Apego

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Boa leitura!

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"Permita-se".

Passei a mão com leveza sobre as letras pretas de minha tatuagem. Era a vigésima vez naquela semana que eu parava para observar a palavra eternizada em meu corpo. Como pude tratar Sana tão mal?

Encarei meu corpo nu (exceto pela calcinha) refletido pelo espelho de meu guarda-roupas, e senti a música que tocava em meu celular tomar conta do ambiente. Eu sequer conseguia me reconhecer depois da confusão na qual minha vida havia se tornado, finalmente eu estava conseguindo relaxar de novo.

Mina entrou no quarto e eu só pude notar sua presença quando ela esticou a cabeça curiosa, refletindo logo atrás de mim no espelho.

- O que tá fazendo? - Perguntou com certa estranheza. Eu nem liguei, ela me viu pelada a vida inteira mesmo.

- Tentando entender porque tô na seca, sou tão gostosa. - Brinquei. Minari revirou os olhos.

- Fácil! Porque quer. - Respondeu como se fosse óbvio. Apenas ri e me joguei na cama do jeito que estava.

- Parece que não transo há um século.

- Eu também, não faço nada desde que... - Mina censurou a si mesma. - Você sabe. - Balancei a cabeça, indicando ter entendido a que ela se referia. - Sei que não falamos disso, mas amei aquela noite. - Não pude deixar de sorrir e minha melhor amiga logo me acompanhou, então murmurei um "eu também" meio sem graça.

Foi inevitável os flashs que passaram por minha mente ao lembrar daquela noite. Mina é sensacional em tudo que faz.

Senti as mão da menina tocarem minha barriga, causando um arrepio incontrolável. Precisei reforçar para mim mesma que somos amigas, e nada além disso. Não é pra sentir tesão por amigas, certo? Certo.

Ajeitei-me na cama, desconfortável com meus próprios pensamentos. Mina estava deitada de lado e me olhava com um jeitinho diferente, o qual fiquei tentando decifrar.

- Precisamos pôr um ponto final nisso, cara. - Soltei, sem nem pensar.

- Nisso o que? - Ela sorriu com certo deboche. - Fica tranquila, Chae. Ninguém tá se envolvendo.

- Não é isso... - Mina esperou que eu continuasse, mas fez com que eu me distraísse ao se aproximar do meu pescoço.

- É só sexo. - Aquele sorrisinho safado não saia dos lábios dela, enquanto eu tentava ao máximo manter minha linha de raciocínio.

- Somos amigas, não é pra ter sexo. - Expliquei, acreditando por um momento que ela me daria ouvidos. Ao invés disso, ela me deu um beijinho leve na nuca.

- Qual regra diz isso? - Eu só não soube responder porque ela estava sussurrando em meu ouvido, fazendo até aquilo parecer provocante.

- Mina... - Reclamei, parecendo uma criança.

- Se sente alguma coisa, já tá quebrando sua própria regra. - Riu, se afastando um pouco.

- Quem disse que sinto? - Jamais assumiria em voz alta.

- Ah, não sente? - Levantou uma sobrancelha, e me lançou um sorrisinho desafiador... Porra, Myoui, que sexy! - Então não liga se eu fizer isso? - Ela voltou para o meu pescoço, mas dessa vez beijando-o com vontade. O calor de seus lábios fazia com que eu me arrepiasse por inteira.

O corpo todo de Mina trabalhava em conjunto com a boca, ela se mexia como se estivesse dançando, enquanto a playlist ainda tocava em meu celular. Música é um dos meus pontos fracos.

Nós estávamos cada vez mais coladas uma a outra, ao passo que a mão da menina passeava pela minha barriga, arranhando-a de vez em quando. Vagarosamente, o beijo subiu até o lóbulo de minha orelha, que é uma zona de perigo, só para que ela pudesse sussurrar ali.

- Ou isso. - A frase sequer fez sentido naquele momento, já que eu nem lembrava mais o que ela estava dizendo antes.

