo da tocha nas mãos de Finrod em direção a mesma. 
— Kallea, você está bem? — Raelene pergunta segurando na mão da amiga, Aragorn a observa atentamente, sentindo um grande incômodo com a presença da jovem transparente, ele sabia que ela não lhe traria alegrias, já que o mesmo julgava que ela estaria morta. Ninguém sobreviveria aquela febre que estava tomando o corpo da loira, nem mesmo um elfo conseguia escapar dos ferimentos causados pelos mortos de Gentle Wood. Não haviam sido galhos que tinham cortado a pele da humana, mas os mortos, os que ficaram para trás, e o príncipe herdeiro sabia muito bem disso, porém não fez alarde nem mesmo se preocupou, já que julgava que as humanas não eram problema dele.

    Aragorn encara as vestes da loira, que também estava trajada em tecido elfico, porém, não possuía um decote ousado como o de Kallea, era um V discreto, havia uma saliência no meio dos seus seios formado pelo próprio tecido, em forma de x, uma jóia o prendia, em formato de libélula dourada, acompanhado de quatro pequenas jóias redondas, indo até seu umbigo, na parte de cima do x, haviam uma tira de cada lado, que descia até sua virilha, os olhos do elfo acompanham as tiras, junto da longa saia do vestido, também detalhado com um bordado, esse que também pareciam com ramos, mas não haviam folhas ou flores, apenas um espiral em cada ponta, suas mangas haviam um bordado mais detalhado nos ombros, com pérolas brilhantes, as mangas apertavam um pouco de seus braços, chegando próximo ao cotovelo soltava-se, deixando tecido a sobrar, cobrindo metade de suas mãos. Seus cabelos loiros também estavam totalmente soltos.

   Seus olhos azuis não encaram o elfo prateado a sua frente, foram mais além, seguindo até o elfo de cabelos loiros que também segurava uma tocha, o jovem príncipe apenas suspirava, ele não era cego, percebeu os seios avantajados de Kallea, mas não conseguia parar de encarar os olhos azuis da loira, ele sentia como se a conhecesse, assim como Earendil, e Aragorn, ambos podiam jurar que já haviam convivido com a pequena loira.
— Então a ruiva se chama Kallea, e você loira, como se chama? — Aragorn coloca a chave no buraco da fechadura enferrujada, a girando, ao ouvir o som da fechadura se abrindo Raelene ver seus últimos segundos se passando por seus olhos, ela sabia que aquele príncipe não era encantado como sua mãe contava, e que nada daquilo era perfeito, que era mais fácil ela sair dali morta, que caminhando com suas próprias pernas, festejando como os elfos de Gentle Wood, da cabeça fantasiosa de sua mãe.

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