Un, deux, trois

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Os dias passaram e nada mudou. Mina continuava agindo da mesma forma, como se nossa história de anos pudesse ter um ponto final em questão de minutos, como se não se importasse ao menos em ficar bem comigo novamente. Ela não havia mais voltado para o respectivo lugar na sala de aula e passava o intervalo com um grupinho de pessoas, inclusive uma menina que eu passei a detestar... Talvez vocês se lembrem dela, a Nayeon, peguei ela no começo do ano na festa de recepção, mas logo depois ela também foi querer beijar a Mina... Foi assim que perdi a aposta da Rainha de Narnia e acabei ficando com a Mina.

A Dubu também continuava do mesmo jeito, apenas um pouco mais solta e interativa ao longo do caminho de ônibus. Eu e Sana, em compensação, nos aproximamos ainda mais (se é que isso é possível).

Era sábado e lá estava eu na casa de Momo, sentada com a cara grudada no celular. Uma música tocava ao fundo, mas eu sequer pude identificar qual era, pois eu estava totalmente vidrada em um novo perfil sobre filhotes fofinhos que eu tinha achado no Instagram.

- Eu quero muito um cachorro. - Disse, balançando a cabeça indignada por ainda não ter uma daquelas coisinhas gordinhas e gostosas. - Eu vou morder a orelha dele.

- Então acho que esse é um bom motivo pra você nunca ganhar um cachorro. - Sana riu, sentando-se ao meu lado com uma garrafa long neck. A japonesa se inclinou para ver a tela do meu celular. - Qual você quer? - Perguntou casualmente?

- Um vira-lata. - Dei de ombros.

- Boa escolha! - Ergueu a garrafa como se fosse fazer um brinde.

Momo, que estava sentada um tanto mais distante de nós, fumando, abriu um sorriso verdadeiro, seus olhos pareciam estar praticamente fechados.

- É tão bonito, cara... - Começou uma reflexão lentamente. - Pessoas dispostas a adotar um animal independentemente da raça... - Deu um trago no baseado. - Você já parou pra pensar no que fazem com os cãezinhos por aí só pra ganhar dinheiro? É cruel! - Concordei com a cabeça, ela tinha toda a razão. - Vira-latas são maltratados por aí por gente que só quer a raça pura. - Balançou a cabeça feito a Milena maconheira do ENEM.

Sana fez uma careta, nos entreolhamos concordando que era um assunto meio pesado para se tratar.

- Então... - Sana começou, tentando aliviar a tensão que a última frase de Momo havia deixado no ar. - O que tem nos storys? - Mudou de assunto, clicando em um dos círculos que apareciam no topo da tela do celular antes mesmo que eu pudesse reagir.

Uma foto de um menino aleatório surgiu, ele tinha aqueles risquinhos ridículo feitos com Gillette na sobrancelha, não hesitei em passar. Em seguida apareceu uma menina bastante alternativa do terceiro ano que, apesar de estudar na mesma escola que eu, era de uma classe diferente de Sana e raramente podia ser encontrada pelos corredores... Tudo o que eu sabia sobre aquela menina era através das redes sociais, ela havia mudado a cor do cabelo umas 5 vezes no mesmo ano e, agora, raspado tudo.

- Vai se foder, como ela pode continuar tão gata sempre? - Sana perguntou, indignada, clicando para ver a foto novamente. Apenas balancei a cabeça, eu também não entendia.

Então foi a vez de aparecer uma foto da Dubu com a Tzuyu e mais um moço que não me era estranho. Sana pareceu ficar tensa, levantou seu olhar para a namorada, evitando encarar a foto. Entendi isso como um recado para pular para o próximo storys.

Nayeon.

- Espera, essa aí não é a Mina? - A morena questionou antes que eu tivesse a chance de ignorar aquilo.

- Você não viu? - Soltei um riso nervoso ao mesmo tempo que revirava os olhos. - Ela postou uns 20 vídeos dos shows e festas que foi ontem.

- "Shows e festas"? No plural? - Estranhou.

Girl Meet Girl • TwiceWhere stories live. Discover now