Capítulo 56

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Gradara.
Reino elfico.
Outono.

Lórien brinca com os dedos da loira ao seu lado, que caminha saltitante, Raelene tinha realmente os olhos ligeiros, como Arendhel havia dito ao príncipe, mas não era como ela havia insinuado, a loira observava ao seu redor como uma criança que estava conhecendo o mundo a sua volta. A ruiva caminha silenciosa ao lado dos dois, ela ainda estava tentando reorganizar seus pensamentos, sua cabeça estava doendo ligeiramente, leve, algo apenas incômodo, pelo estresse sentido.

Kallea desejava jogar as responsabilidades de mãe para Adela, mas sabia que a mesma iria compactuar com as mesmas loucuras de Raelene, mas não era só isso, a ruiva pela primeira vez, sentiu falta de um colo materno e dos carinhos da rainha serelepe.
Raelene por sua vez, estava contente, ela havia recebido apenas uns tapas da ruiva, e um sermão. O que era pouco para tempos atrás. A loira sente o toque dos dedos do príncipe sobre os seus, fazendo-a sorrir para o elfo, que abaixa a cabeça e beija seus lábios, em um selinho breve.
— Se não quiser outro tapa elfo, sugiro que se comporte e você também Rae... Não tô afim de vê-los se agarrando! — Kallea os repreende, olhando-os de canto.
— Sim senhora! — Os dois falam juntos, sorrindo travessos.
— O que me falta para minha dor de cabeça piorar? — Ela resmunga.
— Não diga essas coisas, se a mamãe estivesse aqui te daria um tapa, sabe que isso é ruim de se dizer. — Raelene a repreende, vendo a ruiva fazer um biquinho fofo.

Lórien coça a cabeça com a mão livre, sabendo exatamente o que acontecerá, seu irmão não aceitaria facilmente as roupas da ruiva.
— Aragorn é um tanto ciumento... — Diz olhando para Raelene que faz uma careta, que antes de abrir a boca, Kallea fala primeiro.
— Ele que se foda! — A ruiva ainda estava irritada, e o rei não tinha direitos sobre ela.
— Ele tá fodido! — Raelene sorri travessa.
— Elene, olhe a língua! — Lórien faz um pequeno bico, ouvindo a loira xingar. Essa que arqueia uma sobrancelha, encostando sua cabeça no braço do mesmo.

Kallea balança a cabeça, ambos os dois não se importavam com o olhar de reprovação de alguns soldados, ou com os cochichos dos mesmos, tanto Lórien quanto Raelene já estavam acostumados a ouvir cochichos dos soldados, a loira ouvia sempre que caminhava pelos corredores do castelo de Baraphion, ela sempre fora vista como a princesa estranha, ou aquela que sempre trazia problemas.

Quanto a Lórien, ah, o príncipe herdeiro de Gradara sempre fora visto como um príncipe mimado, porém, no momento atual, o príncipe não era mais visto como tal, todos os soldados de Gradara o respeitavam, como respeitavam Aragorn, quando o mesmo ainda era o príncipe herdeiro.

O herdeiro havia aprendido a manusear uma espada, e lutava com ainda mais destreza, mas os olhares direcionados a ele não era por ser um príncipe mimado, ou por não saber manusear uma espada, e sim por estar ao lado da loira. Raelene ainda era vista por muitos, como aquela que destruiu o povo elfico, alguns a temiam, e outros a odiavam. Lórien estreita os olhos em direção a alguns guardas, os fazendo mudar suas expressões e ajeitarem as posturas.
— Um dia eles irão ver o que eu vejo em você, pequena. — O elfo sussurra para a loira que balança a cabeça. Kallea arqueia a sobrancelha em direção aos soldados, voltando os olhos para a irmã, que parecia não se importar com os olhares direcionados a ela.
— Não deixe ela fazer amizades, príncipe, essa daí, logo, logo vai por esse castelo abaixo. — Kallea sorrir, a ruiva não queria piorar a situação, sabia que a loira se sentia um peixe fora d'água em Baraphion, e não queria que ela se sentisse da mesma maneira, em meio aos elfos que ela tanto amava. — E bem, se alguém a machucar ou a ofender, não tem problema um ou dois sumir, não é? — A ruiva não olha para o príncipe e não seria a primeira vez que a humana sujava as mãos.

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