Por que a Dubu tem roupas tão estranhas?

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Enfim, boa leitura!!!

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- Quem diria... Chae casada no rolê! - Sana ria gostosamente. Não é que eu senti falta dessa idiota?

- Cala a boca! - Atirei um papelzinho na morena.

Estávamos na mesma cafeteria em que conversamos antes da viagem e, por coincidência, na mesma mesa. Acho que aquilo poderia se tornar rotina.

- Tava na cara que isso ia acontecer, só tenta não estragar tudo.

- Tudo o quê? A viagem já acabou, Sannie. - Relembrei e Sana tomou um gole de sua bebida, murmurando um " E daí?" despreocupado. - E daí que Mina é minha melhor amiga. - Falei, deixando claro que essa era a resposta mais óbvia do mundo.

- Ah não! De novo com isso, Son?! - Quase sobrepôs minha fala, alterando o tom de voz. - Você chupa a menina e ainda quer chamá-la de melhor amiga? Já deu.

- É a verdade, Sana! O que aconteceu lá, vai ficar lá, foi nosso combinado. - Expliquei. - Além de que não pretendo estragar uma amizade de infância por um sentimento passageiro.

- Você é covarde. - Acusou.

- Não sou covarde, sou sensata.

- Não, você só está com medo mesmo. - Corrigiu, causando-me certa irritação.

- Você não sabe o que tá dizendo. - Cruzei os braços.

- Não sei? Ou você mesma que não quer enxergar?

- Não sabe. - Teimei. - E se eu quiser ficar com outras pessoas? Eu tinha chamado a Dubu pra ir ao cinema antes da viagem e talvez...

- Dubu?! - Interrompeu. - Tá brincando que você ainda tá nessa onda da Dahyun, né? - Balancei a cabeça negativamente. - Chae, tá mais que óbvio que ela não tá a fim agora.

- Ela está. - Afirmei como se fosse uma grande certeza, sendo que, na verdade, eu não tinha muita segurança quanto a isso. - Uma hora ela vai ter que se assumir.

- Cabe a ela decidir essa hora, não a você, Chae. - Disse com um tom um pouco mais carinhoso.

- Tudo bem, mas, de qualquer forma, - Suspirei. - Não vou conseguir dar o que a Mina merece. Fora que ela também não deve querer nada a mais comigo.

- Duvido. - Levou a boca até o canudo, dando um longo gole. - Mas é sério, esquece a Dahyun. - Suspirei novamente. Eu ainda não havia falado com a Dubu desde a viagem. Também não tinha mais me encontrado com a Mina, até porque só fazia uma semana desde que voltamos para casa. - Deixa as coisas rolarem... Eu também tinha esse receio de ter algo mais sério, mas as coisas estão indo bem com a Momo.

- Meu Deus! Como você ainda não me contou sobre isso? Estão juntas pra valer? - Indaguei empolgada. Eu sabia que as duas dariam certo.

- Pelo jeito, sim. Eu tô realmente feliz e meio que aliviada. - Sorriu. - Eu ficava lutando contra isso, tentando negar e racionalizar tudo, mas desde o dia em que contei à ela sobre minha mãe, eu comecei a conseguir me abrir, coisa eu pensava que faria com que eu estragasse tudo. - Sana deu um sorriso pretensioso. - Assim como você, senhorita Son Chaeyoung. - Tocou meu nariz com a ponta do dedo indicador rapidamente, arrancando-me uma risada.

- Tá bom, tá bom. - Ergui as mãos em rendição. - Já entendi que você quer que eu aposte na Mina e blá blá blá. - Ri com aquele pensamento. - Agora será que podemos me tirar do centro da conversa e falar um pouco sobre você? - Sana assentiu, sorridente. - Como está sua mãe?

- Melhor impossível, Chae. - A morena parecia emocionada ao declarar tal coisa. - Estamos nos dando bem em casa, meu pai está feliz... Ela tem seguido todos os tratamentos ao pé da letra. - Sorri com sinceridade, aquilo me alegrava de uma maneira que eu nem saberia descrever. - O único detalhe é tenho que tomar um cuidado enorme pra não chegar em casa cheirando à maconha, só isso já pode servir como um gatilho pra uma recaída, no caso dela. - Apertei os lábios, secretamente impressionada com a sensibilidade que um vicio pode causar. O problema da mãe de Sana sequer era a maconha, mas seu corpo se fazia suscetível ao menor estimulo.

Saba mudou o foco de sua atenção, olhando fixamente para a porta de entrada do café, que ficava logo atrás de mim.

- Falando da sua amiga... - Disse, fazendo-me virar a cabeça naquela direção, sem saber se ela se referia à Dahyun ou à Mina.

A menina de bochecha e lábios incrivelmente rosados estava acompanhada de um garoto, e usava roupas diferentes das quais eu estava acostumada. Um vestido estranho cobria seus joelhos, o qual era bastante similar às saias longas que eu havia notado em seu guarda-roupas no dia que estive em sua casa. Seu acompanhante não se mostrava menos singular, vestindo calça social, camisa e gravata.

Os olhos de Dahyun se arregalaram ao notar minha presença, ela pareceu sem graça ao dizer alguma coisa ao garoto e, em seguida, seguir em minha direção.

- Que roupa é essa Dubu? - Perguntei para tirar um sarro.

- É que... Eu estava... Você sabe... - Ela se embaralhou em meio a frase, deixando-me sem entender absolutamente nada. - Oi, Sana. - Acenou com a mão. Ok, quão aleatório foi isso? Ela nunca havia sequer dirigido a palavra à Sana.

- Quer sentar, Dubu? - A morena convidou, recostando as costas na cadeira, cheia de marra.

- Ei, só eu posso chamá-la assim. - Fiz um falso biquinho emburrado.

- Não, bem que eu gostaria, mas estou com...- Apontou para o garoto da gravata - Um amigo. - Finalizou em resposta à Sana.

Confesso que senti uma pontinha de ciúmes, mas, qual é, ela não preferiria um cara que usa gravatas à mim, não é?

- E nosso cinema, hein? - Sana me deu um chute por baixo da mesa. - Ouch!

- O que foi?! - Dubu pareceu assustada pelo meu gritinho repentino e eu apenas murmurei um "não é nada" entre os dentes, enquanto Sana me encarava com um sorriso descaradamente forçado. - Bom, então que tal amanhã? - Sugeriu.

- Perfeito! - Se tudo corresse bem, eu ainda teria duas semanas para sair com ela durante as férias.

Girl Meet Girl • TwiceWhere stories live. Discover now