Mãe, favor bater antes de entrar

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M I N A

Chae e eu estávamos nos dando melhor do que eu imaginava, ela havia superado todas as minhas expectativas desde que resolveu que ficaria comigo para valer. No começo eu não tinha depositado muita fé nessa história, mas as semanas se passaram e, finalmente, ela parecia estar diferente, estar se doando mais...

Eu insisti para que continuássemos naquela onda de falsa castidade, por mais que eu não pense em sexo como a coisa mais importante do mundo, não queria transar com Chae e correr o risco dela foder a porra toda DE NOVO. Mesmo que estivéssemos sofrendo um pouco para adiar isso, concordamos que precisávamos pegar leve e fazer as coisas de forma sensata. Quem sabe ela até não levasse a sério minha ideia sobre aprender a dançar (sim, eu lembro muito bem de ter sugerido isso no dia em que fomos na casa de Momo)...

Era um domingo quando Chae tocou a campainha de minha casa e a encontrei com a maior cara de assustada na frente do meu portão. Não estávamos namorando nem nada, mas eu assumo que queria começar a mostrar meu interesse nesse assunto, então passei umas duas semanas convencendo-a de ir até ali.

As nossas famílias sempre tiveram uma boa relação, nossas mães tornaram-se boas amigas ao longo dos anos e esse contato só foi enfraquecido por conta do vídeo que o babaca do Jisung soltou para a cidade inteira, portanto, a minha nova missão era reconstruir tudo o que foi perdido, tendo como primeiro passo reacostumar meus pais com a presença de Chae.

- Ah, meu Deus, porque você veio fantasiada de cadáver?

- C-cadáver? - Chae gaguejou, petrificada em frente ao portão já aberto.

- Sim, tá branca igual. - Puxei-a pela mão, caso contrário ela continuaria ali parada, e pude perceber que ela suava frio. Não é que achei bonitinho?

Envolvi Chae em um abraço improvisado, eu não sei se ela demorou para corresponder por ter sido pega de surpresa ou por medo de minha mãe nos ver, mas no final ela acabou se rendendo.

Fiz uma leve carícia em seus cabelos, tentando deixá-la mais confiante. Ela pode até ser uma garota cheia de dúvidas e insegura em alguns quesitos, mas vamos combinar que geralmente é bem cara-de-pau... Chegava a ser engraçado vê-la tão nervosa.

- Fica calma, linda. Aqui em casa só eu mordo. - Arranquei-lhe um riso.

- Vou cobrar essa tal mordida.

- Viu? Essa é a minha Chae! - Comemorei por conseguir fazê-la descontrair.

Nunca imaginei que "Minha Chae" poderia soar tão bem saindo de minha boca. Se alguém me dissesse, há cerca de um ano atrás, que um dia eu falaria isso, eu cairia na gargalhada até a barriga doer. "Quem diria, hein, ladrão?" já dizia o grande pensador contemporâneo, MC Lan... Eu me apaixonei pela minha melhor amiga a ponto de deixar de lado tudo o que eu pensava sobre relacionamentos e esquecer o quanto eu sofri no passado.

- Mãe, a Chae tá aqui! - Anunciei em um tom mais alto ao entrar em casa.

- Você tinha avisado que eu viria, né? - Chae perguntou, sem piscar.

- Não. - Quase ri ao ver o quanto os olhos da garota se arregalaram.

- Uau... Chae, quanto tempo! - Minha mãe surgiu na sala de estar, parecendo um tanto sem jeito.

- Verdade, né? - A garota soltou um riso nervoso. - Desculpa vir assim sem avisar.

- Imagina, você já é de casa. - Minha mãe tinha um sorriso meio forçado, denunciando o tamanho do embaraço e quando olhei para o lado, percebi que Chae tinha exatamente a mesma expressão. As duas apenas balançavam a cabeça positivamente, deixando que um silêncio constrangedor tomasse conta do ambiente.

Girl Meet Girl • TwiceWhere stories live. Discover now