A mão de Mina deslizou para baixo de minha calcinha, óbvio que isso não ia dar certo. "Ela é sensação... Em baixo do edredom, faz o que quiser de mim" o cantor dizia em concordância com a minha situação. Senti dois dos dedos de Mina tocarem meu clitóris com sutileza, para depois descerem um pouquinho mais. Um sorriso satisfeito e convencido brotou nos lábios da menina quando ela levantou a mão para me mostrar que eu já estava molhada. Fazer o que, sou fácil.

- Seu corpo não concorda com as suas palavras.

- Ele é teimoso. - Correspondi com um sorriso de canto.

Mina levou seus dedos até meus lábios, para que eu abrisse a boca e os chupasse. Só faltou ela babar. Puxei-a com força pela nuca para, finalmente, relembrar seu beijo. Ela tinha o ritmo perfeito e um sabor adocicado na boca, eu poderia arriscar que aquilo era cereja.

Pressionei a cintura de Mina com força, nossos corpos ainda não estavam colados o bastante. Ela corria a mão pelas minhas coxas, enquanto eu só pensava em tirar sua calça jeans. A menina foi mais rápida e tirou a própria blusa, fazendo-me sentar para beijar seus seios.

Mina me empurrou para trás com força.

- Agora é minha vez - Seu olhar era penetrante. - e eu vou te chupar bem gostoso.

Seus beijos desceram por minha barriga e, sem enrolar muito, chegaram ao meu clitóris, enquanto suas mãos tentavam se livrar da minha calcinha. Agarrei os cabelos de Mina com força e não demorou quase nada até que eu gozasse. Porra. Falei que eu tava na seca!

- Eu mando muito bem! - Ela é uma convencida.

- Cala a boca. - Selei nossos lábios com brutalidade, eu estava louca para sentir seu gosto novamente. Puxei seus cabelos, fazendo com que ela arqueasse o pescoço, então mordisquei seu queixo. - Rebola na minha boca.

Dessa vez não foi um 69, então pude me concentrar muito mais em dar prazer a Mina. Puta merda, eu não sei como ela consegue rebolar daquele jeito! Era uma delicia ver as reações da menina daquele ângulo, ela gemia gostoso e, dessa vez, podia fazer mais barulho. Senti seu corpo começar a tremer e ela teve que se segurar para não deitar, quase gozei junto ao ver o prazer que ela sentia.

Mina se jogou sobre mim, satisfeita e sem forças.

- Porra, Chae! Tô fora de forma. - Riu, ofegando.

- É normal, geralmente tenho esse efeito mesmo. - Brinquei e permiti-me iniciar um cafuné nos cabelos da menina, que estava deitado sobre meu peito.

- Confesso que senti falta disso. - Falou. Abaixei um pouco o queixo, tentando ver sua expressão. - De sexo, não de você. Não vai ficar se achando! - Ri, um tanto aliviada. - E você tá certa, somos amigas... Só não precisa se preocupar tanto. - Ela passou o dedo indicador sobre minha tatuagem. - "Permita-se", lembra?

Instantaneamente meu pensamento correu de volta para Sana, não dava para evitar.

- Porque essa cara, Chae? - Chacoalhei a cabeça dizendo que "não foi nada", mas a Mina me conhecia melhor do que qualquer um. - Deveria se desculpar. - Franzi o cenho, um tanto surpresa, ela nunca gostou muito da Sana. - Mas precisa se decidir com quem quer ficar. - Franzi o cenho pela segunda vez.

- Como assim?

- Eu não tenho entendido você ultimamente, Chae. - Explicou. - Você tá apegada, mas não entendo a quem. - Tive que rir.

- Eu não tô apegada a ninguém, louca.

- Você sabe que tá... Mas gosta mais de quem? - Demorei para assimilar suas palavras. - Dahyun ou Sana?

Girl Meet Girl • TwiceWhere stories live. Discover now